Chauí


Todos os documentos discutem as mesmas coisas. Há uma proximidade de assunto com distanciamento temporal.

MATHIAS 1967- Pede unificação e centralização das faculdades sob uma tutela comum. Universidade própriamente dita. Luta pela escola pública. Busca a universidade, autonomia docente, departamentos sem cátedra, integração, interdisciplinarização. Participativa, social e democrática. Realizado na ditadura: integração se torna centralização; reformulação curricular e vestibular unificado por áreas tornam-se escolarização e massificação do teste de múltipla escolha; articulação entre pesquisa básica e aplicada e ensino se torna hierarquização entre pesquisa pública e privada e profissionais com prestígio segmentado. Paridade entre docência e pesquisa

1970-1980 SIMÃO E ADUSP 1979/1984 - Críticas ao centralismo, burocracia e falta de representatividade. Continuidade do projeto de Mathias interrompido pela ditadura. Autonomia vs servilismo, representação vs autoritarismo, participação vs centralização, democratização vs modernização se tornou público vs privado e diferenças entre os conceitos de democracia, docência e pesquisa. Entre 1970 e 1984 surgem a divisão entre os que defendem a democratização da universidade e os que querem corrigir os erros da ditadura e prosseguir com a modernização. Busca a separação de faculdades, racionalização, desburocratizando, fragmentação. Eficácia, produtividade, mercadológica. Subjugação da docência em relação a pesquisa.

1994 - Inversa a Mathias. Racionalização e modernização através da divisão de atividades acadêmicas. Elogio à privatização. Três escolas: 1) Prestígio curricular para professores de meio período; 2) complementação salarial na qual a universidade e prestadora de serviço a entidades privadas que não necessariamente publicam os dados; 3) universidade pública com docentes pesquisadores em tempo integral ligada à sociedade, pesquisa, ensino e extensão. 1) e 3) foram discutidas até o final dos 70, mas a 2) se firmou na contemporaneidade como justificativa de agilização.


60s: sonho social da universidade pública; 70s: morte do criticismo em favor da massificação; 80s equilíbrio entre sociedade e rigor acadêmico; 90s: ideologia neoliberal.

A autora fala sobre uma terceira fundação a partir de 1994. Com grande influxo de ideias neoliberais na universidade e pressão de sistemas avaliativos importados, homogêneos e voltados à pesquisa.

Propõe um quadro avaliativo amplo e detalhado para docentes e pesquisadores, porém imprático em alguns pontos. Afirma que a excelência é definida em inovação, durabilidade, obra, dar a pensar, impacto extra acadêmico, autonomia, articulação da lógica acadêmica e histórica e entre o universal e o particular.

Economia antifordista e antikeynesiana. terceirização, centralização, velocidade, descartabilidade, ciência como fonte de aumentar o abismo entre as classes, privatização, estado mínimo e desregulação. Neoliberalismo como nova razão do mundo e da ciência. Concomitantemente crise da razão dos pos modernos. Lógica neoliberal é incongruente com a democracia.

Corporativismo empresarial em choque com o corporativo de funcionários universitários. Menosprezo pela docência e processo avaliativo falho por estimular quantidade em curto prazo acima de qualidade de trabalho e ensino o que gera individualismo competitivo, salamização, clientelismo e fragmentação.

A avaliação universitária deixa de registrar: o histórico de formação do aluno; a história do uso da universidade pra interesses próprios; financiamento; diversificação de critérios; perversidade de critérios (gera citações perfunctórias e desinteresse em novos campos).

O texto é uma crítica à cientometria cega, ao neoliberalismo e ao modo de pensar pós-moderno.

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