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Mostrando postagens de março, 2019

BLOCH, Apologia da História. CAPÍTULO I

CAPÍTULO I. Apologia da História, ou O Ofício do Historiador (2001 [original francês de 1949]). Traduzido por André Telles. "[...] não há senão uma ciência dos homens no tempo e que incessamente tem necessidade de unir o estudo dos mortos aos vivos. " O autor afirma que o passado é impossível de ser objeto de estudo da mesma forma que o presente, em sua totalidade, não pode ser. Ao invés disso, o objeto da história é o estudo do homem no tempo. O tempo na história é distinto das ciência naturais, que o partem em intervalos iguais e o usam de modo sistemático. Na história, o tempo "é o próprio plasma em que engastam os fenômenos", portanto o historiador devem compreender seu objeto imerso em seu tempo de origem em conjunto com todas as relações que ele apresenta com seu momento histórico. Bloch explica que o tempo é, ao mesmo tempo, um continuum e também eterna mudança. O que leva ao questionamento: "Em que medida [...] devemos considerar o conhecimento

BLOCH, Apologia da História. INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO. Apologia da História, ou O Ofício do Historiador (2001 [original francês de 1949]). Traduzido por André Telles. " Papai, então me explica para que serve a história. " Confrontado com um questionamento acerca da legitimidade da história, Bloch põe-se a explicar em linguagem simples suas ideias acerca da prática historiográfica, em direta oposição às correntes vigentes até então (isto é, o positivismo e o historicismo). O autor questiona-se inicialmente com relação ao dispêndio de tempo e energia no ato de se fazer história, e se esse dispêndio não poderia ser melhor empregado de outra maneira, em seguida pergunta, "o que, precisamente, torna legítimo um esforço intelectual?" Bloch conclui que a história deveria ter o direito de perscrutar suas fontes sem nenhum interesse em especial, mas que só alcança sua legitimidade enquanto campo de conhecimento na medida que explica e conecta os fenômenos racional e inteligivelmente. Contudo, espera-se

BOURDÉ & MARTIN, A História na Idade Média

BOURDÉ, Guy – MARTIN, Herve. As escolas históricas. Lisboa: Publicações Europa-América, 1990. (pp. 13 - 43). "Filha da desgraça, a história é também a serva do poder [...]" Existem pontos de vista contrários quanto a historiografia medieval. Alguns dizem que há o rompimento do  tempo ciclico característico do pensamento Antigo, em favor do sentido linear cristão. Outros dizem que ainda há uma grande marca ciclica no pensamento medieval na forma das liturgias anuais (nascimento, morte, ressureição). Os tipos de produção historiográfica medieval: Hagiografia : O contar dos feitos de Deus e dos santos. Vida idealizada do santo como um modelo de vida exemplar para o cristão. Anais : Relatam maquinalmente os fatos anualmente com grande foco em acontecimentos políticos e militares. Entretanto eles "trazem a marca das preocupações dos seus autores [monges]". Crônica : Pretensões amplas de contar a história universal. Sistematizam os pontos presentes n

CHESNEAUX, As Armadilhas do Quadripartismo Histórico.

CHESNEAUX, Jean. As armadilhas do quadripartidarismo histórico. IN _____ Devemos fazer tábula rasa do passado? São Paulo: Ática, 1995. "O quadripartismo nada mais é que uma das versões, e não a melhor, do velho sonho de um 'discurso sobre a história universal'" . Neste texto, Chesnaux critica o modelo francês de organização da história, que submete a mesma a uma divisão em quatro grandes pilares: História Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea. Segundo o autor, esse modelo nada é além de "um verdadeiro aparelho ideológico de estado". Primeiramente ele serve a um propósito pedagógico ao estruturar o ensino secundário. Também estrutura as cátedras universitárias, seu ensino e programas de pesquisa, de modo que futuros professores de história tem um conhecimento desproporcional da história européia em relação a história indígena ou das américas, por exemplo. O autor fala que especialização em determinadas áreas dentro da história (religião,

Collins e Pinch, O Golem (1993). Cap. 1

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"The personality of science is neither that of a chivalrous knight nor that of a pitiless juggernaut. What, then, is science? Science is a golem [...] It is powerful. It grows a little more powerful every day. It will follow orders, do your work, and protect you from the ever threatening enemy. But it is clumsy and dangerous. Without control, a golem may destroy its masters with its flailing vigour." CAPÍTULO UM - Conhecimento comestível. Neste primeiro capítulo Collins e Pinch discutem o caso da transferência de memória entre organismos que causou grande celeuma entre um grupo de cientistas nas décadas de 1960 e 1970. Inicialmente, McConnell treinou planárias com eletrochoques e exposições a luz com o intuito de gerar um reflexo condicionado. Se a planária fosse cortada ao meio as duas metades regeneradas "lembravam-se" do treinamento. McConnell sugeriu que a memória poderia ser guardada em forma química e iniciou experimentos no qual alimentava pl