Leal & Oliveira; Souza; Neves & Padilha; Duarte & Costa; Souza & Oliveira; Espírito Santo.

  • Um biblioteca especializada em uma área do conhecimento humano armazena uma bibliografia selecionado que deve ser divulgada pelo bibliotecário a serviço do usuário.
    • Segundo PEREIRA [1980], o estudo do usuário é uma ferramenta básica e indispensável para atendimento do planejamento e avaliação das atividades de informação. (p. 52)
  • Esta pesquisa foi realizada em uma biblioteca especializada da Escola de Enfermagem de USP. As autoras concluíram que há uma preferência de livros sobre periódicos, os usuários não trazem uma bibliografia selecionada previamente.
    • Nossa experiência com este trabalho nos leva a acreditar que tais estudos devam visar, cada um, um aspecto determinado: caracterização do usuário, procura e obtenção da informação desejada e outros. (p. 62)
  • Souza fala sobre a formação acadêmica  e visibilidade social de profissionais bibliotecários e cientistas da informação.
  • Para ele, a faculdade apresenta dois caminhos, o da formação técnica-profissional e o da capacitação para pesquisa científica. O primeiro seria voltado para o curso de Biblioteconomia enquanto o segundo para a Ciência da Informação.
  • O autor propõe o termo "Profissionais da Informação" (PI) para abarcar bibliotecários, cientistas da informação, arquivistas, etc. 
  • Os conhecimentos e habilidades dos PI são categorizados em cinco campos: 1) gestão e administração de informação; 2) Tratamento da informação; 3) Tecnologia da Informação; 4) Atendimento e interação com o Usuário; 5) Atitudes e qualidades pessoais e acima de tudo, na contribuição que o profissional pode oferecer para a resolução de problemas.
  • As funções e atribuições dos PI se organizam ao entorno do ciclo documentário, isto é, seleção, interpretação, disseminação e preservação dos documentos e das informações.
  • Cinco perspectivas de formação são abordadas:
    • Perspectiva da formação de profissionais da informação empreendedores (Cardozo e Barbosa, 2004): O curso não desperta espírito empreendedor.
    • Perspectiva da formação de profissionais da informação voltados para atitudes de responsabilidade social (Castro e Ribeiro, 2004): Preparar os profissionais para os problemas do mundo.
    • Perspectiva da formação de PIs voltados para atitudes de flexibilidade a mudanças (Milanesi, 2002): Não podemos saber o futuro da Biblioteconomia.
    • Perspectiva da formação de PIs voltados para as Tecnologias da Informação (Walter, 2005): Ênfase para que profissionias se familiarizem com essas tecnologias sob pena de serem rejeitados pelo mercado.
    • Perspectiva da formação de PIs voltados à Gestão da Informação (Silva e Cunha, 2002):  Ve o bibliotecário como gestor de informação.
      • Em uma síntese dessas posições, pode-se dizer que as questões atuais relacionadas à formação do profissional bibliotecário e cientista da informação perpassam por sua capacitação para responder a problemas práticos e teóricos que se produzem em: Gestão e administração da informação, Tratamento da informação, Tecnologia da Informação, Atendimento e interação com o Usuário e as que afetam sua próprias Atitudes e qualidades pessoais [...]: capacidade de comunicação, de persistência, de responsabilidade social, de flexibilidade para aceitação de mudanças de atitudes e (re)valorização cultural dos saberes próprios da Biblioteconomia e da Ciência da Informação . (p. 26)
  • Segundo Ortega y Gasset (2006) os principais problemas atualmente são: 1) Existem livros demias; 2) Eles continuam a ser produzidos mais e mais; e 3) "Diante disso, o bibliotecário do futuro terá que orientar o leitor não especializado na selva indomável de livros e ser o médico e o sanitarista de suas leituras. Assim, a missão do bibliotecário haverá de ser não a simples administração do livro, mas o ajuste, a eficácia da função vital que é o próprio livro."
  • O autor conclui que um dos principais pontos que danificam a visibilidade dos bibliotecários é sua baixa quantidade de profissionais (sendo 6 a cada 100000 habs., comparados a quase 60 a cada 100000 habs. nos EUA). O autor postula que isso ocorre porque o Brasil ainda não entrou na Sociedade da Informação:
    • O que se pode extrair é que a visibilidade social de bibliotecário e cientista da informação tem relação direta, sobretudo, com o modo como a sociedade está organizada economicamente (pelo tamanho e pela complexidade de produção de bens e serviços). Fatores econômicos % quando articulados com muitos investimentos em educação, e que induzam a sociedade a ser cada vez mais leitora e produtora de muito mais literatura e registros escritos e a deter grandes acervos documentários % certamente, fixarão melhor a necessidade das profissões e dos bibliotecários e cientistas da informação. (p. 28)
    • O autor conclui que os PIs devem continuar a ser formados e que devem se unir para ampliar a visibilidade e utilidade de seu trabalho para seus empregadores.

    • Sobre a fundação da Biblioteca de Defensoria Pública do Estado da Bahia.
    • Alguns pontos interessantes:
      • Os ambientes que se propõem a gerir informação são importantes para conectar eficientemente “aqueles que sabem” com aqueles que “necessitam saber” e converter conhecimento pessoal em conhecimento da organização. (p. 42)
      • Com base no comentário de Stewart (1991), o conhecimento das organizações é a soma de tudo que as pessoas sabem e é essa inteligência que confere a vantagem competitiva. Contudo, também as instituições públicas acumulam conhecimentos na mente das pessoas e informações de forma não estruturadas. Apesar de diante da superestrutura (Estado) as organizações terem objetivos diferentes das instituições públicas, entende-se, concordando com Molina (2008), que o desenvolvimento de práticas de gestão da informação propicie a configuração de ambiente de aprendizado e compartilhamento. A gestão da informação trabalha com a perspectiva de coleta, validação, avaliação e aplicação. (p. 42)
      • No âmbito institucional, a Disseminação Seletiva de Informações (DSI) pode ser utilizada como um método, sendo muito apropriada a definição citada por Souto (2010, p.9), que diz ser um “[...] serviço dentro de uma organização que se refere à canalização de novos itens de informação, vindos de quaisquer fontes para aqueles pontos dentro da organização onde a probabilidade de utilização, em conexão com atividades ou interesses, é alta”. (p. 43)
      • A gestão da informação, embora condicione diretamente em seus objetivos e conceitos o direcionamento às instâncias intelectuais de pessoas e organizações, também pode ser compreendida como uma maneira de contribuir com a inclusão. Nessa perspectiva, entende-se que a gestão da informação, se utilizada para compartilhar, divulgar e disseminar informações, que até então eram de conhecimento de poucos, proporcione a inclusão de maiores parcelas do público, criando um coletivo. (p. 44)

      • Estudo sobre a melhoria de uma biblioteca especializada da Embrapa frente ao crescimento da Internet.
      • A autora faz uso das cinco leis da biblioteconomia (Ranganathan, 2009):
        • 1. Livros são para usar: Organização, armazenamento e disseminação do material;
        • 2. A cada leitor o seu livro (a democratização do acervo): A função social da biblioteca, coloca o leitor como foco principal desta organização;
        • 3. Para cada livro o seu leitor: A organização do acervo e bibliotecário devem facilitar o encontro entre leitores e livros;
        • 4. Poupe o tempo do leitor: A coleção deve estar organizada para facilitar a recuperação de informação. A biblioteca também pode empregar ferramentas e cooperação internacional para diminuir o tempo de acesso do leitor ao documento;
        • 5. A biblioteca é uma organização em crescimento: A biblioteca deve ser dinâmica assim como o conhecimento que armazena e organiza.
      • Assim:
        • [...] a BIB [biblioteca] pode ser segmentada em cinco frentes de atuação: biblioteca como organização, pelo seu acervo, seus recursos e serviços oferecidos e; por todo o aparato necessário para a disseminação da informação e do conhecimento; o leitor (usuário), público da organização, sem o qual ela não existe; ferramentas de organização para a recuperação, que determinam a qualidade do acesso à informação; acesso, o qual só pode ser possível se o usuário conhece ou sabe da existência da BIB e; avaliação, processo para mensurar a qualidade da organização como um todo. (p. 101)
      • A função da biblioteca é prestar serviços de informação para armazenar, organizar, recuperar e disseminar conhecimento. Seu principal produtor, portanto, é a informação organizada que pode ser recuperada física ou virtualmente.
      • A autora fala da "biblioteca híbrida" (de Garcez e Rados (2002)), a biblioteca dinâmica que se adapta às novas demandas do usuários fazendo uso de novas tecnologias.
        • De um lado, a BIB tradicional, com seus livros, seus catálogos e processos manuais. De outro lado, a BIB híbridia, como seus acervos digitalizados e recursos potentes para acessá-los. Neste caso, mesmo utilizando o serviço da BIB por meio eletrônico, o seu público não visualiza a importância da BIB neste contexto. Isto levaria a constatar que o público ainda pensa a imagem de uma dentro de um contexto presencial de livros e estantes, dificultando, assim, o reconhecimento do seu papel na atualidade das redes. Neste sentido, o gestor deve avaliar e reajustar constantemente o seu fazer para promover maior visibilidade das funções que a BIB desempenha no meio físico que refletem no virtual. (p. 107)
      • Para tornar sua biblioteca híbrida, os autores delinearam cinco categorias (avaliação, acesso, acervo, organização e organização para recuperação) e determinaram as lacunas a serem supridas: 
      • A autora conclui: 
        • O trabalho mostrou que a BIB passa por uma fase de questionamentos quanto à sua existência física, pautada na invisibilidade de seu papel frente às TICs. Mostrou que o principal produto da BIB é a informação organizada. Neste caso, o processo de organização para a recuperação, torna-se a essência e a base de todos os outros processos realizados, tanto para a BIB física quanto para a BIB global, representada pela internet. Ao trazer as CLBs para os dias atuais, verificou-se a sua atualidade e a necessidade do seu uso como recurso metodológico para desenho de processos bibliotecários. Embora os processos da BIB tenham características diferenciadas de outros processos de serviços ou de negócios, a aplicação da metodologia de gestão por processos deve ser considerada como recurso gerencial para avaliar e resolver problemas das rotinas bibliotecárias. Com relação à visibilidade, pode-se se entender que a tendência é uma transferência gradual da imagem conceitual da BIB sólida e dos profissionais que nela atuam para a qualidade dos serviços e produtos digitais gerados por seus processos de organização da informação.
        • Com a realização da melhoria implantada no processo de organização para a recuperação da informação, é possível responder que o papel da BIB não se resume em guardar coleções de livros e sim estar presente onde o usuário estiver ou precisar, seja nos domínios do mundo dos livros, seja nos domínios da Internet. (p. 114)

      • Pretendem elaborar um modelo para o processo de avaliação de bibliotecas.
      • Através de um revisão bibliográfica ampla os autores puderam identificar os principais pontos discutidos em avaliações de bibliotecas e adaptá-los para sua realidade, conforme segue (cada critério foi avaliado pelos questionados de Muito Bom a Muito Ruim e de Muito Alta a Sem Importância):

      • Os autores apresentam a genealogia entre a Biblioteconomia, a Documentação e a Ciência da Informação. O primeiro uso do termo "biblioteconomia" foi no século XIX, mas no século seguinte surge a Documentação como uma sistematização dos acervos em contexto comercial e industrial.
        • A Documentação é concebida para ocupar-se do acesso à informação em qualquer suporte, enquanto a Biblioteconomia ainda tinha o livro como foco. Logo, conforme Freire (2006), este novo paradigma informacional deslocou o foco de autores e coleções para o conteúdo dos documentos, para a informação em si e, neste sentido, o usuário começa a se deslocar da periferia para o centro do processo de comunicação da informação. A informação começa a se constituir como objeto de atividade científica, o que fará com que a Documentação se aproxime, em seus propósitos, da Ciência da Informação. (p. 187)
      • A Ciência da Informação surge nas reuniões da Royal Society Scientific Information Conference de 1948, 1961 e 1962.
      • Sobre as bibliotecas especializadas:
        • O conceito de biblioteca especializada, conforme Silva et al (2012), vêm da união entre usuário e acervo; ela é uma unidade de informação com acervo especializado destinado à satisfação das necessidades informacionais de um público específico. (p. 189)

      • De acordo com os autores a biblioteca especializada possui cinco especifidades: localização, área de cobertura, tipo de usuário, tamanho e função. 
        • Em síntese, pode-se admitir que as bibliotecas especializadas se propõem a reunir sistematicamente o material relativo a um tema específico e torná-lo acessível aos usuários de uma determinada organização facilitando estudos investigatórios sobre um assunto. (p. 190)

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