Masetto

Masetto - Competência pedagógica do professor universitário, Caps 7-8 (2012).

C.7 - Aulas.

Aula como grupo com objetivos comuns de aprendizagem - Grupo de pessoas com os mesmos objetivos de aprendizagem. Dissolve-se a estrutura hierárquica e arquitetônica tradicional. Encontro e diálogo entre os presentes.

Aula como (con)vivência humana e de relações pedagógicas - Professor como mediador. Aula como espaço aberto onde os alunos podem dialogar livremente. A vivência traz a realidade dos alunos e a devolve trabalhada e pensada de modo que o que foi aprendido é diretamente aplicado a vida de cada estudante.

Espaço físico da aula - Pode variar. Podem haver deslocamentos e aulas ao ar livre dependendo do objetivo da aula. Maior conforto e interesse por parte dos alunos.

Redefinição dos objetivos da própria aula - Retirada do estilo tradicional e da função tradicional do professor. Construção em conjunto com os alunos.

Técnicas participativas - Evitar o abuso de aulas expositivas em favor de outras metodologias.

Processo avaliativo - Substituição do processo avaliativo ocasional pelo feedback contínuo associado ao ensino-aprendizagem de acordo com os objetivos do professor. Erros vistos como oportunidade de crescimento.

Outros ambientes de aprendizagem - O autor considera o ambiente profissional e o virtual como espaços de ensino. Tanto os alunos quanto os professores precisam de novas capacidades para se adequar à esses modelos.


C. 8 - Técnicas para o desenvolvimento da aprendizagem em aula.

O autor cita o paradoxo de professores exigentes com seu domínio mas displicentes com relação ao ensino.

Definições:
  • Técnica ou método: Meios materiais utilizados na confecção de uma arte. Atividade que se realiza obedecendo a determinadas regras metodológicas visando alcançar algum objetivo de aprendizagem.
  • Estratégia ou metodologia: Arte de decidir sobre um conjunto de disposições que favoreçam o alcance dos objetivos educacionais pelo aprendiz.
  • Recursos: Instrumentos necessários para se realizar as técnicas.
  • Instrumentalidade: Todas as técnicas são instrumentos e como tais necessariamente precisam estar adequadas a um objetivo e ser eficientes para ajudar na consecução deste.
  • 1) Da diversidade de objetivos decorre a necessidade de diversas técnicas; 2) Cada turma responde diferentemente a diferentes objetivos; 3) Variar técnicas é interessante para a manutenção do interesse na aula.
Relatividade da técnia: Tecnologia em educação é muito importante desde que venha ocmo instumento colaborativo das atividades de aprendizagem.

O professor deve: ter conhecimento de várias técnicas, poder adaptá-las e criar novas.

Técnicas de "quebrar gelo": 1) apresentação simples; 2) apresentação cruzada; 3) complementação de frases; 4) desenhos em grupos; 5) deslocamento; 6) Brainstorming. As técnicas 1 e 6 parecem-me válidas e acredito que podem ser bem aplicadas, mas as outras me parecem ser metodologias infantilizadas e desconfortáveis para os alunos.

Técnicas de aula:
  • Aula expositiva: Aluno passivo absorve o conteúdo para reproduzi-lo futuramente. Válida para apresentar um tema, sintetizar um assunto ou trazer conhecimentos atualizadores. O autor acredita que a transmissão de conteúdo cotidiano deva ser transferida ao ensino com pesquisa. O professor deve ter um objetivo claro, ordem sequencial, estar atento ao limite de tempo, perceber o feedback da classe, manter sua atenção e ter preparado os recursos necessários com antecedência.
  • Debate: O professor deverá dominar bem o assunto e os alunos deverão estudar seu tema antes. Deve-se garantir a participação de todos e evitar intromissões.
  • Estudo de caso: Encontro com uma situação real ou simulada onde um problema poderá ser diagnosticado, analisado e resolvido a partir dos conhecimentos teóricos e práticos.
  • Ensino com pesquisa: Ensina iniciativa em pesquisa, contato com fontes de informação e seu processamento, elaboração e teste de hipóteses, elaboração de relatórios e comunicação de resultados. Consome tempo, deve ser realizada paralelamente a outras atividades e o professor deve estar presente para orientar os alunos.
  • Ensino por projetos: Encaminhamento e desenvolvimento do projeto a partir de um problema visando uma situação ideal futura, com suas fases, pessoal, tempo. Deve haver feedback. Buscar relacionar teoria com prática (Muito semelhante com o estudo de caso, talvez devessem ser agrupados pelo autor).
  • Desempenho de papéis: Promove empatia e capacidade de analisar a mesma situação por diferentes olhos além de valores interpessoais. Estimula participação e permite um vislumbre da atuação prática do profissional.
  • Dinâmicas de grupo: Levam ao trabalho em equipe, discussão e debate, aprofundamento, sofisticação cognitiva e capacidade de ouvir. Deve ter em mente um objetivo claro, funções bem definidas de cada participante, empatia e registro das conclusões.
    • Pequenos grupos com uma tarefa: Grupo com um texto que elabora respostas para perguntas do professor. Promove compreensão melhor do que a aula expositiva.
    • Pequenos grupos com tarefas diversas: Tarefas complementares ou conflitivas que deverão resultar em um debate ou compreensão sobre o assunto.
    • Painel integrado ou grupos com integração horizontal vertical: Discussão em grupos que em seguida tem seus membros redistribuídos em novos grupos para uma nova discussão sobre o mesmo tema. Permite trabalho em equipe e aprofundamento.
    • Grupo de verbalização e grupo de observação: Técnica onde uma discussão é observada por outros alunos que em seguida fazem uma meta discussão. Não me parece interessante devido ao tempo consumido e parece chegar ao mesmo ponto que um debate chegaria.
    • Diálogos sucessivos: Técnica muito trabalhosa que chega aos mesmo objetivos do painel integrado em minha opinião.
    • Grupos de oposição: Constitui um modo de aula de debate no qual os grupos oponentes podem ser invertidos. Pode levar a competitividade.
    • Pequenos grupos para formular questões: Respostas acumuladas da mesma perguntar por diferentes grupos e síntese de todas as respostas dos grupos por cada grupo original.
    • Seminário: Concepção arrojada de seminário no qual grupos que pesquisaram assuntos diferentes devem fazer comunicações sobre um assunto correlacionado. Dividido em ensino com pesquisa seguido de debate e registro da síntese entre os grupos.
  • Leituras: Tendo em mente o contrato pedagógico é importante que os textos sejam de fácil acesso e processamento pelo aluno, indo gradativamente o mais simples ao complexo. A leitura deve ser registrada de maneiras diferentes (resumo, tópicos, perguntas) e deve funcionar complementarmente e fundamentalmente a aula.
  • Recursos audiovisuais: O autor não discute nada fora do óbvio quanto a isso.
Técnicas de ambientes de aprendizagem profissional:
  • Novos conceitos incluem: teoria apresentada depois da prática, valorização da lógica indutiva a partir da apresentação de situações concretas para aplicação do princípio teórico. Aplicação teórico-prática em ambientes profissionais parceiros da educação.
  • Estágio: Deve contar com o envolvimento da faculdade, professores, empresas e alunos e ser planejado de acordo com objetivos de aprendizagem. Não deve continuar na fórmula autodidata semi-desamparada que se encontra hoje.
  • Visitas técnicas, excursões e aulas de laboratório: Devem estar integradas aos assuntos abordados, preparadas com alunos para a definição do que será observada e devem ser registradas em um relatório e debate buscando entender questões teóricas buscando a interação teórico-práticas.
O autor não discute nada fora do óbvio com relação a técnicas virtuais.

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