EDIPRO
690 notas. 514 do Bizzo, 174 do tradutor, 2 para a editora e o preparador.Não utilizaram referências no rodapé "inclusive para ser fiel à edição original". Trad revisada com dicionários da época. A rev tec consultou outras trads para o portugues, importante para termos técnicos e nomes de animais. Usa: MC, EA, Aulyde, H, AF e J. Também consultou-se outras obras de Darwin além de vasta bibliografia secundária e técnica.Fala sobre os textos sensacionalistas:A revisão técnica não incluiu os textos da capa e contra-capa do livro, preparados sem a participação do revisor técnico. Alguns leitores podem considerá-los excessivos, mas deve ficar claro que foram preparados sem conhecimento do revisor técnico, que agradeceu muito a generosidade das referências aos editores, mas solicitou mudanças para que ficassem mais neutras, as quais não puderam ser atendidas devido ao cronograma de impressão da obra
"... manter mais próximo do original todos os detalhes." Explicação sobre a trad de evolved para evolução.Dificuludade de traduzir organismos. Questão do faisão, lagópode, faisanídeo e todos os casos particulares. Também o steamer duck e o rock-thrush (erro de darwin). Comprometimento com uma classificação taxonômica.Paulo Sano auxiliou na parte botânica. Antes não existia Leguminosae e Fabaceae, mas Papiloniaceae. Darwin passa a utilizar a classificação nova já no variation 1868.
Fidelidade:Nesta versão para o português procura-se a máxima fidelidade ao texto original, o que nem sempre ocorreu com outras edições. É interessante que a primeira tradução para o alemão literalmente invadiu o espaço do autor e modificou a obra, em especial retirando a frase “luz será lançada sobre a origem do Homem e sua história”. O tradutor, um reconhecido e premiado paleontólogo que era inclusive citado na obra, Heinrich Bronn (1800-1862), professor da Universidade de Heidelberg, ficou tão chocado com ela que resolveu censurá-la.
- Sobre as edições
Eu criei uma palestra, que ainda não transformei em livro, “Duas críticas que mudaram o livro de Darwin”, que fala justamente disso. Antes de qualquer coisa, é necessário dizer que a viagem de Darwin não tinha a finalidade de colher evidências para alguma ideia já existente. Ele embarcou no Beagle com a certeza do criacionismo: todos os seus professores da Universidade de Cambridge eram criacionistas, inclusive o que lhe havia passado o convite para a viagem. O modo de coleta de espécimes, em especial no arquipélago de Galápagos, indica claramente isso. Em segundo lugar, as mudanças mais significativas ocorreram na última edição, em 1872, quando as críticas já haviam se avolumado consideravelmente, com o acréscimo de um capítulo inteiro para fazer frente a elas. Mas, para entendê-lo, seria necessário retomar as críticas. É interessante que algumas das modificações só podem ser compreendidas tendo em vista as outras publicações de Darwin. Por exemplo, nessa primeira edição, ao falar das diferenças “tão fortemente marcadas nas raças humanas”, ele completa o parágrafo com a frase “posso acrescentar que é possível lançar um pouco de luz sobre a origem dessas diferenças principalmente através de um tipo especifico de seleção sexual” (pg 209). Esse trecho foi retirado da última edição, o que levou alguns leitores a pensar que ele teria mudado de ideia em relação à evolução humana, inclusive porque a referência ao “Criador” aparece muito mais nas edições subsequentes. No entanto, Darwin publicara, em 1871, uma extensa obra sobre a evolução humana, Descent of Man, na qual ele lança muito mais do que “um pouco de luz” sobre a questão. Manter aquele parágrafo inalterado no “Origem…” pareceria desatenção.Bem, em primeiro lugar, a preferência pela última edição não é algo que possa ser considerado consensual nem mesmo entre os especialistas de hoje. É claro que, após a morte de Darwin, 10 anos depois da sexta edição, as reimpressões seguiram sendo da última edição, como seria desejo do autor. Além do mais, as críticas que ela respondia, como disse, com um capítulo inteiro, estavam ainda vivas. Publicar uma edição anterior soaria como reconhecimento que as críticas eram irrebatíveis – o que, de fato, não eram – e, além do mais, tratava-se de literatura contemporânea, não de uma obra histórica. Em 1909, a primeira edição ficou sem copyright, e a editora da obra passou a fazer forte propaganda para que fosse comprada apenas a última edição, que gerava rendimentos para a empresa e herdeiros. Livros da editora traziam propaganda dizendo “A primeira edição deste livro, cujo copyright expirou, é uma edição imperfeita, que o autor revisou subsequentemente…”. Era óbvio que essa informação estava ancorada na questão comercial, mas foi veiculada de maneira ampla, o que, de certa forma, deve ter influenciado a opinião pública. A primeira tradução portuguesa apareceu em 1913, quando a primeira edição estava fora de copyright, mas foi utilizada a sexta edição, talvez por conta dessa imagem construída pelo editor. Hoje a situação é diferente, pois as críticas da época – como o questionamento do tempo geológico – já não são reconhecidas como importantes. Até mesmo denominações religiosas fundamentalistas já abandonaram o literalismo cronológico na leitura das Escrituras; portanto, podemos nos permitir uma releitura da obra como um todo, e salientar a radicalidade de sua primeira edição. Em 2009, houve diversas publicações da primeira edição, inclusive a comentada por James T. Costa, uma produção muito importante. A própria EDUSP publicou, há 30 anos, uma tradução da primeira edição. Richard Leakey organizou uma publicação comemorativa do centenário da morte de Darwin, em 1982. Esta obra, foi publicada no Brasil pela UnB-Melhoramentos, no entanto, é uma edição condensada, que suprime trechos importantes do texto original da sexta edição, em especial os que trazem afirmações que não são mais consideradas cientificamente válidas hoje em dia, ou que expressam valores morais que não encontravam consenso fora dos círculos da elite vitoriana da época.
Sobre o Marketing do OriginBem, é preciso lembrar que a obra foi alvo de um planejamento de marketing que é raro ainda hoje em dia, pelo menos ao se tratar de livros. Veja a data da carta daquela influente personalidade, agradecendo a surpresa de ter recebido o livro pelo correio: 18 de novembro de 1859. Kingsley era um religioso progressista, crítico tanto da ortodoxia cega de seu arquidiácono anglicano, como dos chamados não conformistas (batistas, metodistas etc.), que considerava obtusos e avessos a novas ideias. Ele é lembrado ainda hoje por seu “socialismo cristão”, e era, portanto, um aliado crucial. Mas note que o livro foi comercializado para o público muito depois da distribuição estratégica, pois chegou às livrarias apenas no início de dezembro. E isso ocorreu também do outro lado do Atlântico, pois Darwin sabia da pujança da “antiga colônia” americana. Ele havia incumbido seu amigo botânico de Harvard, Asa Gray, de distribuir exemplares para personalidades-chave. Era lá que Louis Agassiz estava. Eu poderia citar outros detalhes interessantíssimos dessa estratégia, da qual certamente o editor, John Murray, participou. Ou seja, o livro não se tornou tão comentado espontaneamente, mas contou com um planejamento de marketing do tipo Steve Jobs! Ouvir falar de algo que ainda não está à venda desperta certos sentimentos. Ou seja, outro mérito de Darwin, que pode ser considerado também empresário epistemológico, no sentido de saber vender suas ideias (meu amigo Marcelo Sanchez, da Universidade do Chile, me incentivou a tornar pública essa definição). Os equívocos são muitos, e derivam, basicamente, de duas vertentes. De um lado, o próprio Darwin escreveu coisas muito equivocadas, a começar pela primeira frase do livro, quando se define “naturalista de bordo do Beagle”, o que, de fato, não era. A partir da quarta edição (1866), ele fala da concordância entre suas ideias e as de Aristóteles, cometendo outro equívoco enorme, que se manteve até a última edição, difundido pelo mundo todo. Muitos desses equívocos são repetidos sem nenhuma crítica pelos leitores de Darwin. De outro lado, existe a vertente histórica. Não se pode ler um livro escrito há mais de 150 anos da mesma forma que se lê um livro de nossa época. É por isso que foi necessário alertar o leitor em muitos momentos: a edição da EDIPRO tem 479 páginas e nada menos do que 690 notas de rodapé. O capítulo 4, Seleção Natural, que é central no argumento do livro, tem 47 páginas e 73 notas; o seguinte, capítulo 5, Leis da Variação, trata de assunto no qual Darwin tinha uma visão totalmente oposta àquilo que depois veio a se chamar “mendelismo”, e precisou ainda mais: são 37 páginas e 78 notas explicativas.
- Sobre o público alvo
- A edição da EDIPRO se destina a um público amplo. Acabo de resgatar em meu arquivo uma carta que me foi mandada pelo saudoso professor Newton Freire-Maia em 1987, na qual ele fala literalmente que seria um perigo se estudantes de graduação lessem Darwin no original, pois não seriam capazes de discernir o que continua correto, incorrendo no erro de aceitar “teses erradas, pensado que, pelo fato de serem de Darwin (o perigo do figurão!), devem estar corretas”. De certa forma, esse alerta do professor Freire Maia nunca saiu de minha cabeça, e fico contente de ter contribuído para que não só alunos de graduação, mas até mesmo cidadãos comuns, possam ler Darwin no original. Em que pese o fato de nenhuma revisão técnica ser perfeita, acredito que esta edição apresenta uma tradução muito cuidadosa, esclarecendo termos técnicos e tentando explicar até mesmo os cálculos de idade geocronológica da famosa formação do Vale de Weald (pág. 291). Há alertas para os erros de Darwin, não apenas para as desatualizações, mas também para as concepções equivocadas, por exemplo, a ideia de que certos animais, como a piramboia e o ornitorrinco (que ele chama de “fósseis vivos”), chegaram a nossos dias, pois habitariam locais isolados, nos quais supostamente não haveria seleção natural. Aqui ele se contradiz de maneira constrangedora. Nesses pontos foram inseridas notas com o alerta (nota 23, pág 425), a fim de evitar o que afligia o professor Newton Freire-Maia, o perigo do “figurão” aplacar a crítica. É assim que o livro deve ser lido: com muita crítica.
A edipro procurou nélio (msm na martin claret, mas só pro prefácio. Ele falou da revisão técnica, mas o prazo não era hábil. No prefácio usou um pedaço do doutorado).18.00 até 35:00 mais ou menos.-
18:08 defende a primeira edição. Sexta teria o fritz muller. Corrige mas erra novamente, correções não são muito pertinentes mais hoje em dia. Conta a história de copyright do John Murray. O argumento central está na primeira, a última tem mais interesse histórico. passou uns dois anos fazendo tudo e os ultimos oito meses mais rápidotradutor fez a tradução. Nelio mexia no texto. Critica o finalzinho da ubu. Não mexia nas notas do trad a não ser quando havia erros.Preferiu facilitar do que ser técnico. Paulo Sano ajudou.Tinha comparado alguns pedaços de outras traduções.Traduzir é escolher.Sem censura - fez um disclaimerA editora confundiu a história do BronnÉ orgulhoso do galo da serra do pará.Problemas: superior inferior, fósseis vivos.
Sobre as ediçõesEm geral, as versões publicadas no Brasil optam por trazer a sexta edição do livro, que inclui modificações importantes em relação ao texto original de Darwin, muitas das quais feitas para rebater críticas ao trabalho. Embora o texto tenha saído pela primeira vez em 1859, as últimas mudanças feitas nele datam de 1872.
Bizzo afirma que não ed melhor q a outra mas que a primeira não sofreu as influencias das consequencias de seu lançamento. Inclusive aquelas motivadas por religião."A oposição que se construiu entre Darwin e Lamarck não tinha fundamento nos escritos deles", resume Bizzo. "A preciosidade dessa primeira edição não está na literalidade de cada palavra, mas sim na maneira original como Darwin articula fatos bem conhecidos à época e lhes dá uma interpretação totalmente nova."
Lamarckismo e pefeição da evolução são tidas como "mancadas" de Darwin.- Sobre a tradução:
De maneira geral, a tradução feita por Daniel Moreira Miranda reflete bastante bem o estilo de Darwin, que lembra um pouco o dos grandes romancistas vitorianos e faz questão de se dirigir ao leitor não especialista com a maior clareza possível.
O único senão está na frase final do livro. Na primeira edição em inglês, por incrível que pareça, Darwin não usa a palavra "evolução", apenas o verbo "evoluíram", que aparece na conclusão da obra. Optou-se, porém, pela expressão "mantenham sempre em marcha sua evolução" no último parágrafo. Em inglês, o termo só apareceria na sexta edição, enquanto outra expressão-chave, "sobrevivência dos mais aptos", só foi incorporada ao texto na quinta edição.
- Sobre as edições
Para o professor, as alterações feitas à primeira edição podem ser tomadas como tentativas de diminuir o choque provocado pelo livro no grande público ou como estratégias de defesa diante das muitas críticas recebidas. Ele lembra que a teoria da evolução despertou reações iradas não apenas de religiosos fundamentalistas, aferrados à ideia de uma criação instantânea e imutável da natureza por Deus, mas também de cientistas, que apontavam nas ações dos seres vivos e nas condições ambientais – e não na seleção natural – as causas das transformações verificadas nas espécies. “Essas duas perspectivas colidiam frontalmente com as ideias de Darwin, que via na seleção de formas bem-sucedidas a chave da compreensão da diversidade, seja de variedades de animais e plantas cultivadas nas fazendas europeias, seja nas múltiplas formas de seres vivos de campos e florestas ao redor do mundo.”
Bizzo destaca que, nas edições posteriores do livro, serão acrescentadas nove referências ao Criador – “com letra maiúscula”, enfatiza o professor – como sujeito de ações que não se restringem apenas a instituir leis para o comportamento da matéria. Além disso, Darwin retira da primeira edição de A Origem das Espécies um parágrafo do capítulo 6 em que sugere a possibilidade de a baleia ter origem num mamífero terrestre – ideia amplamente ridicularizada na época do lançamento do livro e confirmada pela ciência no século 20. E mais: no capítulo 9, Darwin faz cálculos que contam em centenas de milhões de anos a idade do Vale do Weald, no sudeste da Inglaterra, tornando-se um dos pioneiros da geocronologia. Muito criticado pela exorbitância da estimativa – até hoje, setores mais conservadores do judaísmo e do cristianismo acreditam ter o universo cerca de 6 mil anos, contados a partir da criação de Adão -, Darwin retirou esses números já na edição seguinte. “Por tudo isso, creio que Darwin fez essas alterações por causa das pressões que sofreu”, afirma Bizzo, em entrevista ao Jornal da USP.
Nela, como a confirmar as impressões do professor da USP, percebe-se um Darwin sereno, dedicado apenas a observar e a descrever as evidências que se colocam diante de seus olhos.
A primeira edição de A Origem das Espécies, de 1859, foi a base de apenas duas traduções da obra de Darwin publicadas no Brasil, segundo Bizzo: uma lançada nos anos 80 pela Editora da USP (Edusp) e outra, mais antiga, mas não integral, produzida pela Editora da Universidade de Brasília (UnB), ambas já esgotadas. As várias outras traduções surgidas no Brasil seguem a sexta edição.
- Menciona a questão de terminar em evolução, mas como lopes aponta essa foi uma escolha para a tradução.
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UBU
- Livro denso, prova nervosa, truncado. Bom efeito literário.
2:00 mais ou menos, reinaldo elogia a inclusão dos paratextos.5:26. Trabalho editorial exaustivo. Observações dos animais.
- Texto comentando o evento de lançamento da Ubu. Foco no caráter "popular" do Origin. Pimenta diz:
- "A linguagem foi calculada para ter impacto. Tanto que os resenhistas mais mal-intencionados fizeram questão de apontar que a linguagem era floreada e que abundavam as metáforas", revela Pimenta.
- Quatro perguntas de Lopes a Pimenta derivadas do evento de lançamento.
- Sobre o material complementar.
- Não sei ao certo se esta é a primeira tradução desses artigos para o português, mas publicá-los junto com a Origem pareceu muito importante, porque eles esclarecem a gênese da ideia central do livro, de que os seres vivos têm uma unidade originária, da qual os indivíduos são variações, que resultam de um fator de pressão sobre a sua forma: a competição com os outros seres vivos pelos recursos naturais de subsistência.
- O critério de escolha das resenhas foi os mais atentos a teoria. Pimenta erra em achar que não houve discussão religiosa.
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- 5:43 Comenta os dois textos. Seguidores disseram que a Edipro é melhor. Da crédito ao sem cortes sem censura.
- 25:53-28:25 Ubu é mais literário, achou o outro mais técnico e díficil por ser leiga. Preferiu introdução da edipro. Mas gostou do material complementar da Ubu.
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