VON MARTIUS; DOSSE; SCHWARCZ. História Romântica.

Primeiramente, deve se estabelecer a filosofia histórica de Kant, e como ela influenciou a historiografia do século XIX. Kant postulou uma "evolução" por estágios das civilizações, da barbaridade em direção à civilização.

DOSSE, François. A história à prova do tempo: da história em migalhas ao resgate do sentido. São Paulo: Unesp, 1999. (pp 11-16).

  • Dosse estabelece a nova visão de história surgida após a revolução francesa, na qual dá se mais valor ao povo, a descontinuidade de governo, pela "narração animada" além de uma ênfase ao povo, especialmente a burguesia, em detrimento da história da corte.

  • Há também a questão do Nacionalismo, construído pelo historiador como um modo de gerar uma identidade nacional para o povo. Ele age como um mediador entre os grupos polarizados da sociedade.
  • O historiador age como sacerdote e soldado, com um lugar de autoridade na sociedade, responsável pela construção de uma consciência nacional por meio de um discurso historiográfico.
  • Historiadores famosos deste período são Guizot (ministro da educação francesa), Therry (que afirmou que ainda não existia uma história da França, apenas da corte) e Michelet (que traz a ideia do historiador como um exumador dos mortos).


VON MARTIUS, Karl. Como se deve escrever a história do Brasil. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, n. 24, p. 381-403, 1845.

  • Von Martius constrói um modo de contar a história brasileira pelas suas três raças principais. O português (elemento civilizatória), o indígena (capaz de ser civilizado pela catequse) e o negro (incivilizável, força de trabalho).
  • Nesta época a escravidão é vista como uma forma de amenizar os pecados dos negros. No entanto, ela não é nada mais que uma desculpa ideológica para justificar a economia baseada na força de trabalho escrava.


SCHWARCS, Lilia Moritz. IHGB. In: ________________________. O Espetáculo das Raças – cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. (pp. 99 - 117).

  • O IHGB surge em 1839 com o intuito de:
    • Construir uma história da nação;
    • Recriar o passado;
    • Solidificar os mitos de criação a partir de 1500;
    • Ordenar os fatos buscando homogeinidades;
  • Ou seja, os historiadores também agem aqui como mediadores entre grupos diversos com o untuito de formar uma identidade nacional;
  • Entretanto, os historiadores daqui são financiados pelo império e escolhidos pela sua posição política levando a uma versão da história focada na corte.
  • Na França conta-se a história do povo, no Brasil ignora-se o negro e conta-se a história da corte. Formando uma história católica, patriótica, evolucionista, branca e política.

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