Ana Afonso, Planeta Vivo e Exclamação.

 Entrevista Nuno gomes CRISTINA 2017

  • Nuno Gomes. Biólogo e mestre em ecologia pela universidade do porto.
  • 48s Pouca discussão sobre origem da vida durante o curso. Não tinha paleonto. Não tinha algo que ligasse tudo. Atualizou depois. Os profissionais se formavam sem muito clareza
  • 2m leu darwin por conta propria JMP. Gosta muito de darwin
  • 6:10m poucos títulos traduzidos, alguns mal traduzidos (cita uma tradução que não gosta do descent of man, diz que deve ser a origem do homem.) A lingugem tecnica de darwin é dificil, alguns termos cairam.
  • 8:58 preocupação com atualização para que o livro seja efetivamente lido
  • 19m Acredita que todas as obras de Darwin devem ser traduzidas. Coleção Planeta darwin. Pretende quatro por ano. Duas em tradução já em 2018. Foi conhecendo os tradutores, alguns ja conhecia
  • 32:50 José Bernardo Madeira se propos a traduzir o variation.
  • 33:40 Ana Afonaso: maratona para traduzir em 2 meses para poder sair ainda em 2009
  • 34:30 tudo é muito caro, daí demora. Não são viáveis no mercado português. Nem na inglaterra se publica tudo ao mesmo tempo. A coleção tem que ser muito bem estruturada para  vingar.
  • 36: A ascendencia do homem (Paulo Lima Santos) e Variation deveria sair em 2018. Ascendencia foi muito difícil.
  • 37:30 Intenção de publicar a origem sintetizada ilustrada no fim da coleção, com fins de didáticos.
  • 42:30 Opção foi ignorar outras traduções. 43:30 as várias edições constituem um problema para os editores. Outras traduções não informam de qual edição são, dificutando sua consulta
  • 43:45 Criterio de selecionar a ultima visão de darwin sempre, prefere respeitar as correções de Darwin
  • 46:20 tem um trecho de arruda furtado na obra. Nuno escolheu por que era um dos poucos portuguesas ligados a darwin
  • 47:50 tera um volume chamado darwin em portugal por Thomas Ussner Dellinger. Falará da recepção do darwinismo em portugal e a relação de portugal com darwin.
  • 54:50 Problema de contato com a inglaterra pela barreira linguistica que era francesa
  • 57:05 tem que ser bem feito
  • 58:00 ideia e fazer uma revisão da priemria edição para ser republicada em novo formato
Notas da Cris.
  • Nuno, por exemplo, nasceu em Viseu, é biólogo e mestre em ecologia pela Universidade do Porto. Além de editor, trabalha com o desenvolvimento de tecnologias de tratamento de água e se interessa por Darwin desde a graduação, quando leu a Origem por conta própria e logo percebeu problemas de tradução. Aqui, como no Brasil, a formação em biologia não requer essa leitura, o que sempre lhe causou espanto, pois considera a teoria da evolução por seleção natural como o cerne da biologia, fundamental para conhecer o humano e as relações ecológicas, apesar de a seleção natural não explicar tudo. Na nossa conversa, deu para perceber o entusiasmo dele com essa teoria, que lhe permite entender a diversidade da vida no nosso planeta. 

    Quanto ao projeto, do qual se orgulha deveras, a ideia é publicar a obra completa de Darwin. Além da já publicada Origem, cuja tradução é de Ana Afonso, estão no forno os livros A ascendência do homem e Variação sob domesticação I. O primeiro traduzido por Paulo Lima Santos, e o segundo, por José Bernardo Madeira. Nuno confessa que foi ingênuo no início, achando que daria para realizar esse projeto em cinco anos. Aos poucos, ele viu que isso não seria possível, que a tradução é uma etapa complicada, trabalhosa e cara, bem como a diagramação, que foi refeita, inclusive da Origem, que deve ganhar uma edição revisada e de cara nova em breve (na foto, ao lado dos livros, há uma folha com o planejamento de todos os 20 volumes dessa coleção). A meu ver, é um projeto para a vida toda. Sobre como escolher os originais, Nuno diz que adotou o critério de publicar sempre as últimas edições, pois elas foram revistas em vida por Darwin, mas sabe que este é só um critério, não é melhor nem pior que outros.

  • Planeta vivo visa sanar a lacuna de obras científicas e de divulgação biológicas em portugal e principalmente, sobre portugal. Também obras tecncias sobre biodiversidade e sustentabilidade.
  • 4 Darwins por ano (total 20) e várias coleção de biodiversidade portuguesas.

  • Entrevista sobre a Bluemater na verdade. Fundadas por Nuno GOmes por volta de 2007. Empresa de tratamento de águas e de desnvolvimento de tecnologia de tratamento e outros ramos da sustentabilidade.
  • Editora Exclamação: A arte da palavra

    A Editora Exclamação é uma editora nova, “mas que vai continuar a preservar todos os títulos antigos, comprometendo-se a trazer publicações que para muitos podem ser surpreendentes”.

    Com propostas de reedições como Planeta Darwin, propostas de novas publicações ou coleções já publicadas como l Miu Purmeiro Libro em Mirandés, Diário da Natureza ou o Sentimento do Porto, Nuno Gomes afirma que sempre teve interesse pela edição. “Era uma área que me fascinava e verificava que havia muitos livros que gostaria de ver publicados e que não estavam. Quando iniciei este projeto estava mais direcionado para livros relacionados com a natureza, mas percebi que não era sustentável e nem havia títulos suficientes pelo que alargamos o nosso portefólio”, afirma o CEO da Bluemater. Apesar do mercado estar em decadência, Nuno Gomes realça que vai manter a editora por prazer e por gostar do que faz.

    É o seguimento do projeto planeta vivo, uma empresa que tinha como foco a natureza, observando e intervindo, testando métodos e descobrindo soluções mais saudáveis para o planeta. Este centro de investigação ambiental procurava conciliar o esforço da investigação científica e a sustentabilidade ambiental, de modo a promover a biodiversidade, no conhecimento e na conservação. Outro serviço prestado era o de consultadoria ambiental, sobretudo sobre ecologia e temas relacionados com a conservação da natureza.

  • Abriu aa livraria bibliofilia no porto. Já com catálogo amplo de humanidades e procurando fazer da livraria um centro de convivência. Títulos selecionados de pequenas editoras.
  • Ainda quer reeditar a coleção Darwin. Deveria sair em dezembro.
    • Da editora de Nuno Gomes, destacam-se as coleções Avesso, dedicada a autores mais esquecidos (o russo Velimir Khlébnikov será o próximo), Brasiliana (literatura brasileira, em que constam Alexei Bueno ou Alberto Pucheu) e, a partir de setembro, a Africana, que começará com o autor moçambicano Álvaro Taruma. No futuro, a editora Exclamação quer ampliar a coleção Planeta Vivo (publicações sobre Natureza) e reeditar toda a coleção Planeta Darwin. A Origem das Espécies será o primeiro livro, com publicação prevista para dezembro.

  • Títulos selecionados. Pandemia previniu a abertura mais cedo.
    • A história de Nuno Gomes não é em linha recta. Quando vivia a agitação dos vinte anos, com uma licenciatura em Biologia concluída, sonhava ser um David Attenborough e andar pelo mundo fora a fazer investigação. Mas entre tempo dedicado ao estudo de lontras e algumas lições da vida, mudou-se para outra estrada e testou a via empresarial. Fundou a sua primeira empresa e por mais de uma década teve uma loja de aquários no centro do Porto. Mas ainda não era aquilo. Em 2007, criou a empresa Planeta Vivo, com a qual fazia investigação na área ambiental e publicou os primeiros livros ligados à natureza. Os estudos de impacto ambiental encomendados por empresas como a EDP foram, no entanto, instalando a desilusão no biólogo: “Não havia um objectivo puro de estudar para resolver problemas. Era tudo mercantilista”, recorda. Enquanto ia preenchendo algumas “lacunas” numa área editorial quase deserta em terras lusas, abandonava, pouco a pouco, o lado mais empresarial.
    • Mas um problema persistia. A produção destas obras era muito cara e “não tinham viabilidade económica.” A realidade ditou, assim, uma “diversificação” nas publicações, cumprida “de forma colegial e sem pressas”. Pelo menos até a chegada da editora espanhola Planeta a Portugal criar desordem. A confusão de nomes com a empresa fundada no Porto acontecia com frequência e Nuno Gomes decidiu mudar: em 2014 aparece a Exclamação, que absorve as edições da Planeta Vivo como uma das suas colecções, mas já se destaca em áreas tão variadas como a poesia, ficção ou ensaio. 
  • Decidiu se afastar de apenas traduções e passou a fomentar coleçoes de poesia e literatura. "Só editamos aquli do que gostamos', geralmente autores pequenos sem espaço nas editoras maiores. Também mantém a coleção de livros cientificos planeta vivo.
  • Livraria como espaço de convivência.
    • O negócio, esse, parece condenado a ser pouco apetecível. E como se mantém, então, as portas abertas? Com a “costela de inventor” de Nuno Gomes (tem três patentes na área do tratamento de águas registadas e mais duas a caminho) na empresa Bluemater. “Lá ganho dinheiro e aqui gasto”, graceja.
  • Pensaram em adiar ainda mais devido a pandemia.
    • A livraria surge como uma expansão natural da editora Exclamação, que "viu o seu mercado afectado pela agonia do sector livreiro, acentuada pela pandemia". "Passamos, assim, a ter um espaço próprio de venda das nossas edições, de apresentação e lançamento das obras inéditas, dando ao mesmo tempo espaço às pequenas e micro-editoras que têm dificuldade em estar representadas, por não terem distribuição ou por as livrarias não apostarem nelas."
  • Convivencia e pequenos autores/editoras. Himanidades e histíoria natural
    • A Editora Exclamação começou em 2007 como Editora Planeta Vivo. Dedicou-se, num primeiro momento, à edição de literatura de história natural e fotografia, mas depois evoluiu para outros temas, como a poesia, o romance, a ficção e o ensaio. A constante confusão com a Editora Planeta e o alargamento editorial levou à adopção do nome Exclamação em 2014, no âmbito da empresa-mãe Bluemater, sendo autonomizada como empresa própria em 2017.

  • Mesma coisa, convivência e autores pequenos.
    • Portugal tem uma especificidade: muitas pequenas editoras que, como nós, trabalham por amor à camisola. A nossa editora é suportada por outros projetos e pela carolice”, prossegue Nuno, que, além de editor, é biólogo. Através da empresa Bluemater, disponibiliza soluções de tratamento de águas inovadoras e ecoeficientes – inventou sistemas já patenteados ou em vias disso.

      Na edição, tudo começou com a Planeta Vivo, ligada à natureza, e que agora é uma das coleções da Exclamação, coordenada pelo próprio. Há várias, com diferentes curadores...

EDITORA (2014?)
  • A EDITORA EXCLAMAÇÃO começou em 2007 como Editora Planeta Vivo. Dedicou-se num primeiro momento à edição de literatura de história natural e fotografia e depois evoluiu para outros temas, entre os quais a poesia, o romance, a ficção, ensaio, entre outros. Esse alargamento temático sugeria um nome mais abrangente e em 2014 nasce a Editora Exclamação.

    A LIVRARIA EXCLAMAÇÃO surge como a expansão natural da editora, para promover as suas publicações e as de outras pequenas e microeditoras. Quer-se um espaço de celebração da literatura e do livro nas suas diversas vertentes – criação, escrita, composição, maquetagem, impressão, encadernação –, onde  ocorrem diversas actividades, entre as quais leituras para miúdos e graúdos, oficinas práticas de impressão, encadernação e outras, ou tertúlias literárias e de cinema ligado à literatura, onde há lugar a exposições de arte ou existe um recanto de leitura para quem quer fugir ao bulício citadino, entre a flora luxuriante e o canto dos pássaros.

    A Livraria Exclamação pode ser lida como BIBLIOFOLIA, a alegria do livro, esse estado a que se vaticinou a extinção mas que continua vivo!


[ix-xii]
  • Situa a coleção nasd commeorações de 2009 e explica a coleção.
  • O origem foi lançado explicitamente no dia 24 de nov para comemorar.
  • explica a importancia de darwin e fala um pouco de suas obras.
    • Uma tradução é uma adaptação e uma visão particular de quem traduz e revê. Por isso, para facilitar a leitura e a compreensão, alguns dos termos originais de Darwin não foram literalmente traduzidos, porque não tinham correspondência em português, porque cairam em desuso, ou ainda porque criariam “ruído” na leitura. Por exemplo, Darwin aplica recorrentemente o termo organic beings, cuja tradução directa seria seres orgânicos. Embora correcto, este termo é pouco usual na língua portuguesa contemporânea e é substituído pelo termo comum seres vivos, que tem também correspondência directa no francês, língua estrangeira privilegiada pelos naturalistas portugueses até meados do séc. XX. Outro termo frequente é organisation, que Darwin aplica indiscriminadamente à organização do indivíduo, ou seja, a sua estrutura ou organismo, e à organização taxonómica dos seres vivos, pelo que nem sempre se respeitou a tradução literal. Outro ainda, refere-se ao termo shell, aplicado genericamente a bivalves e gasterópodes, que são duas classes de moluscos. O termo concha não tem correspondência directa a estes grupos, pois em português refere-se apenas ao invólucro desses animais, que até serve de referência para a classificação das espécies, mas não pode ser aplicado como sinónimo de caracóis, amêijoas, ostras ou outros moluscos. E os exemplos poderiam continuar. Caso o leitor assinale alguma incorrecção ou melhor forma de expressão de alguns termos, agradecemos a sua contribuição para uma futura revisão. [xi]
  • As edições
    • As obras incluídas nesta colecção foram traduzidas a partir das últimas versões corrigidas por Darwin. Ainda que alguns autores considerem, por exemplo, a primeira edição de A Origem das Espécies como mais sintética e elegante, o facto é que só a partir da terceira Darwin introduziu a nota histórica, e na sexta e última por si revista incluiu um capítulo inteiro (sete) para responder a críticas à sua teoria, bem como um glossário, precioso para entender muitos dos termos utilizados nessa obra. E mesmo a sexta edição, de 1872, sofreu posteriores correcções e adendas, sendo reeditada em 1876, o que tecnicamente corresponderia a uma sétima edição revista, embora o editor mantivesse o número seis na reedição. É esta a versão aqui traduzida. Estas revisões e acrescentos devem ter sido importantes, pois, mesmo as reedições actuais, baseadas na primeira edição original, incluem a nota histórica e o glossário, num misto editorial pouco claro. O nosso entendimento é que se Darwin sentiu necessidade de corrigir e acrescentar as novas edições é porque seria importante fazê-lo, pelo que respeitamos essa vontade. O mesmo é válido para os outros títulos que foram alvo de reedições por ele revistas. [xi]
  • Agradece Wyhe e informa disponibilidade do livro no site.
Vieira [xiii-xiv]
  • Fala sobre as ediç~pes, a linguagem, o marketing e o sucesso.

ENTREVISTA ANA AFONSO (CRIS, 2017)
  • Nasceu em Viana do Castelo. Formada em letras com foco em estudos da tradução pela universidade do porto. Trabalho eventual de tradução em várias áreas.
    • Gostei do termo que ela usou ao se referir à sua aceitação do desafio de traduzir a Origem: "ignorância atrevida". Embora tenha sido o trabalho mais mal pago da sua vida, que lhe exigiu quatro meses de dedicação exclusiva (foi morar com os pais para poder dar conta do recado), a Ana não se arrepende da experiência, diz que ficou satisfeita com o resultado final, apesar do gosto amargo de não lhe ter sido permitido fazer a revisão que gostaria. Parece que rolou uma pressão da editora, que planejava a publicação para novembro de 2009, na mesma época em que, 150 anos antes, saiu a primeira edição da Origem. Ademais, reclamou de uma revisão inicial feita pelo editor: "Ele mexeu nas minhas vírgulas!". Para uma tradutora-revisora exigente, isso é inadmissível, sei bem como é. Ela também não gostou da diagramação final do livro, que também passou pela sua mão, ocupando-lhe tempo precioso que poderia estar sendo gasto com revisão.
  • Consultou outras trads.

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