Sobre a hemus
- DOPS - Queim de cerca de 30 mil livros considerados subversivos na livraria Hemus. Prisão de José Gutman que vendeu os livros.
- relação amistosa com membro do governo
- 1979 crise no mercado editorial
- Havia uma livraria nova hemus até 1979 administrada pela esposa de Ely.
- A livraria foi adquirida pelo funcionário português Manoel Domingos da Silva Fonseca (n. 1952).
- Behar vendeu em 1972, época boa. Mesmo assim o comprador não entendia do negócio e a livraria quase faliu e revendeu-a a Manoel que foi incentivado por Behar.
- 84-86 crecimento do mercado editorial.
- Campanhas antigas levaram a publico jovem que consome cultura pós ditadura a ler livros.
- Fundou sua casa editorial em são paulo após ter dirigido outras na bulgária.
- Foi um dos introdutores do liros de bolsa nas bancas ainda em 50, primeiria a publicar hqs com 4 cores e favorecia o livro técnico
- Em 94 estava com as vendas baixas.
- Maxim consultou o SEBRAE/SP. Decidiu retomar o foco nos livros técnicos.
- Para controlar melhor a distribuição abriu uma livraria na sede da editora e contratou uma equipe de vendedores, além de investir em novos títulos.
- Behar lançou várias editoras, Maxim seguiu a vocação. "No início, lançou uma coleção sobre vultos brasileiros, que não existia no mercado editorial do País, inaugurando, também, a edição de livros de bolso no Brasil, com séries de faroeste, espionagem etc."
- No começo era literatura erótica. Behar apostou nos livros técnicos pois via lacuna no brasil. O manual técnico do mecanico vendeu um milhão de exemplares. "Como só os livros técnicos não sustentam uma editora, entramos, também, no realismo fantástico, na ficção científica, misticismo, ocultismo, esoterismo, alguma coisa sobre saúde naturalista, plantas medicinais e livros infanto-juvenis. Abrimos tanto o leque que nos perdemos."
- "Há trinta anos que as editoras estão em crise, mas sempre estão aparecendo empresas novas no setor. Só no Brasil pode acontecer isso. Veja nosso exemplo: numa decisão pessoal, conseguimos mudar a estrutura da empresa, e o faturamento aumentou cinco vezes. Conseguimos, com nossa reciclagem interna, melhorar a vida de todos, que começaram a ganhar mais. Descobrimos que 80% dos nossos problemas estavam aqui mesmo e resgatamos a pessoa acomodada dentro da empresa. Antes, achávamos o seguinte: o que está bom vai continuar assim e o que está ruim vai melhorar daqui a um mês. E as coisas foram piorando.
O melhor investimento é aquele feito no ser humano e, por isso, os livreiros, os representantes, os distribuidores e os gráficos têm que se considerar parceiros comerciais e transformar o livro em produto. Assim, estamos chamando nossos representantes em outros estados para que atuem juntos, pois não adianta fazer um esforço aqui e não acontecer nada no outro lado do processo. Estamos colocando vendedores na rua para pesquisar, trazer os problemas do mercado para a gente saber o que fazer. Contratamos, também, uma assessora de imprensa para fazer um trabalho contínuo nessa área.
Temos uns dez títulos de sucesso, acima de 3 mil exemplares. O Plano Cruzado provou que existe um mercado latente para o livro no Brasil. Naquela época, em 1986, vendemos tanto que era impossível fazer estoques, enquanto, agora, tenho um fundo editorial avaliado em US$ 1,5 milhão. Hoje, é mais fácil fazer livros, mas é mais difícil vender. Nos Estados Unidos, existe toda uma estrutura favorável à edição e comercialização. Quem tem vocação para ser editor entra numa universidade e prepara-se profissionalmente. Aqui, o dono da editora tem que acumular essa função."
A Leopardo Editora será a distribuidora exclusiva do atual catálogo da Hemus, referência no mercado de obras técnicas há mais de 54 anos. A história editorial da empresa será mantida, por meio de lançamentos com seu selo nas áreas que ela já atua e expandirá sua abrangência através do próprio logo da Leopardo, além de publicar novos livros que abordam assuntos em áreas como a Fronteira do Conhecimento e Negócios, por exemplo.
A origem da editora Hemus remonta à década de 30, na Bulgária, quando o fundador, Eliyahu Behar, iniciou a sua incursão no ramo de livros, então com 17 anos. Editou várias obras em diversas áreas, até 1948, quando fugiu dos comunistas rumo a Israel. Em 1955, veio ao Brasil e montou a empresa, já com esse nome, e focou na publicação de volumes no campo da literatura e filosofia, principalmente. Eram materiais que compunham páginas com letras de chumbinho, uma técnica, hoje, bastante artesanal.
Em 1968, a Hemus tomou um rumo que viria a torná-la referência no mercado. Iniciou-se a incursão na área de livros técnicos, que possui um acervo de mais de 200 títulos, que cobrem assuntos como mecânica, construção, arquitetura, entre outras.
Há algo bastante interessante na história da família Behar, que fundou a editora. É que o fascínio pela escrita vem do bisavô do atual diretor da empresa. Muito antes da década de 30, ele escrevia livros à mão, tarefa semelhante aos monges copistas, e deixou o legado para as futuras gerações. Assim, a paixão pela escrita passou de pai para filho e segue neste caminho até hoje com a Hemus que já publicou mais de 800 livros nestes 54 anos de história.
A editora percebeu uma lacuna na literatura técnica e resolveu especializar-se nesta área, editando obras bem específicas. Apesar disso, a Hemus possui grandes clássicos da literatura internacional como Peter Pan, Mágico de Oz e até renomados livros de política, dentre eles, O Príncipe, de Nicolau Maquiavel.
O papel da Leopardo Editora será promover para as coleções Hemus e Leopardo um alinhamento com os avanços das tecnologias, de modo que proporcione uma maior penetração dos livros nos mais diversos canais de distribuição da literatura mundial.
o selo hemus conta com nove coleções, entre elas ficção & literatura e filosofia. os 26 títulos que compõem a coleção de ficção e literatura já eram publicados desde os anos 1970 pela antiga hemus. o mesmo se aplica aos 21 títulos constantes na coleção de filosofia apresentada no site.
fico um pouco ressabiada pois a antiga hemus andou praticando coisas que não são bonitas e até andou licenciando suas pseudotraduções para outras editoras, entre elas a ediouro e o círculo do livro.
aqui no nãogosto apresentei quatro edições complicadas da hemus, a saber: charles darwin, a origem das espécies; fustel de coulanges, a cidade antiga; émile zola, germinal, e émile zola, a besta humana. havia outras esquisitices em seu catálogo dos anos 70 e 80, mas, como a hemus tinha praticamente desaparecido de circulação, considerei que havia outras fraudes mais recentes e mais urgentes a combater.
no entanto, agora constato que pelo menos as obras de darwin e fustel permanecem no atual catálogo da leopardo, aliás com destaque na seção "hemus recomenda" do catálogo de 2010, disponível em pdf (pp. 31-32). aí a coisa complica e obriga os leitores a redobrarem a atenção em relação às demais obras atualmente publicadas pelo selo hemus.
Em meio impresso, a versão da Hemus(ou a própria edição da Lello) deu origem a uma série de derivações, incluindo as seguintes (para detalhes e comentários adicionais, ver postagem “Miséria pouca é bobagem”, de Denise Bottmann, publicada no blogue Não gosto de plágio, em 30/10/2009): Ediouro (1987); Hemus/Novo Século (2000); Martin Claret (2001), em tradução atribuída a “John Green”, nome fictício para um tradutor inexistente (para comentários e detalhes adicionais, ver postagem “João Verde”, de Denise Bottmann, publicada no blogue Não gosto de plágio, em 9/7/2010); Madras(2004), em tradução atribuída a Caroline Kazue Ramos Furakawa, ex-funcionária da editora e que, posteriormente, teria tomado providências judiciais contra o uso indevido de seu nome; Leopardo/Hemus (2009) e, por fim, Levoir/Folha de S.Paulo (2010), esta última muitas vezes atribuída (erradamente) à Publifolha.
Todas ou quase todas essas edições foram recolhidas ou, de algum outro modo, já estão fora do mercado. Cabe, no entanto, a pergunta: como foi possível que edições espúrias, frutos da pilhagem do trabalho de terceiros, permanecessem tantos anos em circulação, não apenas espoliando financeiramente os consumidores, mas, sobretudo, os engabelando intelectualmente? A maior parte da resposta tem a ver, evidentemente, com a má-fé ou o despreparo do pessoal responsável pela publicação das obras (i.e., funcionários e proprietários das editoras), ainda que a inexperiência ou a desinformação de jornalistas que cobrem esse tipo de pauta também possa ter contribuído. Afinal, a imprensa é perfeitamente capaz de induzir (deliberadamente ou não) o leitor a comprar “gato por lebre”. Por exemplo, quando chama o produto de uma pilhagem de “grande novidade editorial” – ver a matéria “Roupa nova para um clássico da ciência”, de Aline Gatto Boueri, publicada na Ciência Hoje On-line, em 6/8/2004.
- Mais um exemplo de apoio popular que, aliado à tradição censória brasileira, respaldou o Decreto-lei n.º 1077. Na verdade, mesmo alguns editores de literatura pornográfica, como Eli Behar, da Editora Hemus, apoiavam a censura prévia estabelecida pelo decreto, pois acreditavam que ela “pode evitar os prejuízos causados por edições de livros já apreendidos” (Sete, 1970: 20). Como já se sabe, isto jamais aconteceu, porque nem os autores nem os editores sabiam quais eram os critérios da censura. O que a declaração de Behar apresenta de novo é a perseguição rotineira de livros pornográficos antes da publicação do decreto-lei. A partir de mandados de Juizados de Menores, as apreensões aconteciam principalmente em feiras do livro [...]. 77
- Eliyahu "Eli" Behar, nascidio em Kazanlik, Bulgária, 8.4.1920. Saiu de lá depois da segunda guerra mundial por ser de origem judaica. Serviu ao exército em Israel e lá fundou sua primeira livraria que administrava junto com a esposa, Rachel "Relly" Behar, e depois editora.
- Veio ao Brasil em 1955 para expandir seus negócios, sem família prévia aqui. Fixou-se em São Paulo.
- Em 1965 funda a editora Hemus, que incialmente se chama livraria exposição do livro.
- Especializou-se em livros técnicos e esotéricos. Também foi autor ou co-autor de alguns livros da editora.
- Faleceu em 1983. Maxim Behar, seu filho, assumiu a editora.
- Em 2009 inicia a Leopardo, que mantém uma linha editorial semelhante a da Hemus e distribui eus livros.
- Editora começou com livros eróticos ou romances eróticos até encontrar o livro técnico.
- Eli Behar apoiou a Lei de censura pois evitava batidas aleatórias. Foi investigado em 1965 pelo DOPS devido a associação indevida e foi mandado que queimasse 30 mil exemplares.
Comentários
Postar um comentário