Kragh, II - History of science


  • Dois sentidos da história:
    • H1 - Descrição dos fenômenos ou eventos que ocorreram no passado, não há acesso direto ao H1, apenas às partes que são transmitidas até nós.
    • H2 - Análise da H1, pesquisa histórica e seus resultados. "O objeto de H2 é H1 na mesma medida que a natureza é objeto da ciência". Comumente chamada de historiografia, mas esse termo pode significar: 1) registro profissional da história; ou 2) filosofia e teoria da história em um sentido meta de modo que H2 seria seu objeto. O autor adiciona que história puramente descritiva não é historiografia, mas pode ser sujeita a uma análise historiográfica.
  • A história se preocupa com os acontecimentos relevantes humanos, o uso de história de objetos não humanos é mais lato sensu. A partir daqui, o autor entra em uma discussão sobre a demarcação da história e questiona os critérios mais básicos (estudo da mudança ao longo do tempo, peculiaridade ou individualidade dos eventos).
  • Dois sentidos de ciência:
    • S1 - Reunião de afirmações empíricas e formais sobre a natureza, teorias e dados que em determinado tempo compõem o conhecimento científico reconhecido acabado.
    • S2 - Historicamente relevante, essa concepção envolve o comportamento dos cientistas e sua relação com as empreitadas científicas.
  • Discute o termo ciência ou cientista. Afirma que buscar demarcações não é interessante para a história, pois elas podem ser muito limitantes e geralmente são formuladas com os ideias contemporâneos. O historiador deve se ater ao que foi considerado ciência em determinado espaço-tempo, mesmo considerando que o que chamamos de ciência propriamente dita é uma concepção muito recente. O termo cientista, cunhado por Whewell em 1837/40, não teve sucesso por muitos anos, pois a classe rica de naturalistas não queria se associar ao aspecto comercial do termo.
  • Na história da ciência o objeto tende a ser S1, análise técnica de conteúdos científicos em um aspecto temporal. História da ciência, por outro lado, tem S2 como objetivo.
  • Esse leva a discussão dos conhecimentos do historiador: ele deve conhecer a ciência que estuda? Deve conhecer sua contraparte contemporânea para compreender o período que estuda. O aspecto sócio-histórico e técnico não precisam ser mutuamente excludentes. Geralmente, quanto mais inserido no conhecimento em questão, mais difícil é analisá-lo de fora.
  • O autor enfatiza a separação entre a HCC e a ciência, "the object of the history of science has nothing to do with the object of science".
  • Nem todas as pessoas interessantes para a HCC são cientistas. Atividades não científicas também podem ser consideradas, embora não haja concenso de até que ponto como visto no caso dos trabalhos alquêmicos de Newton ou da visão moral, religiosa e política que os ingleses do século 17 tinham em relação à ciência.
  • O autor considera a história da tecnologia como independente da história da ciência, embora altamente relacionadas entre si.
  • Não há limite demarcado para o começo ou final da história da ciência. O autor defende a história da ciência contemporânea e acredita a falta de distanciamento político ou temporal com o material não são o suficiente para desqualificar esse segmento da história, pois também afetam o historiador tradicional e afirma que a investigação histórica é de suma importância para o entendimento da dinâmica científica contemporânea. Embora seu raciocínio seja sensato, acredito que o domínio do presente pertence ao jornalismo, mas é impossível definir em que ponto ele passa a pertencenter à história.

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