Bacon (1620)

 


BACON. New Organum. Ed. Lisa Jardine e Michael Silverthorne. 2003.
  • Novum Organum publicado em 1620. Antes deste têm outro trabalho epistemológico chamado Advencements of Learning que também parece interessante. Além disso, o título deriva do Organon aristotélico.
    • The New Organon propounds a system of reasoning to supersede Aristotle’s, suitable for the pursuit of knowledge in the age of science. Where Aristotle’s inferential system based on syllogisms could reliably derive conclusions which were logically consistent with an argument’s premises, Bacon’s system was designed to investigate the fundamental premises themselves. Aristotle’s logic proposed certainty, based on incontrovertible premises accepted unquestioningly as true; Bacon proposed an inductive inference, based upon a return to the raw evidence of the natural world. From painstakingly collected assemblages of data (‘natural histories’) the scientific investigator would use The New Organon to nudge his way gradually towards higher levels of probability. xii
  • Livro inspirado pelas novas invenções técnicas que permitiam novos testes do mundo. Inspirado por Harvey e a circulação do sangue e Gilbert e o magnetismo.
  • A principal característica de Bacon é a necessidade da observação e dos experimentos para a construção das teorias científicas.
  • Apresentação por aforismos mostra que o livro é um WIP, mas que o autor sabe do que fala.
Seções 1 e 2.
  • Esse negócio de propor métodos parece ser algo da literatura da época. Descartes inicia do mesmo jeito; 2
  • O intelecto é a fonte de seus problemas, mas ele é incapaz de acessar a natureza para ajuda. Não há esperança de que certos erros viciosos sejam corrigidos pela mente sozinha, pois a mente acumula seus conhecimentos de maneira imperfeita, portanto leva à uma razão imperfeita e mal equipada para analisar a natureza. Portanto faz-se necessária a Grande Renovação das ciências, uma reconstrução de tudo a partir das fundações. Seu sistema teria um final, em oposição ao caos e circularidade das coisas até então. 2 3
  • Carta ao rei: Também considera suas ideias como uma luz no escuro (p. 4). fala que as ciências não mais ficarão flutuando sozinhas, mas serão sistematizadas por seu único instrumento (organum) nas fundações da experiência, uma História Natural Experimental (não no sentido de provisório, mas calcada em experimentos). 5
Seção 3
  • Não se deve superestimar o conhecimento de hoje, posi isso constitui uma barreira para adquirir mais conhecimento. Acredita que a ciência grega era imatura. 6
  • Busca uma ciência de descobridores e discípulos ao invés de mestres e pupilos. Quer que todas as ciências sejam melhoradas e não fiquem estáticas 7
  • Longas críticas aqueles que apenas repetem o que autores anteriores disseram, ou apenas fazem contribuições mínimas sem propor algo novo. Lembra bastante os cientistas normais de Kuhn. 8 9
  • Acredita que a lógica pura é válida nos campos onde imperam o debate e a opinião como as artes e a política, mas não serve sozinha para lidar com os fenômenos naturais. 10
  • Os sentidos puros não são suficientes para avançar as ciêcias. É necessário um novo método. É necessário que visões erradas possam ser expurgadas em favor da busca pela verdade.
  • A busca pela verdade, contudo, não deve ofuscar a crença em Deus. 12
  • Afirma rejeitar o julgamento daqueles que se baseiam somente em opiniões determinadas apenas pela razão pura já que seu novo método é superior em chegara conclusões corretas sobre a natureza.
Seção 4 - Outline
  • Primeiro discute a situação como se encontra e apresenta uma divisão das ciências, incluindo divisões "que não existem mas deveria existir"; na segunda parte será apresentado o novo e melhor método de investigação da natureza, uma rejeição a lógica tradicional e argumentos por silogismo; Critica a indução anterior e propõe a sua
    • By far the biggest question we raise is as to the actual form of induction, and of the judgement made on the basis of induction. For the form of induction which the logicians speak of, which proceeds by simple enumeration, is a childish thing, which jumps to conclusions, is exposed to the danger of instant contradiction, observes only familiar things and reaches no result./P  What the sciences need is a form of induction which takes experience apart and analyses it, and forms necessary conclusions on the basis of appropriate exclusions and rejections. And if the logicians’ usual form of judgement has been so difficult and required so much intellectual exertion, how much more effort should we expend on this other judgement, which is drawn not only from the depths of the mind but from the bowels of nature. 17
  • A mente e os sentidos sozinhos não devem ser tidos com certos sempre. Devem seguir princípios claros, princípios experimentais. Elimina os ídolos que bloqueiam a interpretação correta do mundo, os vieses. 18
  • Em terceiro lugar discute os fenômenos do universo e como identificá-los e interpretá-los corretamente por meio de experimentos plenamente descritos em todas as áreas do conhecimento. A quarta parte é um desdobramento da primeira para alguns casos especiais. 19-23
  • Quinta parte consiste de resultados provisórios de experimentos conduzidos pelo autor utilizando seu próprio método. Sexta parte é um sumário e aplicação da filosofia desenvolvida. Creio que a seguinte frase sintetiza bem o obejtivo de Bacon.
    • The whole secret is never to let the mind’s eyes stray from things themselves, and to take in images exactly as they are. May God never allow us to publish a dream of our imagination as a model of the world, but rather graciously grant us the power to describe the true appearance and revelation of the prints and traces of the Creator in his creatures. 24

Prefácio da segunda parte 
  • Critica as autoridades e os céticos.
    • There remains one hope of salvation, one way to good health: that the entire work of the mind be started over again; and from the very start the mind should not be left to itself, but be constantly controlled; and the business done (if I may put it this way) by machines. 28
  • Manda um diss dizendo que não quer sbstituir a filosofia antiga, pois a sua é melhor e mais difícil compreensão e só para aqueles dispostos a ter esse trabalho.
Livro I - Aforismos sobre a interpretação da natureza e do reino dos homens.
  1. O homem só pode conhecer a natureza na media que a observa e faz inferiências.
  2. Insturmentos são necessários para o trabalho manual e intelectual.
  3. Conhecimento=poder. A conquista da natureza results da obediência.
  4. O homem pode apenas separar ou unir elementos. A natureza faz o resto.
  5. Nem todos tem sucesso lidando com a natureza.
  6. "Há algo de insano e contraditório em supor que coisas nunca feitas possam o ser apenas por meios nunca tentados". 32
  7. A produção humana pode parecer grande, mas são variações dos mesmos princípios e não uma profusão de axiomas.
  8. Os resultados até agora vieram mais do acaso e experiência do que das ciências, pois elas não possuem métodos.
  9. A deficiência das ciências resulta da admiração acrítica de ideias alheias, sem procurar seus fundamentos.
  10. A natureza é muito mais sútil do que o homem consegue perceber, de modo que meditações e especulações são inúteis.
  11. A cc. é inutil para descoberta e a lógica inútil para descobrir ccs.
  12. Lógica estabelece e fixa erros baseada em senso comum, é nociva e não útil na busca pela verdade.
  13. "O silogismo não é aplicado aos princípíos das ciências, e é aplicado em vão aos axiomas mediadores, já que não é de maneira nenhuma comparável a sutilidade da natureza. Assim, compele obediência sem referência às coisas" 35
  14. noções > palavras > proposições > silogismo. Se as noções estão erradas, todo o resto também está.
  15. Nenhuma das noções da lógica e física são boas, faltam definições claras.
  16. Noções das coisas e sensações mais simples não enganam mas podem ser confundidas.
  17. "Paixão e aberração ocorrem não menos na formulação de axiomas quanto na abstração de noções, mesmo nos princípios que dependem de indução comum. Mas isso tem muito mais a ver com os axiomas inferiores e proposições geradas por silogismos" 36 (não entendi mto bem)
  18. "As coisas descobertas até então nas ciências se encaixam bem nas noções comuns. Para penetrar as partes mais internas e remotas da natureza, tanto as noções quanto os axiomas devem ser abstraídos de coisas de maneira mais certa e emsada. E um processo intelectual mais certo de maneira geral melhor deve ser utilizado."
  19. Duas maneiras de descobrir a verdade: i) Do sentido e particulares em direção ao geral e daí descobrir os axiomas intermediários, chamada por Bacon de dialética; ii) a maneira melhor é encontrar axiomas a partir dos sentidos e particulares em direção ao geral de maneira crescente e gradual.
  20. Para a mente é mais fácil seguir a dialética, por se cansar das experiências.
  21. O intelecto sem ajuda não consegue superar o obscurantismo e seguir o caminho correto.
  22. "Ambas começam a partir dos sentidos e particulares e terminam no geral, mas são muito diferentes. Uma apenas resvala na experiência e particulares en passant, a outra os considera propriamente. uma forma certas generalidades abstratas e inúteis desde o ínicio, a outra vai passo a passo em direção ao que é verdadeiramente mais conhecido na natureza." 37
  23. Há diferença entre opiniões vazias e a as verdades naturais.
  24. Axiomas derivados de argumentos não são bons para descobertas, pois a natureza é mais sutil que os argumentos. "Mas argumetos diligentementes e apropriadamente abstraidos de particulares prontamente indicam e sugerem novos particulares; isso é o que torna as ciências práticas." 37
  25. Os axiomas atuais são derivadso de experiências comuns e particulares regulares e são moldados para se adequar a eles, de modo que não levam a novos particulares.
  26. Antecipação da natureza: o raciocínio comum; Interpretação da natureza: o raciocínio correto.
  27. Antecipações levam a concordâncias mais facilmente.
  28. "De fato, antecipações são muito mais poderosas em convencer do que interretações, elas são reunidas a partir de poucos casos, especialmente aqueles que são couns e familiares e meramente resvalam pelo intelecto e preenchem a imaginação. Interpretações, por outro lado, são reunidas pedaço a pedaço a partir de coisas muito variadas e muito dispersas e não podem subtamente acertar o intelecto. Assim, para a opinião comum, parecem difícies e incongruentes, quase como mistérios da fé" 38
  29. Em parte das ciencias a dialética e as antecipações são utilizadas para trazer credibilidade acrítica.
  30. Antecipações jamais geram progresso nas ciencias, pois os erros são inerentes aos seus fundamentos e à organização da mente e são incorrígiveis.
  31. Não basta corrigir e ampliar o que temos hoje, um novo começo é necessário.
  32. A honra dos antigos se mantém. Não é uma comparação de talentos, mas de métodos.
  33. "Nosso método não pode ser julgado (devemos ser francos), nem as descobertas decorrentes dele, por meio de antecipações (o raciocínio corrente); pois não deve ser necessário uma aprovação daquilo que está sendo julgado" 39
  34. Não há jeito fácil de explicar nosso método, pois tudo será entendido por analogia ao antigo.
  35. Não há lugar para refutações quando discordamos de princípios, noções e das formas de prova. Nosso método encontrará seu caminho para aqueles que estiverem aptos a entendê-lo.
  36. O melhor jeito de começar é introduzir os particulares e suas sequências em abstinência das noções antigas.
  37. Não é ceticismo. As coisas podem ser conhecidas, mas não pelo método atual.
  38. As ilusões e noções antigas oferecem resistência para o aprendizado dos novos.
  39. Quatro tipo de ilusões: ídolos da tribo; da caverna; do mercado; e do teatro.
  40. Os ídolos são eliminados a partir de noções e axiomas fundamentados na indução verdadeira.
  41. The idols of the tribe are founded in human nature itself and in the very tribe or race of mankind. The assertion that the human senses are the measure of things is false; to the contrary, all perceptions, both of sense and mind, are relative to man, not to the universe. The human understanding is like an uneven mirror receiving rays from things and merging its own nature with the nature of things, which thus distorts and corrupts it. 41 (ver aforismo 52)
  42. The idols of the cave are the illusions of the individual man. For (apart from the aberrations of human nature in general) each man has a kind of individual cave or cavern which fragments and distorts the light of nature. This may happen either because of the unique and particular nature of each man; or because of his upbringing and the company he keeps; or because of his reading of books and the authority of those whom he respects and admires; or because of the different impressions things make on different minds, preoccupied and prejudiced perhaps, or calm and detached, and so on. The evident consequence is that the human spirit (in its different dispositions in different men) is a variable thing, quite irregular, almost haphazard. Heraclitus well said that men seek knowledge in lesser, private worlds, not in the great or common world. 41 (ver aforismo 53, 58)
  43. There are also illusions which seem to arise by agreement and from men’s association with each other, which we call idols of the marketplace; we take the name from human exchange and community. Men associate through talk; and words are chosen to suit the understanding of the common people. And thus a poor and unskilful code of words incredibly obstructs the understanding. The definitions and explanations with which learned men have been accustomed to protect and in some way liberate themselves, do not restore the situation at all. Plainly words do violence to the understanding, and confuse everything; and betray men into countless empty disputes and fictions. 41 (ver aforismo 59)
  44. Finally there are the illusions which have made their homes in men’s minds from the various dogmas of different philosophies, and even from mistaken rules of demonstration. These I call idols of the theatre, for all the philosophies that men have learned or devised are, in our opinion, so many plays produced and performed which have created false and fictitious worlds. We are not speaking only of the philosophies and sects now in vogue or even of the ancient ones; many other such plays could be composed and concocted, seeing that the causes of their very different errors have a great deal in common. And we do not mean this only of the universal philosophies, but also of many principles and axioms of the sciences which have grown strong from tradition, belief and inertia. But we must speak at greater length and separately of each different kind of idol, to give warning to the human understanding. (ver 61)
  45. O ser humano é limitado e acaba vendo coisas que não existem realmente na natureza ou inventando justificativas espúrias.
  46. Once a man’s understanding has settled on something (either because it is an accepted belief or because it pleases him), it draws everything else also to support and agree with it. And if it encounters a larger number of more powerful countervailing examples, it either fails to notice them, or disregards them, or makes fine distinctions to dismiss and reject them, and all this with much dangerous prejudice, to preserve the authority of its first conceptions. So when someone was shown a votive tablet in a temple dedicated, in fulfilment of a vow, by some men who had escaped the danger of shipwreck, and was pressed to say whether he would now recognise the divinity of the gods, he made a good reply when he retorted: ‘Where are the offerings of those who made vows and perished?’ The same method is found perhaps in every superstition, like astrology, dreams, omens, divine judgements and so on: people who take pleasure in such vanities notice the results when they are fulfilled, but ignore and overlook them when they fail, though they do fail more often than not. This failing finds its way into the sciences and philosophies in a much more subtle way, in that once something has been settled, it infects everything else (even things that are much more certain and powerful), and brings them under its control. And even apart from the pleasure and vanity we mentioned, it is an innate and constant mistake in the human understanding to be much more moved and excited by affirmatives than by negatives, when rightly and properly it should make itself equally open to both; and in fact, to the contrary, in the formation of any true axiom, there is superior force in a negative instance.
  47. O intelecto está mais suscetível as ideias que impressionam a mente e a imaginação. Fica fixo nessas ideias e tenda a usá-las como lentes ou fieis de balança.
  48. O intelecto nunca para, de modo que tende a especular sobre os fatos universais. Busca causas finais que dizem mais a respeito do homem do que da natureza.
  49. O intelecto é cheio de vieses.
  50. Um dos maiores vieses  é o dos sentidos. Pois coisas que excitam os sentidos tem mais atenção do que as que não o fazem. Para o progresso, é necessário ir além da visão e investigar os processos e estruturas ocultas nas coisas. O experimento deve julgar a natureza enquanto o sentido julga o experimento.
  51. Abstrações nublam o intelecto. Coisas em fluxo são vistas como estáticas. Dissecar é melhor que abstrair, como fazia Demócrito. Deve-se estudar a estrutura e a mudança da matéria e as leis que as regulam. Formas são vazias, a não ser que as leis sejam denominadas formas.
  52. Such then are the illusions that we call idols of the tribe, which have their origin either in the regularity of the substance of the human spirit; or in its prejudices; or in its limitations; or in its restless movement; or in the influence of the emotions; or in the limited powers of the senses; or in the mode of impression. 46 (ver aforismo 41) 
  53. Idols of the cave have their origin in the individual nature of each man’s mind and body; and also in his education, way of life and chance events [...]. 46 (ver aforismo 43)
  54. Algumas informações estão mais disponíveis ou tem mais crédito, devido aos vieses do homem. Futuras informações são distorcidas para se encaixar as primeiras. Cricita aristóteles e louva os químicos e físicos.
  55. Algumas mentes reparam nas diferenças entre as coisas, enquanto outras nas semelhanças.
  56. Algumas se dedicam ao passado e outras às novidades. Poucas conseguem ficar no meio para o infortúnio das ciencias, uma vez que a natureza da verdade não está ligada ao tempo que foi descoberta.
  57. O mesmo vale para aqueles que dão muito valor às partes em relação ao todo, ou vice-versa.
  58. A auto análise é necessária para não cair nesses extremos e se livrar dos ídolos da caverna.
  59. But the idols of the marketplace [ou fórum, praça] are the biggest nuisance of all, because they have stolen into the understanding from the covenant [signfificado] on words and names. For men believe that their reason controls words. But it is also true that words retort and turn their force back upon the understanding; and this has rendered philosophy and the sciences sophistic and unproductive. And words are mostly bestowed to suit the capacity of the common man, and they dissect things along the lines most obvious to the common understanding. And when a sharper understanding, or more careful observation, attempts to draw those lines more in accordance with nature, words resist. Hence it happens that the great and solemn controversies of learned men often end in disputes about words and names. But it would be wiser (in the prudent manner of the mathematicians) to begin with them, and to reduce them to order by means of definitions. However, in the things of nature and matter, these definitions cannot cure this fault. For the definitions themselves consist of words, and words beget words, so that it is necessary to have recourse to particular instances and their sequences and orders; as we shall explain soon when we deal with the method and manner of forming notions and axioms. 48 (ver afo. 43)
  60. Dois tipos de ilusão: nomes para coisas que não existem pois foram imaginadas (também existem coisas sem nome pois não foram observadas) ou nomes para coisas que existem mas causam confusão por serem mal aplicados ou mal definidos. O primeiro tipo é fácil de corrigir mas o segundo não. As palavras podem ser mais erradas do que outras.
  61. ídolos do teatro são conscientemente aceitos por aqueles que acreditam em teorias acriticamente. Não podemos refuta-las pois não concordamos com o significado de princípios ou provas.
  62. And the stories of this kind of theatre have something else in common with the dramatist’s theatre, that narratives made up for the stage are neater and more elegant than true stories from history, and are the sort of thing people prefer. 50. Filósofos cometem o pecado de elaborar muito sobre pouca observação ou misturam teologia. Três tipos de erros: sofista (partem da lógica ao invés das observações), empírico (observações limitadas que distorcem futuras elaborações) e superstição (que utilizam dogmas, espíritos e crenças).
  63. Mete o pau no aristóteles, o sofista.
  64. Mete o pau nos físicos e químicos, os empíricos.
  65. Mete o pau em Pitágoras e Platão, os susperticiosos.
  66. A mente se engana em achar que a separação ou composição vista nas artes mecânicas se reflete na natureza universal das coisas. A mente tende a ser idealista e achar que as variações são erros em relação a forma ideal das coisas. Critica a teoria dos fluidos na medicina. Os movimentos são vazios, pois não indicam as causas e o processo que ocorre na transformação das coisas. As causas finais são inúteis. O que importa são as intermediárias.
  67. Não se deve pecar pelo excesso de crença nem de descrença nas teorias. ídolos se tornam mais fortes no intelecto com o passar do tempo. Os sentidos e o intelecto não devem ser abandonados devido às suas ineficiências, mas assistidos pelo mesmo motivo.
  68.  Os ídolos devem ser abolidos em favor das ciências.
  69. Demonstrações baseadas nos sentidos têm quatro probleamas: i) os sentidos são falhos; ii) as noções são pouco definidas; iii) indução é inútil se atingir os princípios das ccs apenas por numeração sem uso de exclusões e dissoluções ou observações da natureza; iv) o método de descoberta e prova que começa dos princípios gerais e então testa os axiomas intermediários a partir deles é o pior dos erros.
  70. A melhor demonstração são experimentos (Or ‘experience’. Experientia and experimentumare used indifferently by Bacon both for the unforced observation which we might call experience and for the contrived experience which we might call an experiment.). No search for the nature of a thing is going to be successful if confined to the thing itself; the inquiry needs to be widened to include more general issues 56-7. Os experimetos não devem descambar em prática, mas sim focar em descobrir verdadeiras causas e axiomas.
  71. As ciências são gregas em fundamento. Outros povos contribuiram pouco para elas. Mas eles todos eram sofistas, pois sua filosofia era retórica. Os pré socráticos eram um pouco melhores, mas não muito. 
  72. Eram um povo ignorante do tempo passado e de grande parte das regiões do mundo.
  73. As filosofias e ciências podem ser atestadas pelos seus produtos. Esse é um sinal.
  74. Outro sinal é que ccs ou artes fundadas na natureza crescem e se desenvolvem, enquanto aquelas fundadas nas inépcias humanas degeneram-se.
  75. As declarações dos autores também são sinais. Os piores são aqueles que atestam, a partir de seus dogmas e arrogância, que determinadas coisas são impossíveis ou incogniscíveis.
  76. A discordância entre as diferentes escolas é outro sinal. Se fossem baseadas na natureza seguiriam um mesmo caminho.
  77. Platão e Aristóteles sobreviveram ao tempo por serem mais simples, mais aprazíveis às massas. O que faz sucesso apela ao senso comum. Foram seguidos não pela verdade de suas teses, mas pelo culto que se formou ao redor deles.
  78. A evolução do conhecimento só ocorreu entre os gregos, romanos e ingleses por poucos perídodos tempo. Outros lugares e outros tempos não produziram nada de valor. Essa é uma razão do método baconiano não ter sido descoberto antes.
  79. Mesmo nos momentos e locais propícios, filosofia natural não era o foco do pensamento. Mas ela deve ser considerada a mãe das ciências.
  80. Filosofia natural era vista como um meio de chegar a outros lugares, e poucos se dedicavam somente a ela. This is why astronomy, optics, music, most of the mechanical arts and medicine itself, also (and perhaps more surprisingly) moral and civil philosophy and the sciences of logic, do not reach down to the bottom of things, but simply glide over the variety of things on the surface. For after they have been divided and constituted as particular sciences, they are no longer fed by natural philosophy, which could have lent them new strength and increase from the source, and from true observations of motions, rays and sounds, of the texture and structure of bodies, and of the passions and intellectual processes. It is no wonder that the sciences do not grow when they are cut off from their roots. 65-6
  81. Poucos sabem o destinho da cc., que é beneficiar o homem com recursos e descobertas. Assim, poucos estudam as ccs sem ser para ganhos pessoais economicos ou sociais. Aqueles que escapam a isso não seguem um único caminho de investigação da verdade, mas se dividem entre várias doutrinas. Mesmo que alguém escapasse das duas coisas ele vai aceitar coisas que apelem à mente e tragam causas para coisas já conhecidas e não chegará a novos axiomas.
  82. Da mesma forma que não a linha de chegada, não há uma estrada decente para seguir: everything has been left to the darkness of traditions, or to the eddy and whirl of arguments, or to the waves and windings of chance and casual, unregulated experience. Ponto interessantes mais a frente
    1.  The true order of experience, on the other hand, first lights the lamp, then shows the way by its light, beginning with experience digested and ordered, not backwards or random, and from that it infers axioms, and then new experiments on the basis of the axioms so formed; since even the divine word did not operate on the mass of things without order. 67
  83. Há ainda vários preconceitos erguidos contra os experimentos.
  84. Figuras de antiguidade, autoridade e consenso (ver 77) atrapalharam o desenvolvimento das cc. Discorre sobre a natureza do tempo para o conhecimento.
  85. Admiração da quantidade de obras e inventos também impediu o desenvolvimento das ciências. No caso dos livros essa abundância vem junto com redundância. Alquimistas vivem de coincidências e explicações ad hoc.  They fit quite well in the story of the old man who left his daughters some gold buried in a vineyard and pretended not to know the exact spot; as a result of which they set themselves to dig diligently in that vineyard; and no gold was found, but the harvest was richer for the cultivation 71. Mágica de maneira geral é balela e charlatanismo.
  86. Os professores fazem parecer que as ciências são mais do que realmente são. Elogia os pré-socráticos, que já faziam melhor com aforismos.

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