Kragh, VI - Explanations


  • Descrição pura é escrita cronista, não história pois esta demanda explicação. Existem duas interpretações principais, os que preferem explicações causais e os que preferem explicações mais históricas.
  • Na visão de Knight, eventos interessantes devem ser explicados com relação a norma estabelecida de cada época (identificar as normas por si só já constitui um trabalho interessante).
  • Hempel desenvolveu um modelo explicativo (chamado de dedutivo-nomológico) causal lógico e preditivo no qual se os dados (eventos) e leis (comportamentos do cientista) forem conhecidos isso consistirá uma explicação para o que deve ser explicado. O modelo é normativo e não pretende ser descritivo. Kragh critica esse modelo pois muitas ocorrências científicas são idiossincráticas e o processo de descoberta é criativo, não necessariamente lógico, porém "as descobertas científicas podem ser entendidas, explicadas e analisadas de modo que pareçam ser bem fundamentadas e racionais de acordo com as circunstâncias". A principal falha desse modelo é que ele não gera explicações interessantes.
  • Dray, em oposição a Hempel, e os racionalistas acreditam que explicações racionais objetivas seguem um acordo de quais ações são consideradas racionais. Segundo eles, fatores extra-metodológicos (sociais, psicológicos) não são necessários para explicar as escolhas dos cientistas. Segundo Dray, uma explicação histórica é uma reconstrução de uma ação na qual o autor tem sua racionalidade examinada. Se a ação for irracional ela é inexplicável. Kragh questiona os critérios de racionalidade a serem estabelecidos, levanta a questão se os eventos tais como ocorreram podem ser explicações ou se ele deve criticar a racionalidade dos atores de acordo com a norma estabelecida na época ou a atual, Laudan parece até assumir critérios universais de racionalidade que, para Kragh, não existem.
  • Finnochiaro acredita que a história deve responder perguntas de "porque não" (porque a órbita parabólica não foi descoberta antes de Galileu?) ao invés de apenas "porque" (porque Galileu descobriu a órbita parabólica?), pois considera que explicações mais interessantes são geradas. Kragh acredita que isso não é verdade para descobertas inesperadas, por exemplo.
  • Uma vez que a história deve explicar tanto os sucessos quanto os fracassos, Brannigan acredita que descobertas científicas são caracterizadas pelo seu status social, como elas são identificadas como descobertas e não apenas como aconteceram.
  • Segundo o individualismo metodológico (Popper, Watkins e Hayek), explicações baseadas no zeitgeist, luta de classes, interesses sociais ou movimentos intelectuais não são válidas, para eles os fenômenos coletivos devem ser entendidos a partir das ações de cada indivíduo, pragmaticamente indivíduos anônimos e ideais (vai contra o determinismo social e o holismo). Explicações são baseadas apenas no que é sabido e diretamente observável. Como visto no capítulo anterior, a objetividade e capacidade de observação direta é muito criticada por Kragh, especialmente com relação a história. Para Kragh, essa metodologia não é válida para prover explicações históricas devido ao seu reducionismo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Evolucionista Voador - Costa

Brown Sequard

TS - Jia Ye (2021)