Kragh, IV - Elements of theory of history


  • Para os positivistas, a história descreve o passado com base em fatos e funda-se nas seguintes questões: 1) o passado é uma realidade objetiva; 2) o historiador deve reconstruir o passado e não interpretar, avaliar ou tirar conclusões sobre o presente ou o passado a partir a partir dos fatos históricos; 3) é possível obter conhecimento objetivo a partir do passado e o observador (imparcial) pode ser separado do observado; 4) a história é um aglomerado de fatos a serem descobertos a partir do estudo crítico de documentos, o historiador só pode emitir conclusões se estiver em posse de todos os fatos relevantes.
  • Atualmente, a distinção entre "fatos passados" (todo o passado) e "fatos históricos" (informação considerada relevante pelo historiador para compor o passado) desafia a noção simplista do positivismo de que a história é feita simplesmente de fatos objetivos. Os fatos históricos não existem previamente, mas são construídos. Fatos do passado podem ganhar ou perder o status de fato histórico, de acordo com o interesse da história.
  • O autor adverte que os fatos históricos não são construídos sem o menor zelo, mas sim de acordo com os critérios do historiador. Para o positivista, esses fatos são sagrados e a história serve para narrá-los enquanto a corrente mais moderna acredita que uma mera exposição acurada de fatos não tem muito valor. Positivistas implicam uma separação rígida entre fato e teoria, mas é comum que o que se considera teoria ou fato se relacione com os conceitos futuros sobre determinado assunto, portanto é relativo ao tempo (talvez seja até impossível encontrar fatos sobre o passado que não sejam influenciados pela teoria de seu observador). Os fatos do historiador são históricos, não científicos.
  • Após coletar os fatos, o historiador os seleciona de acordo com seus critérios, refletindo-se no resultado final. Isso significa que os mesmos temas e períodos podem ser estudados e descritos de maneira diferente a partir das mesmas fontes e que a história sempre será reescrita a partir dos olhos da nova geração de historiadores. A interpretação do passado ocorre em função do presente.
  • O autor considera duas correntes opostas ao relativismo conjuntamente. Os céticos acreditam que nunca será possível saber nada sobre o passado e os relativistas acreditam que qualquer descrição do passado é igualmente ruim ou boa. Segundo Beard, partindo da noção de que não existem fatos históricos objetivos não há como testar o conhecimento histórico e que o bloco principal da história não são esses fatos inacessíveis, mas as afirmações sobre eles que funcionam como um avatar dos acontecimentos passados. Essas afirmações também são sujeitas a temporalidade na qual são observadas. Determinadas afirmações importantes sobre o passado só podem ser feitas após um evento futuro (dizer que determinado sujeito antecipou outro tantos anos antes só faz sentido após as ideias do segundo terem sido expressas) e, uma vez que o futuro é infinito, infinitas afirmações importantes são impossíveis de serem feitas.
  • Essas correntes se baseiam no presentismo (que assume características idealizadas para Croce e pragmáticas para Dewey):
    • Scepticism is bound up with a so-called presentist view of history. According to presentism, the past can never be a goal in itself for the historian who, on the contrary, has to look at the past through the eyes of today and evaluate it critically with the problems of today as his point of departure. History refers not to the past but to the present to whose 'practical needs' it forms a response. It follows that history must and ought to be committed.
  • A visão pragmática implica que a contribuição dos cientistas é mais importante do que dos historiadores na HCC, uma vez que ela visa resolver os problemas dos primeiros.
  • Após uma crítica das ideias mais utópicas de Croce e Collingwood o autor sumariza:
    • The arguments presented in support of scepticist historiography contain valuable insights but do not justify scepticism or subjectivism in their strong forms. The sort of weak scepticism that is associated with the problematic nature of the selections and interpretations of sources do not imply that it is pointless to try and distinguish between truth and falsehood in history. The radically scepticist or relativist historian asserts, after all, that his own view is true and that his arguments in favour of it are better than arguments against it. Even the sceptic is forced to maintain the truth of some assertions and the falsehood of other.

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