Arruda Furtado - Bibliografia secundária

CANTO 1890

  • Lista alguns de seus trabalhos e inclui uma brevíssima nota biográfica. p 115, 434
ARMANDO DA SILVA 1896
1 21/06/1896 N. 25
  • Historia de quando o conheceu quando era menino.
2 28/06/1896 N. 26
  • Começa com 4 trabalhos malacológicos.
  • Morelet e Drouet exploram os açores em 1857. Wollaston faz a lista geral. Furtado descobre mais espécies. Catalogado em Dautzenberg.
  • Várias considerações malacológicas. Motta e furtado e outros descobrem exemplares fluviais.
  • Furtado duvida da dispersão glaciar, prefere transporte pelas aves, interodução consciente ou inconsciente, modificações em resposta ao solo e hibradação.
  • Visquenelia também é relativamente impactante na malacologia. Deveria estar extinta. Citada por Fischer e outros.
3 12/07/1896 N. 28
  • Amor pela ciência não limitado a malacologia.
    • "No fundo tinha também a nobre paixão do propagandista, anceava por vulgarisar a science, e o seu estylo claroe  facil era efectivamente um elemento admirel para a consecução d'essa generosa tarefa, que muitos tem encetado improficuamente em Portugal.
  • Lista seus artigos de vulgarização
    • Arruda Furtado sempre foi um partidario convicto da theoria de Darwin e estimava sobre todos o grande naturalista inglez, com quem manteve correspondencia. 
  • "Mas, o seu espirito atravessava ainda, n'aquelle periodo, o estado que os positivistas chamam de transicção". Ou seja, irritava-se muito fácilmente, resultando no Homem e o Macacoa pretexto de atacar um padre. "Diferenças do tempos..." católicos hoje trabalham para casar os dois.
  • Sanchez de Guzman responde. Arruda furtado quis responder, mas não distribuiu o folheto.
  • Raiva manifestada na carta ao irmão publicada na Era Nova.
    • No seu espirito produzio-se porem, afinal, a trasformação que naturalmente devia produzir-se, e o homem de sciencia abandonou um arraial de polemica, onde não era já o seu logar, porque não pdia ahu ecnotrar adversarios da sua consciencia e do seu valor.
  • Nessa nova fase vai para a etnografia
    • quiz experimentar se os dado anthropologicos e demopsychologicos illuminariam, por sua vez, a aescuridado do problema, e estudar ao mesmo tempo, o mechanimso da formação da raça, que ainda apresenta grande falta de homogeneidade.
  • Parte de Le Bon.
  • Armando elogia os poderes de observação, mas critica uma de suas explicações linguísticas.
4 19/07/1896 N. 29
  • Notícia de ida para Lisboa de Armando da Silva.
LIMA 1929
  • "O Dr. Barbosa du Bocage trabalhou afanosamente com uma pléiade de naturalistas, que lhe serviram de excelentes colaboradores, entre os quais figuravam [...] Arruda Furtado, naturalista distíntissimo, que organizou as colecções malacológicas e conchiológicas do Museu [...]". p. 26
FERREIRA 1937
  • "Charles Darwin, o famigerado viajante do Beagle e autor da Origin of Species, correspondia-se com este açoriano e tinha-o em grande consideração. Dele falou Barbosa du Bocage na Academia das Ciências de Losboa, apreciando os seus trabalhos e propondo-o, em 1887, sócio desta fouta agremiação. Durante o tempo que Arruda Furtado esteve em Lisboa, foi adido à secção de Zoologia do Museu, cujas colecções malacológicas e conchiológicas organizou." Lista as principais publicações. 12-3
FERREIRA 1940
  • "Francisco d'Arruda Furtado nasceu em 17 de setembro de 1854 em Ponta-Delgada, onde faleceu em 21 de Junho de 1887. Nauralista distinto, residiu algum tempo em Lisdboa e foi adido à secção de Zoologia do Museu, cujas colecções malacológicas e conchiológgicas organziou. Publiclou vários tralhos sobre ciencias naturais e dois versando questões filosíoficas [cita homem e o macaco e embriologia]. Arruda Furtado defende o materialismo, revelando-se sectário apaixonado." 13-4
CORRÊA 1943
  • Antropologia nacionalista 5-7
  • Espiritual. 9-10
  • Raça
    • Pretendeu-se que, na espécie humana, a raça era um mero "preconceito", uma entidade irreal ou obscure, que, sem se traduzir em autênticas diversidades de comportamento e aptidões, apenas servia de pretexto para antipáticos e iliegítimos dissídios, religiosos ou sociais. ... a raça não deixa, porém, de constituir uma realidade, e uma realidade digna da atenção dos naturalistas, dos sociólogos e dos pensadores.10
    • [Porém] Não consideramos a raça, pois, como uma entidade zoológica puramente física ou somática, destituída de qualquer correspondência com elementos do âmbito psico-social. 11 História, Psicologia e Biologia.
    • Contra determinismo genético 13
    • Antropologia física 14-7
  • Publicou seu trabalho antropológico em 1884 "num período de iniciação ou extrema juventude destes estudos, o que explica que faltem alguns elementos interessantes e se axagere a importância de outros, por entre a messe ampla e copiosa de materiais que ele realizou". 276
  • Faz medições craniométricas a la Broca. 276
    • não podemos acolher sem reserva .... alguns factos registrados são pouco verossimeis, como a presença quási exclusiva de cabelos lisos [e olhos azuis]. 277 .... Não faltam porém, impressões mais favoráveis [em relação às mulheres] 279
COSTA 1954
  • Centenário. Bem laudatório.
  • Ligado a Darwin e Le Bon.
  • Trabalha até 1880 na Repartição de Finanças, quando mostra algumas pedras para Carlos Machado que depois o chama para trabalhar no museu.
  • 1880-4 - trabalhos
    • As teorias evolucionistas de Darwin aliciam-no por modo extraordinário, os esquemas de Gustave Le Bon seduzem-no para a realização de importantes trabalhos especulativos, as investigações de Simon, Crosse, Perrier e outros entusiasmam-no no campo da Zoologia; os estudos do micaelense Paula e Oliveira despertam-lhe o gosto pla antropologia; os ensinamentos de Teófilo, Adolfo Coelho e Leite de Vasconcelos encaminham-no para o trato dos problemas etnográficos.
  • Homem e Macaco expande Morelet
  • Antropologia "uma das mais perfeitas sínteses do carácter da gente de S. Miguel"
  • Guarda livros de José do Canto. Desentendem-se e vai para lisboa. Trabalha na zoologia do Museu. Muito produtivo. Bocage o elogia. Membro do SGL e proposto para membro. Volta para S Miguel em 1887e morre pouco depois.
  • Exemplo de açoriano.
GUSMÃO 1954
  • Centenário. Laudatório.
  • Elogia a antropologia.
CARVALHO 1955
  • "Apesar de se ter distinguido mais nas Ciências Naturais, Francisco d'Arruda Furtado, micaelense (1854-1887) versou de igual modo as ciências filosóficas.
  • Convicto, admitia as teorias transformistas e evolucionistas, tendo-se carteado com sábios de renome mundial, como Charles Darwin, e outros. Esses princípios que aceitou, encontram-se em O homem e o macaco (1881) e Embriologia (... 1882). p. 15
CN TAVARES 1957
  • Brevíssima biografia. 278
  • Darwin
    • A leitura da "Origin of Species", principalmente no que tange à origem das faunas insulares, exerceu no espírito de Arruda Furtado um forte estímulo cujas conseqûencias podem ser analisadas, pelo menos em parte, atravpes da correpondência que, pacientemente, reuniu em precioso volume, hpa pocuo oferecido por sua fam´pilia à Faculdade de Ciências de Lisboa. 
    • O reflexo provocado pelas directrizes de Ch. Darwin ... exteriorizou-se imediatamente 278
    • ...
    • Apesar de empenhado em procurar corresponder às sugestões de trabalho expostas por Darwin, verifica-se que Arruda Furtado não se ocupou, ou não pode ocupar-se, de todas as questões apresentadas, algumas das quais requerendo, na verdade, condições de trabalho e de tempo que não se verificavam. Por outro lado, o falecimento de Darwin, a 19 de Abril de 1882, é possível que tenham contribuído, pelo menos em parte, para explicar o abandono de algumas dfas orientações apresentadas. Infelizmente um dos assuntos propostos - estudo do conteúdo do tuboo digestivo das Aves migradoras - não foi levado a efeito, 279
  • Insistência de Darwin na distribuição 279 Faz expedições e fornece exemplares para Hooker.  Guppy confirma e expande as sementes chegadas pelo mar em 1917. 279-80
  • Cupressus fóssil 281
  • Uma questão de mal entendido glacial. 281
  • Quanto aos moluscos, "os conselhos de Ch. Darwin, acerca de assuntos zoológicos, não parece terem tido grande influência no rumo das investigações e colheita de espécimes faunísticos efectuadas por Arruda Furtado." Problemas: distribuição, escassez em água doce. Fischer Piette, Mertens, atualizam isso 281-2.
  • Aranhas e Simon. Primeira publicação sobre aranhas dos açores. 48 spp. 282-3
  • Insetos foram para Sedillot 283
  • Museu a partir de 1885 (não 1880) de Lisboa. Contrato oficializado para "revisão e catalogação das coleções conchiológicas" ganhando 30 mil reis. Célebra sua qualidade, mas enfatiza o estudo do Ommatostrephes. 283-4
  • Lista de trabalhos 285-6
  • Cartas reproduzidas sem tradução 292-302
CN TAVARES 1958
  • Darwin e os icebergs para distribuição. Hartung diz que acha blocos nas ilhas. 3
  • Papel dos gelos relativamente controversos. Guppy estuda isso 4
  • Azores e sua distribuição foram um assunto muito presente entre Darwin e Hooker na décadas de 1850-1860. 4-5. É um assunto bem costante nas cartas 
  • Arruda em 1880 com interesse de distribuição contata Darwin. Darwin mesmo velho, engaja. Dá diretrizes botânicas. Furtado faz coletas e envia para Hooker. Não foi alto o suficiente para Darwin. Pouco interesse 5-6
  • Extensionistas vs Migracionistas 7
  • Wegener 7.
  • Estudos de dispersão no limiar de grandes descobrimentos 7-8
SACARRÃO 1986
  • Thullier ve um grande programa ateu em Darwin. Questão do indutivismo/dedutivismo de Darwin 83
  • Bastante laudatório a Darwin. 85-6
  • Cartas a Arruda Furtado atestam o indutivismo de Darwin 86-7 [ver também carta a Scott sobre teorismos]
  • Clima no museu era de classificação, não evolução 88
MATOS 1986
  • Reclama da falta de comemoração em 1982. 89
  • Havia vontade de traduzir já em 1957, mas só ocorre agora 89
  • Sumário biográfico de Arruda Furtado
    • Enquanto Charles Darin, com efeito, era um homem praticamente no fim da vida, com 73 anos de ideade, Francisco de Arruda Furtado era um jobvem de apenas 26 anos, carregadod  mais puro uidealimso, que procurava na experiênca e na palavra consoldora dos Mestres abrir um caminho na sua enorme sede de aprender. Tinha nascido precisamente na cidade de Ponta Delgada, em 17 de setemrbbo de 1854, e aí desempenhou funçõe surocráticas, tais como as de aspirante da Repartição de Fazenda daquela cidade e, algum tempo depouis, a de empregado de escritório. Desde muito cedo, o estudo das Artes, da Literatura, e m particular das Ciências, exercveram nele grande atracção. Mais tarde em 1884, viria para Lisboa, onde foi nomeado adido à secção zoológica do futuro Museu Barbosa fu Bocage e se tornou colaborador da obra do Dr. Carlos Machado [?]. A correspondência com Darwin, no entanto, processa-se ainda no seu período de isnularidade, ou seja, antes de trocar Ponta Delgada por Lisboa.
    • Esses dois anos de 1880 e 1881 foram, efetivamente, de uma importância crucial no tocante à decisão de singrar por ramos da Ciência que já emtão o atraíam, como a Botânica e a Malacologia.
    • É assim que vemos, na publicação A Era NOva, dirigida por Téofilo Braga e Teixeira Bastos, surgir o seu nome assinando aluns artigos já votados a essa temática. Ainda de 1880 é o seu trabalho "Indagações sobre a complicação das maxilas de algums helices naturalidos nos açores, ...... Vemo-lo logo de segui puvlicar (aoinda em sua cidade natal, em 1881) o trabalho O homem e o macaco, a que se segue A propósito da distribuição dos moluscos ..... Do mesmo ano, e na mesma publicação, é o trabalho Pequnas... 90
    • ...
    • Essa epistolografia traduz, afinal, a maneira intensa de viver de um cientista que nao conseguiu cumprir a esmagadora maioria dos seus projectos ambiciosos. Seis anos decorridos apos essa correspondence com Darwin, e cinco ap6s o desaparecimento deste, morria tambem Arruda Furtado, quando tinha apenas 33 anos, em 21 de Julho de 1887, como precisa C. N. Tavares. Contava entao j& cerca de duas dezenas de importantes trabalhos publicados, designadamente no ambito da sua especialidade, a Botanica e a Malacologia, com particular predoda minance sua colabora deste segundo ramo do saber. Entre as publica^oes que beneficiaram ^ao, contam-se, para la da ja referida «Era Nova », «0 Positivismo» (dirigida por Tedfilo Braga e Julio de Matos) «Jornal de Ciencias Matemdticas, Ffsicas e Naturais» (da Academia das Ciencias de Lisboa), bem como os jornais «A Republica Federal», «£poca», «Gazeta A <?oriana», «Vanguarda» e «Seculo». 92
  • Darwin
    • Este último trabalho marca, por assim dizer, o seu ingresso no seio da grande família mundial dos darwinistas. Tudo faz crer que, nessa sua primeira fase dos Açores, lhe terá cvhegado às mãos qualquer exemplar da "Origem das Espécies".  Nao o podemos afirmar catcgoricamente, mas talvez tambem Arruda Furtado soubesse que, ali naquela mesma terra ayoriana, o proprio Charles Darwin havia passado uma semana em investigayocs O, quando do regresso da sua expediyao no Beagle, na primeira quinzena de Setembro de 1836, e apos  haver estadiado diado pela segunda vez na cidade da Praia, na ilha de Santiago do arquipdlago de Cabo Verde. Foi isso que o levou, em 13 de Junho de 1881, a escrever a sua primeira carta a Charles Darwin, co-nfessando-se seu humilde discrpulo e pedindo-lhe conselhos em termos de metodologia cientifica para alguns trabalhos a que metia (ou pretendia meter) maos. 90-1
  • Miall traduz seu artigo da visquenelia. 91
  • Grande volume de manuscritos doado à biblioteca por ele mesmo 91
  • Segue correspondência traduzida e anotada. 94-106
BURNAY E MONTEIRO 1988
  • St Hilaire saqueia portugal na invasão de 1808. 22-3
  • Tradução domesticadora de Cuvier por Almeida e Brotero em 1815. Burnay e Monteiro apontam que a criação de nomes sem partir do povo é fadada ao fracasso 24-5
  • 1836 Gabinete da Ajuda > Museu Nacional. Fica muito abandonado com apenas Francisco Thomaz franco para cuidar da coleção. Brotero, Bocage e Morelet denunciam o atraso da ciencia portuguesa 25-9, 34 Paiva muito criacionista em 1867 38-40
  • Coleção perdida na mudança do Museu Municipal para o Nacional por volta de 1859. 33
  • Drouet, Morelet (houve outros ainda). Expedição aos Açores em 1857. Pedro V mecenas 34-5
  • Luso da Silva pede um texto em português pós Morelet 40
  • Formação de uma pequena escola de malacologia dinamizada por Bocage no museu. Assim surge o primeiro trabalho de AF em 1881. "auto-didacta, alcançou um nível de conhecimentos científicos que determinou a sua escolha por Bocage para preenhcer tal lugar" 50
  • Revisão da coleção dos museus de lisboa. Publica apenas uricidae. É sucedido por ALbert Girard. 51 Queria fazer uma exposição pública e uma para pesquisadores 55
  • Morte por tuberculose. 51
  • Muitas notas sobre malacologia nas notas sobre história da zoologia em portugal.51
  • Critica a falta de estudos portugueses de zoologia 52
    • Estes números indicam, de facto, que Portugal se encontrava cientificamente muito afastado de outros países da Europa. Iualmente grave é o facto de os contactos dos nossos cientistas da época com os seus congéneres estrangeiros continuarem a ser escassos. Arruda Furtado quebrava precisamente esta regra, quiçá reconhecendo que um maior abertura e mais amplo contacto com o escol científico de outras nações conduziria ao seu enriquecimento pessoal e bem assim na cultura de todo o país. 52
  • Necrológio no Journal de Conchyologie de Crosse e Fischer. Carreira curta, mas intensa. 53
  • Sistemática avançada para além das conchas. Também se preocupava com aspectos fisiológicos, como a respiração dos moluscos terrestres, ou ecológicos, como a zonação dos litorais marinhos. 53-4
  • Giraldes é outro darwinista 57
MARTINS 1989
  • Importância para a malacologia.
  • Deixa um grande projeto de malacologia por finalizar antes de morrer. 14-5

ARRUDA 1989
  • Amanuense na Repartição da Fazenda até ser chamado por José do Canto em 1877. Fica até 1884. 69
  • Vai para lisboa em 1885 para o museu da politécnica. 69
  • Devoção a Darwin. Confessa o interesse em distribuição. 69-70
    • Do ponto de vista cientifico sao interessantes as conclusGes a que chegou sobre: 
      • (a) o numero e a disposigao das caneluras das maxilas de algumas especies de caracois do genero Helix, dos Agores, e as diferengas que encontrou relativamente as descrigoes dos mesmos orgaos feitas por Moquin-Tandon,apartir de exemplaresdaEuropaCentral,supostamente damesmaespecie (Furtado, 1880). 
      • (b) arepartigao dos moluscos terrestres nos Agores, acentuando como factos mais salientes:(1) asua origem europeia e o manacial que eventualmente se formou nas ilhas orientais, de onde tambdm terapartido a colonizagao para as outras ilhas; (2) adistribuigao ampla e rica do genero Helix;e (3) adistribuigao quase exclusivamente confinadaas tr£s ilhas orientais e a das Floresdo genero Vitrinae a origem americanaque apopulagao destailha poderia ter (Furtado, 1881). 
      • (c) os meiosde introdugaonas ilhasdo arquipdlagodasespeciesmalacologicas terrestres, considerando:(1) o transporte efectuado pelas aves (Physa); (2) a introdugao consciente ( Helix aspersa Mull), ou inconsciente (H. paupercula Mull) feitapelo homem; (3) as modificagGes introduzidas pelas condigGes do solo (debilitagao excessiva da concha e equilibrios no organismo, fixados pelahereditariedade);e (4) a formagao de hibridos;mas pondo em duvida a teoriada sua dispersao durante o periodo glaciario (Furtado, 1881b). 
      • (d) a anatomia de Viquesnelia atlantica Morelet et Drouet, espGcie pertencente aum gbnero considerado extinto, haviabastante tempo, no continente europeu, e de que era conhecida apenas uma espbcie viva, 1/. dussumieri Fisher, encontrada naIndia (Furtado, 1882a). 
      • (e) a ausbncia de brgSos sexuais em individuos do gbnero Vitrina, provavelmente hibridos de espbcies que ele nao teve possibilidade de determinar, um facto que se distinguia claramente dos muitos casos de anomalia funcional,real ou suposta, j& conhecidos em hibridos (Furtado, 1882b). 70-1
  • Cita a trad de Miall por intermédio de Thorpe. Miall enviou material de pintura para AF 71
  • AF organiza a própria correspondência. 71
  • Trabalhos conquilógicos. Descobre nova sp de polvo. 72
  • Origem do homem, dos açorianos. Não se sabe a origem dos colonos açorianos. Busca dados antropológicos e demopsicológicos com o intuito de entender seu povo. Inspirado por Wyrouboff e Le Bon. 73
  • Síntese e vulgarização 73
  • Aranhas em 1880 leva a contato com Simon. 73-4
  • Também botânica a conselho de Darwin que levou a contato com Hooker e outros 74
ARRUDA 1994
Reproduzido em Arruda 2015
    • Repete muito do anterior.
    • Canto e os sete anos. Machado e as pedras. Contribui para a fundação do museu de PD 1880. Comissão organizadora da exposição de arte científica do museu em 1882. Mudança para Lisboa em 1885. 354
    • Antropologia.
      • A este gosto pela Antropologia, certamente, não são estranhos os estudos do micaelense Paula e Oliveira. De facto, naquela época, o ambiente em Portugal era propício ao desenvolvimento dos estudos antropológicos de tal modo que, em 1880, reuniu o 9.° Congresso de Antropologia, com a participação de nomes notáveis como Quatrefages, Virchow, Barboza du Bocage e António Augusto de Aguiar, entre outros. Aceita-se, geralmente, que os estudos antropológicos haviam tido início em Portugal, em 1857, com Carlos Ribeiro, Nery Delgado e Pereira da Costa, geólogos e paleonteólogos ao serviço da «Comissão de Serviços Geológicos do Reino», que tinha em anexo um Museu antropológico. 356
    • Filosofia
      • O método científico, a formulação de hipóteses e sua confirmação, ou negação, encontra-se bem patente em toda a obra científica de Arruda Furtado. Mais, a sua defesa do positivismo atesta-o. Trabalhador aparentemente incansável, teria sido, muito provavelmente, um contribuinte fundamental para o avanço dos estudos científico-naturais, em Portugal, se a morte não o tivesse surpreendido tão cedo. 357
    • Sócio honorário na Phiolosophical Literary Society of Leeds, membro da Sociedade de Geografia de Lisboa e proposto para a Academia de Ciências por Bocage. 357
    • Falece em Fajã de Baixo em 21 de junho de 1887. 357
    • Notas sobre os artigos
      • 1880 - Indagações sobre a complicação das maxilas de alguns hélices naturalizados nos Açores com respeito às das mesmas espécies observadas por Moquin-Tandon em França. A Era Nova. 3: 135-147.
        • Influência do ambiente sobre uma concha de um caracol. "Modificações fixadas pelas leis da hereditariedade". 358
      • 1880 - Sciencia e naturesa. A Era Nova, 1: 83-88
        • carta autobiográfica dirigida a seu irmão, António Furtado, editor da revista A Era Nova, onde manifesta as propensões do seu espírito para o estudo da natureza. 375
      • 1881 - A propósito da distribuição dos moluscos terrestres nos Açores. A Era Nova, 1: 267-283.
        • Construído sobre Morelet e usando o método das curvas de Le Bon. "Tendo verificado que havia um número elevado de endemismos açóricos relativamente à área quando comparado com o número de espécies por área, em França e em Inglaterra, e que isso estava em desacordo com a teoria segundo a qual o número de espécies nas ilhas deveria ser menor que o dos continentes de onde elas derivavam, e porque rejeitava a possibilidade de certas espécies terem sido introduzidas SÓ em determinadas ilhas, recorre à teoria evolucionista e considera que diferentes formas consideradas como espécies são, possivelmente, diferentes graus de modificação de uma mesma espécie." Cinco fatores de explicação para a malacofauna. Introdução humana ou por aves. 358-9
      • 1881 - Pequenas contribuições para o estudo da origem das espécies malacológicas terrestres das ilhas dos .Açores. Sobre alguns exemplares de Helix aspersa M·üller recolhidas nas paragens elevadas e áridas da ilha de S. Miguel. A Era Nova, 12: 548-552.
        • Não acredita na dispersão glacial. 4 explicações: transporte efectuado pelas aves (Physa); b) introdução consicente (Helix aspersa) ou inconsciente pelo homem (H. paupercula [= Heterostoma pauperculata Müller]); c) modificações introduzidas na concha e no equilíbrio geral do organismo, fixadas pela hereditariedade; d) formação de híbridos. 395
      • 1881 - O homem e o macaco. Ponta Delgada: 30 pp.
        • Este opúsculo, a propósito da alusão que um padre de Ponta Delgada fizera, no púlpito, à teoria da descendência, é uma explicação, à luz daquela ciência, sobre a origem não só do homem mas também de todos os seres vivos. Fá-lo de modo rápido e claro recorrendo a uma vasta gama de conhecimentos sobre as leis do universo, a estrutura dos outros astros; usando exemplos da Etologia, Embriologia e Paleontologia; contestando a Inquisição e evocando Bruno, Galileu e Spinoza; citando Huxley, Darwin e Lamarck; e incluindo-se entre os ateus, republicanos e darwinistas 362
        • nota 8
          • Em resposta à crítica que este folheto mereceu de Sanchez de Guzman, no
            jornal
            Civilização, viria a publicar três pequenas notas, resposta, com o título
            comum Ao folhetinista da frCivilização» (A Republica Federal, ano II, 0. 0 4, p:
            3, 10.5.81; ano 11, n.' 5, pp: 3-4, 17.5.81; ano 11, n.' 6, pp. 3-4, 24.5.81; ano
            11
            , n.' 7, pp. 3-4, 31.5.81).
            Todavia, como homem de ciência, reconheceu, rapidamente, que o
            seu lugar não
            era na polémica. Preparou então um trabalho mais vasto cujo objectivo principal, segundo Arruda Furtado, «era reforçar as bases do
            criterium provando que
            o homem não forma contraste algum com o resto
            da animalidade senão pela
            acumulação da máxima parte das manifestações desta», que viria a pub
            licar, por
            partes,
            nos números 7 a 15 do jornal a A Republica Federal, divulgando e
            defendendo o evolucionismo [a seguir]. 374

      • 1881 - Como e aonde devem ter nascido os primeiros seres. A Republica Federal, Ano II, n.o 2, pp: 2-3 , 26.4.81
        •  Divulga as moneras de Haeckel e especula sua evolução até hoje. Apoio na embriologia de Vogt 375
      • 1881 - Alguns factos sobre que se baseia a Theoria Darwinista ou da Evolução. L A successão geológica das faunas e a sua dependência. II. A distribuição geographica nas ilhas oceanicas. A Republica Federal. Ano II, n.o 7, pp: 1-3, (31.5) e Ano II, n.o 8, pp: 2-3, (7.6).
        • Como os animais aparecem gradualmente. Relação com a fauna fóssil. Antiteologia. Diferenças faunísticas das ilhas continentais e oceânicas e distribuição das faunas. 363
      • 1881 - A idea moderna em Philosophia Geologica, a sua origem historica, a sua significação e o seu valor. A Republica Federal. Ano II, n.O 9, pp: 1-3 (14.6) e Ano II, n.o li, pp: 1-2 (28.6).
        • Geologia uniformitarista. 363-4
      • 1881 - Nada nasceu nem nasce perfeito. -A Républica Federal. Ano II, n. o 12, pp: 1-3 (5.7); Ano II, n. o 13, pp: 2-3, (12.7); Ano II, n. o 14, pp: 2-3 (19-7) e Ano II, n. O 15, pp: 2-3 (26.7).
        • Usando extratos bíblicos e de outros autores, mostra a não perfeição do homem. 364
      • 1881 - Ecos açorianos da questão da espeCle. A Vanguarda. Ano II, n. o 81, p: 2 (20.11); Ano II, n. o 82, pp: 2-3 (27.11)
        • Em defesa da teoria evolucionista, Arruda Furtado argumenta que os darwinistas tiram todo o seu apoio da «descendencia serial com modificação» e que «pouco importa que as espécies differentes se prejudiquem ou não, na fusão das suas funcções reproductoras [alusão ao argumento de Quatrefages de que os cruzamentos entre espécies distintas dão produtos infecundosl, se independentemente d'isto comprehendemos a possibilidade do transformismo e elle se nos impõe, pelas explicações que traz, como orinetação unica das nossas pesquizas e como disciplina das nossas conclusões». 364
        • Critica os religisos 364
        • Explica Darwin
          • a) os seres, para se appropriarem as condições favoraveis á sua conservação, dão-se um combate perpetuo - Lucta pela existenda; b) n'esse combate, como é faci! de prever, a victoria cabe ao mais bem favorecido, e, d'essa posse do caracter favorecedor, resulta para esse caracter uma predominancia, porque a hereditariedade o fixa e accumula em cada geração, e assim se vae produzindo uma - Selecção natural, na qual podemos apenas ver a origem de novas especies». 365
        • Cita o aforismo de Huxley contra Wilberforce 365
      • 1881 - Littré e o que pesa na balança - morreu Littré!. A Republica Federal, Ano II, n.o lO, 21.6.81, p: 3
        • Artigo anticatólico 375
      • 1881 - A Philosophia positiva vai sendo a religião mais forte. A Republica Federal, Ano II, n.o 11, 28.6.81, p: 3
        • Não consta na lista, mas Arruda suspeita de autoria de FAF. 376
      • 1882 - Viquesnelia atlantica, Morelet et Drouet. Jornal de Sciencias Mathematicas, Physicas e Naturaes, 32: 5pp
        • Anatomia descrita pela primeira vez. Traduzido por Miall um ano antes na Annals and Magazine of Natural History (5): 7. 39: (250-4). 359
        • Papel de Thorpe nota 6 p. 374
      • 1882 - On a case of complete abortion of lhe reproductive organs of Vitrina. Ann. and Mag. Nat. Rist., (5), 9, 53: 397-399.
        • Pequena nota sobre ausência de órgãos sexuais em alguns indivíduos de Vitrina. Traduzida por Miall também. AF acha ser um caso de hibridismo, Miall um caso mais notável. 360
      • 1882 - Embryologia. Uma ideia popular do que ella vale na theoria de Darwin e do que é a phi!osophia de nossos avós perante ella. Positivismo, 4: 121-163.
        • Explica a embriologia enquanto uma das provas da descendência comum. "é que o embryão reproduz, ainda que apressada e imperfeitamente, uma serie de formas extinctas, das quaes é derivada a fórma adulta que elle vae tambem reproduzir". 365-6
        • Faz uma explicação das naturalistas fixistas e não fixistas 366
        • Nominalista
          • Mais adiante, esclarece o que deve ser entendido como espécie à luz da teoria evolucionista. «Na natureza não ha mais do que o individuo. São os individuos que constituem aquillo a que chamamos especie; são elles que luctam pela vida, cada um sobre si; não é a especie que lucta. Quando os individuos não podem sustentar vantajosamente a lucta pela existencia, a especie morre com elles; quando os individuos podem modificar ou transformar a sua organisação para se adaptarem ás novas condições de vida, é que a espécie póde considerar-se como não extincta: ella vive transformada, mas vive. Podemos mesmo affirmar d'um modo geral que a conservação d'uma espécie está na razão directa da sua mutabilidade. Chegam novas condições de vida: se os individuos poderem modificar-se, a espécie persistirá; se elles não poderem modificar-se, a especie extinguir-se-ha. "Variar ou morrer". A conservação prolongada d'uma especie por meio de transformações vem por fim a determinar uma serie de especies filiadas umas nas outras». 366
        • Homem pelo catolicismo e pelo darwismo. Religião como ignorância. Religião do futuro é a filosofia positiva. 366-7
      • 1882 - Á memoria de Carlos Darwin. A Republica Federal, Ano III, n.O 109, 23.5.82, pp: 1_3
        • A começar este artigo, o autor refere o ambiente familiar ~ êientífico em que Darwin foi criado (filho e neto de homens de ciência ilustres, nascido no ano em que Lamarck publica Philosophie zoologique, passou a mocidade assistindo à controvérsia filosófica sobre a origem dos seres vivos). Depois. explica a ideia de Lamarck sobre a noção de espécie (o resultado de modificações dos órgãos. devidas aos esforços que os seres animais e vegetais faziam para se adaptarem às condições de vida) e a atribuição da origem do homem a alguma espécie de macaco, mais ou menos semelhante ao homem, a importância religiosa que esta questão levantou, a luta científica entre Geoffroy Saint Hilaire e Cuvier e a contribuição de Darwin para a sua solução. Para tanto, narra a viagem do Beagle e cita do Diário passagens que, em seu entender, mostram como se foi gerando a ideia do evolucionismo e da existência de uma selecção natural. Mais, trata a influência que o livro de Malthus A População, nomeadamente a lei segundo a qual a população cresce numa proporção geométrica e os recursos de alimentação numa razão aritmética, terá tido em Darwin para que «elle soubesse ver n'ella (a selecção natural] a causa principal de todas as transformações dos organismos e o segredo da origem das espécies». Termina escrevendo: «Ao ver passar o cadaver do Mestre, o humilde discipulo tem o dever de se curvar respeitosamente sobre essa obra colossal». 376
      • 1882 - Darwin e as suas theorias. A Republica Federal. Ano III, n.o 114, 27.6.82, p: 2
        • Autoria atribuída por Arruda baseado na lista. 376
      • 1883 - Antropologia. Gazeta Açoriana, n.o I, p: 2 (10.1); n.o 4, pp. 2-3 (10.2); n.o 11, pp: 2-3 (2.4)
        • Congresso de Antropologia de Lisboa. Antropologia conforme Wyrouboff e Le Bon. 367
      • 1883 - A inteligência e o tamanho da cabeça. A inteligência da mulher e a do homem. A Época. Ano II, n.o 81, pp: 2-4, 2117.
        • Apoia o método. Diz que a mulher é menos inteligente e que ficará cada vez menos inteligente 368
        • Le Bon e as medidas do crânio 368
          • Arruda Furtado concluiu que: (a) a circunferência craniana dos indivíduos mais ou menos ilustrados é maior do que a dos camponeses que ocupam uma posição intermédia entre a daqueles e a das camponesas que é muito inferior; (b) a circunferência craniana aumenta com a altura do corpo (uma relação meramente anatómica); (c) a circunferência das camponesas é mesmo inferior à dos camponeses mais baixos; e (d) não sendo os indivíduos mais ou menos ilustrados de uma estatura superior à dos camponeses, a sua superioridade craniana deve ser atribuída ao maior desenvolvimento da sua inteligência. 368
      • 1884 - Materiais para o estudo anthropologico dos povos açorianos. Observações sobre o povo michaelense. Ponta Delgada: 83 pp.
        • Estudar a origem de formação da raça. Fatores insulares. 369
        • Adota a metodologia de Le Bon. 369
        • O meio; a população, "falta de selecção"; condições econômicas; psicologia do grupo, "superstição, inteligência, moral"; antropologia física; Diferenciação; Conclusões. 369-70 
          • «differindo anthropologicamente entre si os camponezes michaelenses e os de Portugal apenas por pequenas differenças do mesmo grau, enes differem pelo contrario uns dos outros por differenças d'um grau incomparavelmente maior. «Estudando attentamente a constituição mental do povo michaelense, achámo-nos em face d' um grupo inferior cujo estado intellectual não é desmentido pela generalidade da expressão e incorrecção do seu typo fisionomico e pela pouca elevação da sua circumferencia craniana» 370
          • O próprio Le Bon pede cópias. 375
      • 1886 - Sur la denomination de l'Helix torrefacta Lowe, des Canaries. J. Sc. Math., Phy. e Nat. , 42: 86-87
        • Duvida da legitimidade da espécie. 360
      • 1886 - Sobre o logar que devem occupar nas respectivas famflias os MoUuscos nus. J. Se. Math., Phy. e Nat., 42: 88-94 360
        • Pós revisão das coleções. Concha só tem importância na distinção. Os moluscos nus são superiores. 360
      • 1886 - Catálogo geral das collecções de Molluscos e conchas da secção zoológica do Museu de Lisboa. J. Sc. Math., Phy. e Nat., 43: 105-150.
        • Inventário de Muricidae. 361
      • 1886 - Coquilles terrestres et fluviatiles de I'exploration africaine de MM. Capello et Ivens. Journal de Conchyliologie, 34, 2: 138-152.
        • Estudo de espécimes da expedição de Capelo e Ivens à África. 361
      • 1886 - Notas psychologicas e ethnologicas sobre o povo portuguez . I. Nomes vulgares de peixes». J. Sc. Math. Phys. e Nat., 42: 49-64. 
        • Lista de nomes populars de peixes. Etnologia e psicologia. 371
      • 1886 - O macho e a fêmea no reino animal. Biblioteca do Povo e das Escolas, 128. David Corazzi - Editor. Lisboa: 63 pp
        • Formação detalhada dos sexos. 371-2
      • 1887 - Sur une nouvelle espece de Cephalopode appartenant au geme Ommatostrephes. Mem6rias da Academia Real das Scienceas de Lisboa, 6, 2: 16pp
        • Descoberta de nova espécie de cefalópode após contato com vários naturalistas. 361-2
        • Ultimo trabalho, póstumo. Apresentado por Bocage na Academia. 374
    • Dezenas de outros artigos. 372-3 Vários interessantes.
    ARRUDA 1998
    Reproduzido em Arruda 2015
      • Importância dos açores para a história natural.
      ARRUDA 1999
      Reproduzido em Arruda 2015
        • Lyell para FAF
          • Arruda Furtado formava o seu pensamento nestes conceitos evolucionistas do seu tempo, nomeadamente, na teoria de Lyefi; nas evidências de extinções e de mudanças evolutivas fornecidas pela paleontologia; nas afinidades genealógicas existentes entre os organismos sugeridas pela anatomia comparada; e na sobrevivência do mais apto, usada especialmente para responder pela extinção, como se exemplifica a seguir, com trechos extraídos das suas obras. 439
          • "Muito antes de Darwin uma outra opinião igualmente prejudicial à ciência tinha sido posta em ruínas no domínio geológico; é a já mencionada crença nas catástrofes e nas revoluções do globo. O mérito de uma tão grande novidade pertence ao geólogo inglês Charles Lyell, que nos seus Princípios de Geologia demonstrou peremptoriamente que essas catástrofes nunca tiveram um carácter geral, mas sempre um carácter apenas local; que em suma nunca as revoluções do solo interessaram a superfície inteira do globo, mas que a terra percorre em toda a sua história apenas uma evolução progressiva, constante, contínua, e que a cada instante ela esteve submetida às mesmas forças e sujeita aos mesmos acidentes que trabalham ainda hoje na modificação da sua superfície". E acrescenta que "essa evolução se faz tão lentamente, de uma maneira de tal modo imperceptível, que a nossa experiência e a nossa observação, limitadas na duração das coisas, não podem verificar directamente os seus resultados. (... ) Os termos época, ter reno e camada geológica têm apenas o valor que lhes dá a comodidade da linguagem no estudo cronológico dos fenómenos lentos e das revoluções, mais ou menos locais (...) porque, para bem dizer, a crusta do globo é uma só grande época e um só grande terreno, em que nada cessou completamente, em que tudo se fez por dependência e transformação daquilo que estava feito". 439-40
        • Açores como ilhas oceânicas, portanto com características biogeográficas próprias, mas não criação especial. 440
        • Cita Buchner. Fim da geologia antiga prepara o terreno para o mundo orgânico 440
        • Evolução gradual uniforme, inclusive para o homem. Embriologia 441-2
        • Antropologia. Corresponde-se com Coelho e Braga sobre o assunto 443-4
          • Arruda Furtado conhecia, dos seus trabalhos, as modificações provocadas pela insularidade sobre os moluscos terrestres e tinha notícia das modificações sobre a flora e a entomofauna. Mais, entendia que os efeitos sociais e da insularidade deviam influenciar também o homem açoriano, completamente por estudar do ponto de vista antropológico. Interpretação, provavelmente, influenciada pela leitura de Darwin para quem "a observação de muitos pequenos pontos de diferença entre espécies, que, tanto quanto a nossa ignorância nos permite julgar, parecem ser bastante insignificantes, não devemos esquecer que o clima, a alimentação, etc., provavelmente produzem algum efeito, ligeiro e directo" (Origin, l.a edição: 85). 443
        • Lamarquismo
          • Porém, usou perspectiva diversa, lamarquista, para interpretar, provavelmente também sob influência da obra de Darwin, a variação da circunferência craniana do que chamou "indivíduos ilustrados, camponeses e mulheres" e concluir que: (a) a circunferência craniana dos indivíduos mais ou menos ilustrados é maior do que a dos camponeses que ocupam uma posição intermédia entre a daqueles e das camponesas que é muito inferior; (b) a circunferência craniana aumenta com a altura do corpo; (c) a circunferência das camponesas é mesmo inferior à dos camponeses mais baixos; e (d) não sendo os indivíduos mais ou menos ilustrados de uma estatura superior à dos camponeses, a sua superioridade craniana deve ser atribuída ao maior desenvolvimento da sua inteligência (Furtado, 1883). Segundo Mayr (1995), Darwin, pelo menos nas primeiras edições de Origin, admite o uso de um carácter, e a falta dele como um mecanismo evolutivo importante. 444
        • Polêmicas
          • Na colecção do jornal República Federal de 1881 e 1882, encontra-se a sua réplica à crítica que Sanches de Gusman fez, no jornal Civilização, a alguns dos seus artigos, expondo e defendendo o evolucionismo, e ao seu opúsculo O homem e o macaco, escrito a pretexto de certas passagens alusivas àquela teoria proferidas pelo padre Rogério, num sermão quaresmal, em Ponta Delgada (cf. Silva, 1896a, b; Costa, 1954).
          • Segundo Armando da Silva, seu amigo e contemporâneo, "o combate empreendido pelos defensores do dogma contra a doutrina darwinista, e especialmente a leviandade de várias críticas e o atrevimento de alguns sarcasmos estúpidos vibrados ao eminente autor da Origem das espécies, irritavam-no profundamente. (...) A resposta de Sanches de Gusman, que tinha largas pretensões científicas, mas pouco baseadas, imprimiu-se depois em livro. Arruda Furtado quis responder com outro folheto, de que chegou a fazer-se uma parte da impressão, mas que nunca se distribuiu. (...)" (Silva, 1896).
          • Esta polémica chegou também à Horta onde, pelo menos, o jornal Regeneração publicou dois artigos não assinados, com o título O homem procedente do macaco, trabalhos que Arruda Furtado diz feitos a propósito dos seus estudos (cf Furtado, 1881e).
          • Furtado (1881e) contestava a exasperação dos religiosos do seu tempo perante as revelações de parentesco entre o homem e o macaco argumentando que "os darwinistas vão nobremente, sem tempo de se zangarem, e sem carecerem de serenidade religiosa, aceitando as coisas como elas se traduzem e vendo, da semelhança para a diferen- ça, a medida do passado esforço e o catecismo menos atrevidamente teológico da estrada do provir!". Depois de neste artigo discutir as relações temporais das religiões termina: "Riam embora os teólogos da nossa ascendência símia. Fazem-nos sempre lembrar a resposta dada por Huxley às imprecações que o bispo de Oxford lançava contra a doutrina darwinista por irreligiosa. Esta resposta foi a seguinte: - "Se eu tivesse de escolher os meus antepassados entre um macaco perfectível e um homem que emprega o seu espírito em escarnecer da busca da verdade, eu preferiria o macaco". Para Furtado (1882), as religiões aparecem como forma de desculpabilizar a ignorância do homem face aos fenómenos naturais. 444-5
          • ....
          • O pensamento de Arruda Furtado, naquele tempo, está patente na carta Ciência e Natureza, dirigida a seu irmão António Furtado e inserta na revista do movimento contemporâneo Era Nova (1880, pp.: 83 a 88). Porém, surgiu a transformação inevitável a um homem de ciência e, consequentemente, abandonou a polémica. Alguns anos mais tarde, em Angra do Heroísmo, também aconteceu controvérsia entre José Augusto Nogueira Sampaio (1827-1900), médico, naturalista e professor do Liceu, e António Maria Ferreira, cónego da Sé, a propósito do discurso sobre a origem da vida, proferido pelo primeiro, no liceu, em 1890, que depois foi impresso em livro com o título A vida. 446
          • ....
          • Assim, aconteceram, fundamentalmente, duas polémicas de características diferentes. Naquela, Furtado defendia o materialismo, nesta, Sampaio era pelo evolucionismo mecanista, contra o espiritualismo clássico, como referem Ferreira-Deusdado (1902) e Ferreira (1940). 446-7
        ARRUDA 2001
        Reproduzido em Arruda 2015
          • Resumo publicado em 1999.
          • Repete bastante o anterior, com algumas passagens mais elegantemente escritas.
          • Contra a teoria dos icebergs. Outras causas 430-2
          • "Como formulá-la de um mudo seguro sem documentos sobre o povo continental?" Carta a TB. Não parece ter chegado a bons resultados 433
          • redução e seleção causal dos elementos antropológicos ajudados durante quatro séculos por um isolamento profundo e constante > Lamarquismo 433.
          • Biogografia 434
          • SN
            • Tambem era entendido por Arruda Furtado t|ue a evolu^ao acontecia por selecyao natural . Assim, do conjunto de individuos que constituiam uma populacao de uma dada especie, aqueles que possuiam determinadas caractensticas contribuiam em maior percentagem para as gerafoes seguintes do que aqncles outros que possuiam outras caracteristicas; pela hereditariedade de tai> caracteristicas a composifao da popula^'ao ia-se alterando. Mais, segundo a teona da selec^ao natural a contribuifao dos descendentes para a composicao das geracoes sucessivas nao acontecia inteiramente ao acaso porque estava correlacionada com a variabilidade populacional. Dizia-se entao que os mdividuos melhor ajustados ao ambiente eram seleccionados por um processo natural. A selecqao natural era assim tida como o factor principal na regulafao da estrutura morfologica das populates ao longo do tempo, eliminando certas vanacoes e fazendo predominar outras, originando, deste modo, alteracoes evolutivas diferentemente direccionadas. Estes conceitos, ter-lhe-ao servido para explicar a produgao de endemias nas ilhas e ainda a harmonia que entendia existir entre estas especies -quando ela la harmonia]. como nos Azores, e mais estreita de ilha para ilha, do que do arquipelago para os continentes proximos [...]» (Furtado 1881a). 434-5
          • SN também se reflete em sua malacologia. 435
          • "Furtado estava entre os raros interessados nas perspectivas científicas abertas com a teoria de Darwin (Sacarrão, 1986; Almaça 1997)". Foco taxonômico. Aparece em sua produção no museu. 436
          • Colonização diferenciada entre as ilhas 436
          • Lamarquismo
            • Concluiu tambem que as diferenpas encontradas nas especies aporianas relativamente aquelas da Europa nao eram anomalias individuais ou diferenpas etarias mas -modificapoes fixadas nas especies pelas leis da hereditariedade*. E ainda , que formas diversas, consideradas anteriormente como especies, nao seriam mais do que estados diversos de modificapao de uma mesma especie. Uma compreensao evolucionista que tambem usou para explicar o mecanismo da diferenciapao dos caracteres antropologicos no seu estudo sobre o povo micaelense, mas era divergencia com aquela usada para justificar a variapao da circunferencia craniana entre undividuos ilustrados, camponeses e mulheres*, esta claramente lamarckista 436
          ARRUDA 2002
          • Prefácio de Reis Leite: Carlos Machado político e cientista. 10 "Arruda Furtado foi um homem do seu tempo, autodidacta por imposição das condições sociais, militante das fileiras republicanas, certamente por escolha ditada também por condicionalismos sociais e económicos e cientista das correntes que procuravam ler na Natureza e nos homens uma explicação para compreender os Açores e os açorianos" 11 Antropologia fadada ao fracasso
            • Ao estudar os micaelenses, os camponeses micaelenses, a que propositadamente reduziu o seu campo de pesquisa, não se pode dizer que tenha gostado daquilo que viu. Julgou ter encontrado uma “raça” inferior e procurou explicar a causa desse fenómeno. Aí, temos hoje a percepção disso, falhou porque seguiu o caminho do evolucionismo e não explorou explicações sociais e económicas, como outros tentaram fazer. Ao decidir-se pela explicação positivista de que a selecção natural não fora suficiente em S. Miguel e, como tal, levara ao degenerar da raça, estava a optar por um caminho sem saída e eivado de incongruências, mas abria uma interessantíssima polémica cultural que havia de chegar aos nossos dias. Mas é bem claro que o caminho da diferença pela inferioridade não era entusiasmante e muito dificilmente poderia servir de fundamento para futuras opções  políticas, sociais, económicas ou culturais. Isto, creio bem, explica porque Arruda
              Furtado foi abandonado à sua sorte e o seu nome esquecido pela intelectualidade
              açoriana e só agora ele é ressuscitado para a nossa cultura, mas essencialmente
              como um naturalista e só recentemente nas áreas em que a sua obra, contudo, é
              mais estimulante, a antropologia cultural. Os mestres que lhe seguiram o caminho
              separaram-se dele e vieram a construir a imagem do açoriano, também pelo prisma da diferença, mas pela positiva e até pela superioridade e, consequentemente,
              vieram a ditar as orientações teórias e justificativas das novas opções para os
              Açores. AArruda Furtado, nesse campo, coube somente a função de pioneiro, mas
              um pioneiro propositadamente votado ao esquecimento. 11-2

          • International Scientists Directory.  15
          • Entra em contato com Le Bon e Paula e Oliveira para antropologia 16
          • Perrier e Fischer queriam um museu exclusivamente local 17.
          • Cartas interessantes
            • M. C. 1, FAF para Simon, 15/06/1880 Conselhos para estudar aranhas
              • MC5 FAF-Simon, 15/11/1880 Após aceite de Simon, informa objetivo malacológico mais alinhado com seu interesse biogeográfico.
              • MC33 16/06/1881 FAF-Simon. Agradece livro de presente.
              • Mantém intensa correspondência de espécies a seguir
            • M. C. 2, Thorpe para FAF, 24/09/1880 Disponibilidade de publicação em inglês
              • MC4 FAF-Thorpe, 22/10/1880 Objetvo: estudar a origem das espécies malacológicas açorianas por comparação dos órgãos internos das espécies endêmicas com as continentais.
              • MC6 Thorpe-FAF, 9/11/1880 e MC6A Miall-Thorpe, 10/1880. Interesse auxiliar nos trabalhos.
              • MC8 FAF-Thorpe 15/11/1880 Envio do manuscrito
              • MC12 Miall-FAF 12/01/1881 Informa de que: (a) Thorpe apresentou à Sociedade de Leeds as colecções de história natural enviadas por Furtado, consideradas muito interessantes; (b) o Dr. Tristram aconselhou a publicação da memória sobre Viquesnelia nos Annals of Natural History e que o Sr. Dallas respondeu ter muito gosto em imprimi-la nos Annals; e (c) a sociedade, como reconhecimento pelas contribuições recebidas para as suas colecções, enviará, como oferta, uma encomenda de material de desenho julgado difícil de encontrar nos Açores
                • Resposta em MC19 03/02/1881, 21 16/02/1881 e 22A 16/02/1881 (para Thorpe).
              • MC 24, 03/03/1881 FAF-Miall Comunica e explica um caso de ausência de orgãos copuladores em Vitrina; anuncia ter em preparação o manuscrito de um livro a que dará o título Darwin e Quatrefage - Estudos sobre o transformismo, elabora, a propósito, alguns comentários sobre fecundação e solicita conselhos sobre a teoria da fecundação mais plausível bem como sobre outras matérias.
              • MC26 26/02/1881 Miall-FAF Comunica a publicação.
              • MC31 16/05/1881 Miall-FAF. Resposta a 24. Acusa a recepção de carta e agradece, antecipadamente, as conchas que lhe vierem a ser enviadas; remete lista de espécies em falta na colecção particular; informa dos objectivos do trabalho em curso e do envio de uma memória e de um trabalho sobre transformismo; e, em post-scriptum, solicita informações sobre um microscópio que deseja ter
              • MC34 16/06/1881 FAF-Thorpe. Agradece pelo financiamento.
              • MC35 16/06/1881 FAF-Miall. Agradece o apoio que tem recebido; informa das necessidades para o trabalho sobre a natureza açoriana, nomeadamente instrumentos de dissecção, lupa e outros, e ainda o livro de Wollaston, Testacea atlantica; anuncia o envio de uma pequena caixa com insectos, aranhas e fósseis; e aceita preparar em breve a notícia sobre a vitrina neutra.
              • MC60 03/11/1881 Miall-FAF Acusa a recepção da última carta (18. Set. 1881), justifica o atraso da resposta e anuncia a tradução da notícia sobre a vitrina neutra para Annals of Natural History (conferir nota ao documento M. C. 36) e o envio de um microscópio de dissecção.
              • MC78 19/03/1881 FAF-Miall.  Acusa a recepção e agradece o microscópio de dissecção oferecido, o Annual report da Sociedade de Leeds e anuncia o envio, por barco, de fósseis de Santa Maria.
              • MC115 05/1882 Miall-FAF Anuncia o aparecimento da memória sobre vitrina em Annals of Natural History, de Maio, e o envio de cópias bem como de um exemplar de Testacea Atlantica; aconselha o estudo de preparações microscópicas para eliminar qualquer erro; e acusa a recepção de fósseis de Santa Maria.
              • MC134 16/08/1882 FAF-Miall  Acusa a recepção da carta de Mai. 1882; agradece os cuidados postos na publicação da memória sobre vitrina e a oferta de um exemplar de Testacea Atlantica; anuncia o envio de espécies malacológicas para o museu da Sociedade de Leeds; e trata de várias outras questões geralmente relacionadas com a troca de conchas de e para várias partes do mundo, resultado da inclusão de um endereço no The International Scientist Directory
              • MC144 02/10/1882 FAF-Miall Acusa a recepção e agradece os exemplares da memória sobre vitrina, da obra de Wollaston (Testacea Atlantica) e do Annual report da Sociedade de Leeds (onde Arruda Furtado é referido como membro honorário); envia a fotografia de uma folha de couve anormal a propósito da qual faz algumas considerações; e dá notícias sobre as relações de troca de conchas, salientando a importância da posição geográfica dos Açores, entre dois continentes, para o progresso dessas relações.
              • AHMB12 21/10/1885 FAF-Miall. Solicitação de tradução
              • MC265 05/11/1885 Miall-FAF. Aceite.
            • MC7 Sédillot-FAF 11/11/1880, por indicação de Simon. Quer insetos.
              • Primeiro de uma intensa correspondência de espécimes
              • MC29 21/04/1881 FAF-Sédillot FAF havia informado antes que não consegui coletar fora de S. Miguel. Sédillot afirma que precisava de mais material antes de publicar (Simon faz o mesmo). Nesta carta, FAF Acusa a recepção de carta e agradece, antecipadamente, as conchas que lhe vierem a ser enviadas; remete lista de espécies em falta na colecção particular; informa dos objectivos do trabalho em curso e do envio de uma memória e de um trabalho sobre transformismo; e, em post-scriptum, solicita informações sobre um microscópio que deseja ter.
            • M. C. 32 FAF-Darwin 13/06/1881. Primeira carta de apresentação. Expõe os objectivos em estudo, apresenta resultados do trabalho já realizado, refere contactos estabelecidos com naturalistas e põe-se à disposição de Darwin para o que este entender conveniente.
              • MC41, CD-FAF 03/07/1881. Sugere plano de trabalho em 7 pontos.
              • MC42, FAF-CD 29/07/1881 Agradecimentos e Comentários biogeográficos.
              • MC43 FAF-CD 17/08/1881 Dá conta dos resultados de duas excursões feitas a pontos altos da ilha de S. Miguel, solicita a indicação de pessoa que estude dois pequenos herbários que organizou, informa de ter pedido a recolha de material biológico ao faroleiro do Nordeste e aos caçadores de aves de passagem, e agradece as informações recebidas, de Darwin, sobre a obra de Wallace.
              • MC50 CD-FAF 02/09/1881 Recebe livro de Wallace de presente de CD. Promete contactar Hooker.
              • MC51 CD-FAF 12/09/1881 Aceitação de Hooker. Solicita descrição do Cupressus fóssil. Experimento com sementes da terra desse local.
              • MC53 FAF-CD 16/10/1881  Agradece a oferta da obra de Wallace, o contacto estabelecido com Hooker e informa do conteúdo da carta que dirigiu a este último
              • MC54 FAF-Hooker 16/10/1881  Anuncia o envio de espécies botânicas, quase todas dos cumes montanhosos da ilha de S. Miguel, conforme informação recebida de Darwin, e solicita instruções sobre o envio de amostras dos bosques extintos de Cupressus e de outros fósseis da mesma ilha. 
              • MC57 FAF-CD 22/10/1881 Informa do envio de ovos de ortópteros que encontrou em situação julgada peculiar, como descreve, a propósito do que faz alguns comentários.
              • MC58 CD-FAF 31/10/1881 Diz-se feliz por Furtado ter achado útil o livro de Wallace e relata o estudo feito e as conclusões retiradas, sobre os ovos de ortóptero que lhe haviam sido enviados.
              • MC59 FAF-CD 21/11/1881  Agradece as informações sobre o estudo feito com os ovos de ortóptero, dá explicações adicionais sobre as condições em que encontrou os ovos referidos e informa de que comunicará a Hooker ter encontrado numerosas folhas de Hedera e de outras espécies, num tufo, na localidade dos Mosteiros, a propósito do que faz alguns comentários.
              • MC79 FAF-Thiselton Dyer 19/03/1882. Kew 
              • MC107 FAF-Thiselton Dyer 22/05/1882  Agradece a carta de 5. Abr. e o acolhimento dado às amostras enviadas; lamenta a morte de Darwin e destaca ensinamentos recebidos.
              • MC198 19/04/1883 Hooker-FAF. Kew.
              • MC239 18/03/1884 Hooker-FAF. Kew
            • MC65 Sutton-FAF 28/12/1881. Primeiro a mencionar o ISD, mas não o primeiro da leva dezembrina de requerentes de espécimes. Tem muitos outros a partir daqui.
              • MC69 FAF-Sutton 03/02/1881. Quer saber mais do ISD.
              • MC 97 Sutton-FAF 24/03/1882. Mais sobre o ISD.
              • MC108 FAF-Sutton 23/05/1882. Agradece sobre o ISD.
            • MC71 18/02/1881 FAF-Perrier Resume: (a) os objectivos do estudo e da divulgação da fauna açoriana que vem desenvolvendo, (b) alguns dos resultados já divulgados, e (c) os contactos estabelecidos; e convida o destinatário a estudar as minhocas dos Açores.
              • MC72 18/02/1881 FAF-von Porath. Carta parecida.
            • M. C. 28/05/1882 FAF-Le Bon. Apresenta os objectivos dos seus estudos, nomeadamente dos antropoló- gicos, e pede orientação e bibliografia para estes, à semelhança, como refere, do que fizera com Charles Darwin, para os animais inferiores e as plantas.
              • MC121 19/06/1882 Le Bon-FAF  Anuncia o envio, a pedido, de uma memória e faz considerações sobre o interesse dos estudos antropológicos numa ilha perdida no oceano
              • MC135-2 16/08/1882 FAF-Le Bon  Acusa a recepção de carta e de memória e apresenta o plano da obra Materiaes para o estudo anthropologico dos povos açorianos, sobre o qual faz algumas considerações e solicita correcções.
              • MC153 20/09/1882 Le Bon-FAF Faz considerações sobre o plano da obra Materiaes para o estudo anthropologico dos povos açorianos.
              • MC152 18/10/1882 FAF-Coelho Apresenta plano e métodos para estudar o povo micaelense, com base num trabalho de Gustave Le Bon sobre a formação de uma raça nos Tatras, e pede conselhos sobre como desenvolvê-lo e a bibliografia a consultar
              • MC154 18/10/1882 FAF-Le Bon. Agradece comentários feitos ao plano da obra Materiaes para o estudo anthropologico dos povos açorianos, a propósito do que faz algumas considerações, e descreve a superstição do feto de S. João, a propósito da sua semelhança com outra dos Podhalains estudada por Le Bon.
              • MC172 31/10/1882 Coelho-FAF. Responde à carta de 18. Out. 1882 considerando excelente o plano para estudar o povo micaelense; indica bibliografia diversa que comenta brevemente; e solicita esclarecimentos vários sobre particularidades dalinguagem micaelense.
              • MC173 29/12/1882 FAF-Coelho Agradece as indicações contidas na carta de 31. Out. 1882, os escritos enviados e os prometidos; informa de que continua a coleccionar informações para enviar, eventualmente trabalhadas, ficando a aguardar correcção ou aprovação; e responde a algumas questões postas na segunda parte da carta a que agora responde.
              • MC183 02/04/1883 FAF-Coelho Relembra o pedido de informações sobre os micaelenses.
              • MC 186 03/04/1883 Coelho-FAF
              • MC 187 15/04/1883 FAF-Coelho conituam o assunto
              • MC277 12/02/1885 Le Bon-FAF. Agradece a obra Materiaes para o estudo anthropologico dos povos açorianos que considera belo trabalho, e solicita que lhe sejam enviados dois exemplares para serem apresentados à Sociedade de Geografia e à Sociedade de Antropologia.
              • MC278 29/06/1886 Le Bon-FAF Agradece o envio de Materiaes para o estudo anthropologico dos povos açorianos e lamenta não ter podido fazer, a propósito, uma nota para Revue scientifique; mais, informa da publicação recente, do relato de parte de uma viagem ao Nepal.  
            • M. C. 158 13/10/1882 Braga-FAF. Expressa admiração pelos trabalhos publicados na Era Nova e no Positivismo que agradece e solicita mais colaboração.
              • MC161 13/11/1882 FAF-Braga.  Acusa recepção de carta e agradece palavras de incitamento e convite para colaborar no Positivismo; apresenta e faz considerações sobre o estudo antropológico do povo micaelense que tem em curso; e solicita indicações que especifica.
              • MC174 19/12/1882 Braga-FAF. Acusa recepção de carta, elogia o plano elaborado para o estudo antropológico do povo micaelense e às questões postas na carta recebida.
              • MC175 29/12/1882 FAF-Braga Acusa recepção de carta e elabora considerações várias a propósito do estudo antropológico do povo micaelense que vem elaborando.
              • MC181 19/01/1883 Braga-FAF Acusa recepção de carta e responde a algumas das questões que lhe são postas, como refere.
              • MC190 03/05/1883 FAF-Braga. Continua o assunto.
              • mc250 18/02/1885 Braga-FAFAgradece o trabalho Materiaes para o estudo anthropologico dos povos açorianos que elogia e lamenta não o ter lido antes de estar em impressão a obra O povo português nos seus costumes, crenças e tradições, sobre o qual também faz considerações.
            • M. C. 159 22/10/1882 FAF-Mallet.  Propõe a análise de águas potáveis de S. Miguel, conforme aquelas feitas para National Board of Health, divulgadas pela Scientific American, visando enriquecer o trabalho antropológico que tem em curso sobre o povo micaelense.
              • MC159 21/11/1882 Mallet-FAF. Não pode ajudar.
            • M. C. 02/04/1883 FAF-Vasconcelos. Refere estar ocupado a preparar o trabalho Materiais para o estudo anthropologico dos povos açorianos, cujo plano envia, e para o qual pede ajuda do ponto vista linguístico, especialmente para o capítulo 6, indispensável para saber, pelos documentos da linguística, a província de onde vieram os micaelenses; mais, faz considerações sobre o falar açoriano, em geral, e micaelense, em particular; mais ainda, faz algumas considerações sobre edificações rurais.
              • MC 213 ? Vasconcelos-FAF. Continua o assunto.
              • MC205 17/07/1883 Vasconcelos-FAF Dá notícia de ter terminado os seus trabalhos escolares e de ter começado a trabalhar no estudo do dialecto cuja conclusão mandará logo que terminado.
              • MC185 11/08/1883 Vasconcelos-FAF. Responde à questão posta por Arruda Furtado em carta anterior (Pelas questões linguísticas, pode affirmar-se que a maior parte do povo micaelense saiu do norte, do Centro, e do Sul de Portugal?); e mais, põe várias questões para as quais pede resposta imediata.
              • MC215 14/10/1883 Vasconcelos-FAF Continua.
              • MC251 01/02/1885 Vasconcelos-FAF. Agradece trabalho recebido e já lido sobre o qual promete escrever mais, posteriormente; faz alguns comentários sobre o uso de diminutivos em Portugal; e diz saber da transferência de Arruda Furtado para Lisboa, pedindo novo endereço.
              • MC263 24/11/1885 Vasconcelos-FAF. Informações diversas.
            • M. C. 188 18/04/1883 Paula e Oliveira-FAF. Informa de que aceita executar o trabalho que lhe é solicitado (observação de caracteres antropológicos) que já foi iniciado e sobre o qual faz algumas considerações.
              • MC189 27/04/1883 FAF-Paula e Oliveira.  Manifesta alegria e gratidão pelas informações sobre dados antropológicos, especialmente de minhotos; e mais, informa sobre dados antropológicos de camponeses e de mulheres, ambos de S. Miguel, que tem em estudo.
              • MC193 19/06/1883 Paula e Oliveira-FAF. Explica o método seguido nas suas observações antropológicas, nomeadamente os indivíduos e os instrumentos, e comenta sobre os resultados de comparações feitas entre minhotos e micaelenses; e mais, anuncia o envio de série de dados antropológicos de camponeses residentes em Lisboa
              • MC194 27/07/1883 FAF-Paula e Oliveira Agradece carta e nova série de dados antropológicos de camponeses recebidas; mais, a propósito de explicações dadas por Paula e Oliveira sobre o método seguido nas suas observações antropológicas, faz considerações várias a propósito da cor dos olhos e da dimensão do crânio de indivíduos de várias localidades.
            • M. C. M. 2 05/02/1885 FAF-Supico Nomeação do museu.
              • MCM3 01/03/1885 FAF-Supico. Agradece as palavras publicadas no jornal do correspondente, informa da sua nomeação como adido ao Museu de Lisboa, faz algumas considerações sobre as colecções deste e solicita contactos nos jornais do continente ou mesmo do Brasil.
            • A. H. M. B. 1 17/03/1885 FAF-Schneider. Informa posição no museu.
              • ver também MC251 01/02/1885; AHMB2 18/03/1885 FAF-Tyler; AHMB3 18/03/1885 FAF-Houssay; AHMB4 18/03/1885 FAF-Montadon; MC209 12/08/1885 FAF-Chaper; MC260 13/09/1885 Miall-FAF.
            • MC285 04/06/1886 FAF-Carlos Machado. Plano de História da Zoologia em Portugal.
              • MC286 14/06/1886 Carlos Machado-FAF. Resposta.
            • MC280 22/07/1886 Nobre-FAF. Convite de trabalho.
              • MC282 11/10/1886 Nobre-FAF. Acusa a recepção de carta e dá explicações a propósito de comentários feitos por Arruda Furtado a História da Malacologia em Portugal e nas suas possessões (Século XVIII); e mais, informa de estar a escrever o catálogo dos moluscos de Portugal e solicita documentos que supõe existirem no Museu de Lisboa.
              • MC283 16/10/1886 FAF-Nobre. Resposta
            • MC284 21/10/1886 Aguiar-FAF. Pergunta sobre ensino de zoologia em coimbra.
            • Questão do polvo
              • AHMB33 07/12/1886 FAF-Hoyle; AHMB34 14/12/1886 FAF-Fischer; AHMB37 15/12/1886 FAF-Steenstrup; AHMB40 08/01/1887, FAF-Fischer; AHMB41 21/01/1887 FAF-Steenstrup; AHMB42 01/02/1887 FAF-Hoyle; AHMB43 18/02/1887 FAF-Steenstrup.
            • Alguma coisa interessante com Crosse. Verificar.
          FURTADO E LOUSADA 2003
          • Quase tudo na sua vida foi ocorrendo com singular precocidade. 201
          • Segue biografia e descrição da correspondência com CD.
          • Estudo do artigo embryologia.
          • Cita Haeckel 206
          • Elogia sua atualização no ambiente portugues 206-7
          • Abordagem individualista de FAF 207
          • Cc vs relig. Cita Draper e cita kraft und stoff de Buchner 208-10
            • ... a inegável seriedade do artigo é, até certo ponto, posta em causa nas últimas páginas. O entusiasmo panfletário já antes mesmo detectável vem, quase de chofre, substituir o rigor e a racionalidade da maior parte do texto. Aqueles dão lugar a um tom pseudo épico e a uma profecia que, como tadas as previsões não filtrada spela consicência da relativada das coisa,s estaria longe de se revelar acertada 210
          • Fixismo portugues. Impacto mais nas sociais 211
          • Plena realização da cc na filosofia 211
          • Mais amplamente
            • a obra do ivnestigador açoriano espelha ainda de forma simgularmente precoe a celeridade com que,l também emportugal, a cvaga positivist incorporou os evolutiocnsmos darwinsita e spenceriano, assim como, em certos casos, o monismo e a metafícia materialista de Ernst Haeckel, Ludwig Buchner e outros pensadfores alemães. Muito menos do que isto seria sufient e para aqulatar a  importancia daque a quem Charles Darwin, apenas mediante a leitrua de uma primera carta, finalmente reconheceu elevada estatura intelectual 211-2

          ARRUDA 2005
          Reproduzido em Arruda 2015
            • Contacta carlos machado em 1873 265
            • Carlos era aluno de Julio Henriques. Volta para S Miguel para lecionar no liceu em 1873. Narra ainda outras vias de chegada do darwinismo nos açores 266
            • Não avança muito em relação a outros trabalhos. Segue um unico trecho interessante
              • A ideia de haver uma menor abundancia de especies nas ilhas relativamente ao continente de onde partiu a colonizagao, embora baseada em dedugao de Darwin, e percursora da Teoria da Biogeografia das Ilhas ou Teoria das Faunas Insulares, apresentada em 1963 e 1967 por Robert Mac Arthur e Edward Wilson (Mac Arthur e Wilson, 1963; 1967). Segundo estes autores, se duas ilhas do mesmo tamanho estao equidistantes da origem colonizadora, elas terao o mesmo numero de especies, mas se uma ilha e maior do que outra, ou, se uma ilha esta mais proxima da origem colonizadora do que outra, ela tera mais especies 272
            • Marginalidade devido a antropologia 272-3?
              • A razão está em que a raça açoriana procurada, uma questão levantada durante a Regeneração, foi mostrada inferior
            ALMEIDA 2006
            • Almeida lista todas as ocorrências dos Açores na vida de Darwin.
            • Sena Freitas vai a Londres estudar com Huxley para desprovar o evolucionismo 535
            • José Augusto Nogueira Sampaio, reitor do Liceu de Angra, defende o evolucionismo em 1894. 535
            • Passa a descrever o homem e o macaco.
            ARRUDA 2007
            Reproduzido em Arruda 2015
              • Homenagem de 120 anos da morte.
              • Deferência a Carlos Machado, aluno de Henriques e conhecido de Quental e Tavares Carreiro 236.
              • Descent
                • Em Portugal, foi ele quem divulgou pela primeira vez, a questão da descendência do homem segundo a teoria de Darwin. A segunda obra deste naturalista .... só viria a ser traduzida para português em 1910, como omissão da segunda parte ..... Todavia, os leitores portugueses tiveram acesso a largas passagens dessa obra em O macho e a fêmea no reino animal. 237
              • Necrológio de Darwin por Matos, mas homenagem de azevedo com o artigo de embriologia. 238
              • Ateu, anticlerical, pobre e racista 238
              ARRUDA 2008
              • Verbete na enciclopédia açoriana
              • Lembrar que tem outro arruda.
              ARRUDA [2008]
              Um deles republicado em Almeida 2010 pp 233-5 junto com o necrológio de FAF a CD pp 229-31.
              ALMEIDA 2009
              • Tem um artigo de jornal de almeida sobre FAF no mesmo ano dando notícia do segundo volume da obra de FAF e repetindo os comentários feitos em 2006.
              • Reimpressão de 2006. Muda um pouco a conclusão. É mais solene a Sena Freitas.181-3
              AZEVEDO 2009
              • Evento sobre os açores e Darwin. Menciona FAF en passant.
              MELLO 2009
              • No âmbito das comemorações do bicentenário do nascimento de Charles Darwin 1809-2009)
              • Grupo > Carlos Machado, José do Canto, Francisco A. Chaves, Rui Telles Palhinha, Aurélio Quintanilha. 11
              • Dá o nascimento e constituição familiar com muitos detalhes. 12-5
              • Cita aquela passagem da carta ao irmão. 15-6
              • Poema em 1877 18
              • Suicidio do pai em 1877. Convite de José do Canto. Eventualmente despedido sob fortes acusações. Ver nota 18-9
              • Mantinha contato com Ernesto do Canto. 20
              • Exposição de artes. 20
              • Capitão Henrique das Neves fica responsável pela distribuição do livro do Povo Michaelense. 20
              • Lisboa 1884. Conservador > Adido no museu em 1885. Cartas a supico mostra insatisfação com a cidade. Busca jornais para contribuir. 20-1
              • Casa-se em 1885 com adelina. Filho carlos (talvez homenagem) vira médico 21-3
              • Morre de tuberculose e vários jornais noticiam sua morte 23-8
              • Comemorações em 1979 28-9
              • Ver bibliografia
              TRINCÃO 2009
              • Não fala da parte antropológica 14
              • Inclui as cartas e suas traduções.
              ARRUDA 2009
              Reproduzido em Arruda 2015
              • No livro dedicado a Filipe Furtado.
                • Uma das versões mais completas até então. Conta com muitas notas e comentários de outros historiadores.
                ARRUDA 2010
                Reproduzido em Arruda 2015
                • Reproduz o texto sobre FAF e Sampaio vs Ferreira expandido (ver 21-2).
                PEREIRA E FONSECA 2010
                • Tavares encontra o exemplar de 78 da sexta edição de Darwin na biblioteca de FAF. Pereira já tinha visto isso em 2001. 27
                • Efeito de Royer 27-8
                • Tradutor antes das traduções 28
                • esforço de divulgação científica simplesmente notável 28
                • Cientificista 29
                • Importância das cartas para Darwin segundo Browne 29
                • Rejeição da SN 30
                TAVARES 2011
                • Apropriação 163
                • Baseado em Gavroglu et al 2008 "ideas and techniques are, more often than not , transformed in unexpected and sometimes starling ways when introduced in a different social and educational context." Apropriação é um processo de produção de conhecimento 163-4
                • Henriques mais criativo que Darwin 164
                • Eça
                  • As the writer Eça de Queirds beautifully expressed “ By Railways, which crossed the Peninsula, torrents ot new things, ideas, systems, aesthetics, forms, feelings, humanitarian interests broke down daily trorn France and Germany (through France) (...) Michelet, Hesel, Vico. Proudhon, Victor Hugo and Balzac, Goethe as vast as the Universe; and Poe. and Heine and, I believe, Darwin as well, and many others!” 10 However, that new world “which the North sent us in packages” 11, did not always come by train and did not always speak French, as I will argue concerning Darwinism in the Azores. 165
                • Machado e FAF. 165
                • Conexão inglesa, não francesa
                  • The network of personal relationships which connected Coimbra to Ponta Delgada was one of the paths through which Darwinism entered die Azores.1"1 A good working hypothesis is that Furtado came to its acquaintance through Machado, but not by reading a French translation of The Origin of Species. Furtado not only read the book outside the usual academic context but he read it in the English version of 1878. This fact can be verified in the very same book that belonged to him, which is held at the Library of the Museum of Science of the University of Lisbon. 165
                  • .....
                  • Before concluding, I want to argue the case for the phenomenon of appropriation of Darwinism in the Azores via British agents, not via French, as usually assumed. I have already mentioned the English edition of The Origin of Species (1878) held in Furtado’s library; but I want to add that long before the young malacologist enrolled in the process of scientific appropriation of Darwinism, the islanders of S. Miguel had already begun their own socio-cultural appropriation. The local intellectual elites, who kept in close touch with the literary, philosophical, and scientific novelties, brought them back home from their travels abroad or ordered them from their usual book shops. Thus, from a search at the Public Library of Ponta Delgada, I found nine copies of The Origin of Species (editions between 1866 and 1906): of those only three were French, one belonging to Teofilo Braga, and the others were all English. The oldest edition dates from 1866, is in English, and belonged to Jose do Canto, an important and notorious land owner. Another remarkable fact relates to the Darwinian collection of books in Jose Bensaude’s library: they add up to eight books by Darwin , all in English, except for one. These books were gathered by a curious businessman , in the past a  young close friend of Antero de Quental, who dreamed of being a poet, but owing to lack of resources never managed to get a university degree. His Darwinian library tells us something about the social appropriation of Darwin’s work in S. Miguel.
                  • e have to find explanations for the English path to Darwinism’s appropriation in the Azores. Besides the cosmopolitism of social elites, one was, no doubt, the direct com mercial flux connecting for over a century the English ports to the Azores. 167
                  • Outro fator é a relação portuária-comercial com a inglaterra e os viajantes ingleses que passavam por lá. 168
                • Cobertura ruim de FAF em 2009
                  • But in my opinion , his name was invoked for equivocal reasons: the Azorean naturalist is presented as an almanac curiosity whose importance is reduced to the circumstance of having been the single Portuguese person to have corresponded with Darwin. And people assess his brief exchange of letters with Darwin completely out of context, ignoring the scientific correspondence that Furtado maintained , during almost seven years, with more than 70 correspondents.15 The idea conveyed to the public is, wrongly, that Furtado’s scientific research was originated through the Masters recommendations. Finally, nothing is said about Arruda’s scientific work, which is completely ignored. 166
                  • Furtado already had very clear ideas of his scientific objectives 166
                TAVARES 2012
                • Aponta a falta de patrocínio para lançar o homem e o macaco 47
                • Polêmica dá um recorte de normalidade 48
                • Três razões para ligar com o republicanismo
                  • espécie de manifesto público de Arruda Furtado, poucos meses depois da inauguração do Museu de Ponta Delgada, no contexto das comemorações camonianas de 10 de Junho de 1880. O mesmo contexto que deu visibilização e organização ao movimento republicano em Portugal.
                  • evidencia a adesão de Furtado à filosofia positivista. Ora, o positivismo foi, no nosso país, instrumental para o ideário republicano, conferindo-lhe unidade doutrinal e coesão organizativa (ver Catroga 1977)
                  • afirma a falência dos dogmas religiosos tradicionais face à superioridade das descobertas e explicações científicas. Professando a fé absoluta na ciência, Arruda Furtado assume-se como apóstolo da reliigão laica que funcionou como alimiento espirirtual da cultura republicana. 48-9
                • Veneração pelo merecimento. > Figura de camões para a república
                  • Camões, pela grandeza literária da sua obra e pela circunstância dramática da data da sua morte, coincidente com a perda da independência nacional, foi uma figura grata à nostalgia messiância do país; uma figura que o movimento republicano, ando continuidade ao romantismo, elegeu ocmo catalisador do ímpeto reformador da sociedade. Celebrando Camões, os republicanos impulsionaram a sociedade e as suas emoções colectivas no snetido que consideravam ser o do progresso e da reforma civilizacional. A adesão maciça às comemorações cívicas do tricentenário de camões foi, de certa forma, uma verificação emíicas de todo um quadro doutrinário quer viria a consolidar-se ocmo a chave dieológica do republicanismo em Portugal
                  • Foi festejado também em S Miguel..... Em Ponta Delgada, o descontentamento devido à crise econômica e à negligência política do poder central alimentava, já então, uma corrente de opinião que continuaria a fortalecer-se comas lutas autonomistas do final do seculo. Invocando a referência positivista da evolução natural das sociedades, esta corrente preonicaza a queda da tirania centralista nos jornais republicanos locais, seguindo de perto o ideário do republicanismo federalis, de que Téofilo era um teórico e defenseo de topo. 50
                  • Aparece também no museu de carlos machado com participação ativa de FAF. 51
                • Positivismo em PT
                  • Em Portugal, a perspectiva de um futuro certificado pelo metodo cientifico foi largamente sedutora para os circulos urbanos da burguesia esclarecida e do funcionalismo instruido. Foi como se a espera da doutrina estivesse um « humus social que a exigia » 14. O positivismo tornou-se, entao, a partir dos anos 60, um sistema filosofico de vasta penetragao no pais, passando a alimentar o pensamento e a acgao de destacados intelectuais como Emidio Garcia, Teofilo Braga, Teixeira Bastos, Bernardino Machado e Julio de Matos, entre muitos outros. 52
                • Visão organicista e nomotética da sociedade incluindo planejamento político. 52-3
                • Entendimento sofisticado de FAF: "a teoria de Darwin, posto que não seja uma doutrina positiva, baseia-se em factos positivos, e, por enquanto, nenhuma outra dá, do encademaneto desses factos, uma explicação mais racional e que melhor satisaça às necessidades do nosso espírito" 53
                • Muito espaço para crença 54-5, 57
                • Substituir a fé na religião pela fé na ciência 56
                  • Seguidor convicto do monismo materialista, nao deixava de nomear as aspiragoes intelectuais como «necessidades do nosso espirito.» E aquilo a que chamava a «verdade cientifica » aflorava-lhe ao discurso no tom epico dos pregadores e em forma de parabola, numa especie de decalque compulsivo dos sermoes e dos textos biblicos que tao diligentemente combatia. 56
                • Era nova
                  • revista Era Nova, por exemplo, cujo mentor era Teofilo e o seu circulo de militantes positivistas e republicanos, apareceu em 1880, tendo como proprietario e editor Antonio Furtado intelectual . Eentre quaseeste certo e os que verdadeiros , dada a disparidade donos do periodico de prepara , An ^aotonio seria apenas um testa-de-ferro e um empregado para todo o tipo de trabalho que uma publicaqao exigia, nomeadamente, a composiqao e tipografia. Mas era tambem, para todos os efeitos, os olhos e os ouvidos de Arruda Furtado no cora^ao do activismo republicano. 58
                • Sem interesse político explicito, mas junto da militância nas publicações 58
                ARRUDA 2014
                • Talvez a versão mais completa de FAF até agora 190-5
                LOURENÇO ET AL 2013-4
                • iniciativa do Museu Nacional de História Natural e da Ciência / Museus da Universidade de Lisboa (MUHNAC-MUL).
                • desenvolvido no âmbito do projeto ‘Ilhas Afortunadas’, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian
                • O espólio terá permanecido na família até finais de 1953. Muito provavelmente na sequência da morte do filho de Francisco de Arruda Furtado, Carlos de Arruda Furtado (1886-1953), em janeiro de 1953, a sua viúva, Dulcemina de Arruda Furtado, doou manuscritos, cartas, desenhos e livros à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que na altura se encontrava nas atuais instalações do Museu. A doação foi acompanhada por uma lista sem data e sem assinatura (AHMUL-MUHNAC, Papéis de Arruda Furtado [s.d.], AF41).
                • É nesse ano [2009] que o álbum da Correspondência Scientifica é restaurado com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo sido apresentado na exposição ‘A evolução de Darwin’ em Lisboa (FCG, 2009) e no Porto (Casa Andresen, Museu de História Natural da Universidade do Porto, 2011). Figurou igualmente na exposição ‘Ilhas e História Natural’, organizada pelo Museu Carlos Machado, juntamente com livros, dois desenhos, algumas notas e dois álbuns (Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, 2010).
                • 2011 descobrem os manuscritos e a maioria dos desenhos. União dos museus junta diferentes acervos.
                • Incêndio em 1978 elimina suas coletas, com exceção de uma caixa de conchas.
                • 17/09/1854
                • Filho de Francisco d’Arruda Furtado e de Maria Guilhermina de Vasconcelos, é o mais velho de cinco irmãos, acerca dos quais escasseiam informações. Da mais nova, Maria Teresa, sabe-se que nasceu em 1862, mas é de António, nascido em 1858, que existem registos de maior significado, uma vez que aparece referido como companheiro de explorações do irmão naturalista, para além dos indícios da sua colaboração em Lisboa com Teófilo Braga (1843-1924), no periódico Era Nova.
                • Morte da mãe em 1865. Suicídio do Pai em 1877. Criado pelas tias.
                • Liceu de 1866-1870, sem formação de história natural no currículo da época.
                • Desenhista. Proximidade com João e Augusto Cabral. Este último autor da caricatura de 1884.
                  • Em maio de 1882, na Exposição de Artes, Ciências e Letras Micaelenses, de cuja Comissão promotora faz parte, Arruda Furtado expõe duas paisagens, uma desenhada a carvão e outra pintada a óleo, a par de vários ‘desenhos de anatomia animal e vegetal’, que atestam os novos rumos da sua vocação artística.
                • Começa como amanauense na Repartição da Fazenda em 1870 e em 1876 vira escriturário ou guarda livros de José do Canto. Pai aconselha a não. Fica ali até 1883-4.
                • Fundação do museu em 1876, inaugurado em 1880.
                • Darwinista. Conquilogia. Scientist Directory.
                • Métodos rústicos de dissecação, mas supera a pesquisa meramente taxonomica com uma visão evolutiva e biogeográfica.
                • Exigia novos interlocutores > Eugene Simon.
                  • tem já interesses científicos claros, explicando-lhe a sua opção pela investigação dos moluscos, não só pelos resultados mais seguros quanto à distribuição geográfica, mas também porque era, ‘no que diz respeito às espécies endémicas, completamente nova’
                • Thorpe
                  • Em setembro de 1880, o químico inglês Thomas Edward Thorpe (1845-1925) desloca-se aos Açores em missão do almirantado britânico, para confirmar os valores das medições magnéticas feitas pela expedição Challenger, em 1873. Nessa ocasião Thorpe visita o museu de Ponta Delgada e aí conhece Arruda Furtado e o trabalho que ele prepara sobre a Viquesnelia atlantica. Apercebendo-se da sua singularidade, uma vez que esta espécie era dada como existente apenas nos Açores e na Índia, Thorpe, impressionado, dá a conhecer o trabalho do jovem açoriano ao seu colega no Yorkshire College of Science de Leeds, o biólogo Louis Compton Miall (1842-1921). Este disponibiliza-se de imediato: ‘Eu devo dizer claramente que terei imenso prazer em prestar ao Sr. Furtado qualquer apoio que esteja ao meu alcance’.8 A proteção de Miall, bem como a iniciativa e a generosidade de Thorpe, fazem com que Furtado receba em pouco tempo diversos materiais de desenho, livros e um microscópio de dissecação. Mas Miall vai mais longe, disponibilizando-se para traduzir e fazer publicar o artigo sobre a Viquesnelia atlantica no periódico Annals and Magazine of Natural History.
                • Miall como tutor. Logo vira membro honorário da Leeds Philosophical and Literary Society. Miall dá conhecimento a Darwin.
                • Darwin manda o plano > Leva a Hooker etc
                  • À semelhança do que acontecera com Simon, que alargara as relações científicas de Furtado, pondo-o em contacto com Maurice Sédillot (1849-1933) e Maurice Chaper (1834-1896), também Darwin cumpre os ‘rituais’ das redes científicas, ao recomendar o contacto com Hooker e ao enviar-lhe o trabalho de um promissor especialista dos estudos evolutivos, Alfred Russel Wallace (1823-1913).
                • O homem e o macaco. 1881 Ecos em s miguel e terceira (ver nota 14). José do Canto parece aceitar.
                • Contacta o museu de zoologia de lisboa nessa época, apresentando seu curriculo.
                  • Se este documento teve como destinatário o zoólogo José Vicente Barbosa du Bocage (1823-1907), não se sabe. Mas, a procura do patrocínio científico de Bocage, fosse para trabalhar no museu ou, simplesmente, para conseguir publicar em periódico nacional credenciado, é hipótese que não andará longe do que aconteceu. De facto, passados alguns meses, o artigo sobre a anatomia interna da Viquesnelia atlantica é publicado em Portugal, no Jornal de Sciencias Mathematicas, Physicas e Naturaes17, o que significa o aval da Academia das Ciências de Lisboa.
                • No catálogo da exposição de 1882 já diz querer dar conta do progresso do povo micaelense.
                • No expositor expõe artesenato local junto com as obrasd e Antero de Quental e Teófilo Braga
                  • Se dúvidas existissem, a sua correspondência torna claro o que, por esta altura, lhe ocupa a mente inquieta. Encerrada a Exposição, no dia 28 do mesmo mês de maio já está a escrever a um dos mais prestigiados antropólogos da época, Gustave Le Bon (1841-1931), de quem já lera L’homme et les sociétes, publicado no ano anterior.2 Na urgência de conhecimentos e colaborações credenciadas, corresponde-se também com Adolfo Coelho (1847-1919), José Leite de Vasconcelos (1858-1941) e Teófilo Braga. O objetivo é ‘agarrar o mecanismo da transformação’,3 pelo qual ambiciona compreender como se gerara o povo açoriano, no processo de diferenciação dos primeiros colonizadores das ilhas: ‘Eis o que explica a minha febre.’
                • Materiais sai em 1883. Primeiro trabalho de antropologia a utilizar fotografias. Gera problemas com a elite.
                • Talisman com milne edwards e perrier.
                • Problemas no museu
                  • O museu, que não deixa de suscitar o interesse dos naturalistas que o visitam, vive, em 1884, um momento crítico. Por motivos de política local, regista-se no Liceu uma tentativa de reformar compulsoriamente Carlos Machado, quando ficou doente durante algum tempo.6 O impedimento do fundador e diretor de ter acesso ao museu, bem como a animosidade que, entretanto, o estudo antropológico de Arruda Furtado provocara em Ponta Delgada, põem em perigo o trabalho de ambos de quase uma década. ‘Municipalizar’ o museu é a solução que garantirá o futuro.
                • Tem de sair dos açores
                  • Agravadas por esta questão ou não, as relações entre Arruda Furtado e o seu distinto empregador também azedam. Apesar da distância social entre ambos, havia no início da relação laboral alguma admiração mútua. Essa circunstância pode explicar, por exemplo, o acesso de Furtado ao Jardim José do Canto, onde ocasionalmente realiza trabalhos de campo.8 Problemas de saúde mal compreendidos por José do Canto e, finalmente, em outubro de 1884, uma desconfiança quanto à sua honestidade, provocam o confronto e o subsequente despedimento. O episódio leva à publicação do folheto A minha saída da casa do sr. José do Canto, que narra os pormenores da rutura. Sem trabalho e sem rendimentos, mas apoiado financeiramente pelo farmacêutico e jornalista Francisco Maria Supico (1830-1911),9 Arruda Furtado segue a sua vocação, rumo a Lisboa. Em dezembro, já se refere ao museu de Ponta Delgada como ‘este gabinete que eu lamento vivamente ter deixado para trás’,10 pelo que é de supor que tenha partido ainda em 1884 – um ano em que a ilha de S. Miguel se tornou, de repente, demasiado pequena e hostil.
                • No início de 1885, o zoólogo Barbosa du Bocage movimenta-se para integrar Arruda Furtado no museu da Escola Politécnica. Não deixando de ser um gesto de proteção, certamente incentivado por uma eventual recomendação de Carlos Machado ou de Ernesto do Canto (1831-1900),1 o objetivo de Bocage é aproveitar os conhecimentos e a experiência de Furtado nos domínios da malacologia e da conquiologia. ‘Pelos seus bem conhecidos estudos sobre a fauna malacológica dos Açores, torna-se tão recomendável o aproveitamento dos serviços que nos pode prestar…’,2 que a sua contratação é aprovada pelo Ministro, tendo em vista a urgente revisão e catalogação conquiológica do museu.
                • Precário e mal pago, mas permite que ele publique.
                  • Publicar é a sua mais premente intenção: artigos científicos, para se afirmar profissionalmente, e artigos de divulgação, na imprensa generalista, para conseguir proventos adicionais e continuar a militância positivista de aperfeiçoamento da sociedade pela difusão das ciências. Um dos pedidos que faz a Supico é, precisamente, que lhe faculte contactos na imprensa, em Portugal e no Brasil, e que recomende o seu trabalho junto dos proprietários dos jornais.
                • História da zoologia
                  • cujo plano de desenvolvimento envia para apreciação crítica a Carlos Machado. O ascendente intelectual do velho mestre é ainda evidente: ‘Peço-lhe me diga francamente os pontos em que porventura possa discordar, por falta de ordem rigorosa ou deficiência’.5 No plano da obra, há um capítulo dedicado a “Organização de explorações e museus”, no qual Arruda Furtado prevê incluir matérias relativas ao museu de Ponta Delgada e aos trabalhos lá deixados inconclusos com a saída para Lisboa: ‘Escusado de dizer-lhe que o seu (nosso) Museu me não esqueceu ao traçar o meu plano, mas devo primeiro consultar o meu Amigo sobre o lugar em que ele mais rigorosamente tem de ir’.
                • Açores como assunto adiado, não página virada. Expedição. Programa de exploração malacológico dos açores. É integrado.
                • Casamento
                  • Quando é contratado para o museu de Lisboa, Arruda Furtado está há quatro meses sem qualquer rendimento. Tem dívidas acumuladas e enfrenta grandes dificuldades, mas não deixa de pensar no compromisso assumido ainda em S. Miguel: casar com Adelina, mal conseguisse colocação. E cumpre. Adelina da Costa, a namorada micaelense, filha de João Joaquim da Costa Senior, farmacêutico em Ponta Delgada, casa-se com Francisco de Arruda Furtado, por procuração, na Matriz de São Sebastião, no dia 27 de abril de 1885.9 As dificuldades económicas não obstam à felicidade do reencontro em Lisboa, apenas ensombrada por doença inesperada de Adelina. Respondendo pouco tempo depois a Henrique Maria de Aguiar (1866-1933), conterrâneo e amigo a estudar na Universidade de Coimbra, Furtado agradece as felicitações pelo casamento e dá-lhe conta da aflição passada: ‘Felizmente passou e temos feito já belas excursões. Domingo fomos, com meu irmão também, bater durante 6 horas a Serra de Monsanto onde colhemos belos insectos e curiosas variedades de Helix lactea, aranhas, etc. Não é de todo pobre este país!’10
                  • Pequenos sinais de que, apesar da convicção da inferioridade intelectual feminina, Arruda Furtado cultiva com a mulher um companheirismo juvenil que a integra no seu universo de naturalista.
                • Filho em 1886
                • Morte em 1887 após tentar se recuperar nos açores
                  • Sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa, Arruda Furtado estava proposto para sócio da Academia das Ciências de Lisboa. O seu falecimento foi noticiado em Lisboa, em jornais como o Diário de Notícias, O Século e o Jornal do Commercio, e nos Açores, onde o micaelense República Federal homenageou o seu antigo colaborador, reproduzindo todas as notícias conhecidas sobre o seu prematuro e lamentado desaparecimento.
                • Genealogia
                • Cronologia e contexto comparado
                • Raça, língua e território. Herculano.
                • Várias subdisciplinas, mas mais ligado a antropologia física mais próxima do naturalismo.
                • Craniometria. Broca. Topinard. Le Bon.
                • Racismo científico, ver Stocking 1987 e Brantlinger 2011
                • Muitos rascunhos e notas do Materiais no arquivo.
                • Visão ruim dos micaelenses desde o início.
                • Questão da origem dos açorianos.
                • Vários resultados
                  • Preservação da ignorância; crânios pequenos (com ressalva); origem dos colonizadores mista;  homogeneidade dos portugueses continentais.
                • O estudo antropológico realizado na ilha de S. Miguel, especificamente das mulheres, é utilizado por Arruda Furtado com uma outra finalidade, a de corroborar as conclusões de Le Bon sobre os géneros1 e reforçar os argumentos biológicos e craniométricos presentes no discurso de diversos médicos, cientistas e autores franceses, ingleses e americanos,2 visando demonstrar a inferioridade intelectual das mulheres.3 A mulher, ‘doente em cada mês e em cada período de nove meses’, como diria o historiador e filósofo Jules Michelet (1798–1874), é intelectualmente inferior, sendo ‘a questão biológica o grande argumento contra a possibilidade de instruir superiormente a mulher’, segundo Arruda Furtado
                • Educação deformaria a feminilidade.
                • A nível local, enquadram-se na agenda política republicana nas suas diversas cambiantes, informada pelo positivismo, historicismo, biologismo e materialismo, com o intuito de suster um alegado declínio rácico e promover a transformação social, através da instrução e do melhoramento da raça (eugenia), de que as Conferências do Casino e o movimento intelectual protagonizado pela Geração de 70 são referência obrigatória.
                • Importante para a biogeografia.
                • Darwin, Hooke e Cia. em Kew.
                • Colheita de folhas fósseis apenas. Não encontrou mais.
                • Programou um Sobre a fauna e flora dos açores.
                • Programou um Princípios teóricos e práticos de Biologia destinados aos Liceus.
                  • Critica a taxonomia pura.
                  • Foco na prática e em abordagens múltiplas.
                • Denota uma preocupação com a variabilidade morfológica
                  • A preocupação com a variabilidade individual dos organismos enquadra-se na teoria evolucionista de Darwin que defendia a importância destes estudos no entendimento das leis da variabilidade, ou seja, na compreensão dos factores responsáveis pela existência de um determinado grau de variação de um carácter. Para além disso, segundo Darwin o estudo da amplitude da variação morfológica das espécies, sobretudo das mais polimórficas, com base num trabalho de observação e comparação meticulosa dos caracteres importantes, no seio de muitos indivíduos da mesma espécie, é fundamental na definição de espécies, subespécies e variedades. Na sua obra Origem das espécies, Darwin afirma mesmo que no caso de alguns géneros, Rubus ou Rosa era difícil encontrar dois naturalistas que estivessem de acordo quanto à classificação destas como espécies ou variedades.
                • Morelet. MacAndrew (distribuição). Albers. Drouet.
                • Este renovado interesse pela malacologia portuguesa, em meados do século, lança as bases para o desenvolvimento do estudo dos moluscos em Portugal que sofre um progresso significativo — em quantidade e qualidade —com a emergência de uma primeira geração de malacologistas nacionais, entre os quais o portuense Eduardo Augusto Allen (1824-1899),7 Jacinto da Silva Mengo (1808-1866)8 e Augusto Luso (1827-1902).9 A paixão pela malacologia atinge ainda as mais altas esferas da sociedade com o envolvimento direto do jovem D. Pedro V (1837-1861), apelidado de rei naturalista pelos seus contemporâneos, e do Infante D. Luís (1838-1889), seu irmão. A partir de 1848, a coleção malacológica, reunida pelos dois no Museu Real das Necessidades (com perto de 4000 exemplares correspondentes a mais de 1400 espécies, em 1861),10 transforma-se numa das mais conhecidas e relevantes em termos científicos na Europa, recebendo a visita de inúmeros naturalistas estrangeiros, entre os quais o célebre Charles Bonaparte (1803-1857)11 e os já citados Morelet e Henri Drouet a quem D. Pedro V patrocina uma expedição aos Açores que resulta, em 1858, na publicação do catálogo sobre os moluscos marinhos dos Açores, já mencionado.
                • Claus e Wallace desenvolvem a biogeografia. Woodward com uma nova sistemática dos moluscos.
                • Repete a história geral.
                • Descoberta da distribuição
                  • Contrariamente à previsão teórica aceite, verifica a existência de um número elevado destes moluscos relativamente à área geográfica, e de endemismos açóricos, levando-o a considerar, à luz da teoria evolucionista, que diferentes formas consideradas como espécies são possivelmente graus distintos de modificação de uma mesma espécie. Entende, ainda, que a variação da composição das espécies não acontece inteiramente ao acaso, estando antes correlacionada com a variabilidade ambiental que relaciona com três fatores essenciais: o clima, a geografia, a alimentação. .......... quatro meios de introdução nos Açores das espécies malacológicas terrestres: i) o transporte pelas aves; ii) a introdução pelo homem; iii) as modificações introduzidas pelas condições do solo (debilitação excessiva da concha e resultados de equilíbrio no organismo geral, fixados lentamente pela hereditariedade); iv) a formação de híbridos, mas colocando em dúvida a teoria darwiniana da dispersão durante o período glaciário. Neste quadro, propõe um modelo de distribuição geográfica dos moluscos dos Açores, que divide em quatro regiões, segundo as especificidades de cada espécie (litoral, de terreno agrícola, de mato e de turfeiras com sphagum), assunto que retomará em publicação subsequente.
                • Descoberta da origem da Visquenelia vai contra Wollaston, coloca-o em contato com a nata internacional da malacologia.

                • ‘bastará dizer-lhe que a minha entrada para esse estabelecimento ainda lá estava Parmacella valencienni com o nome de Testacella haliotidea, o que tanto irritou Morelet, e que fui eu que deitei pella janella fora exemplares indignos e etiquetas!’.3 Uma das principais críticas de Furtado é a manutenção de práticas metodológicas obsoletas que conduzem a conclusões erradas. Em dissonância com as práticas científicas da época, não se recorre à anatomia comparada como complemento do estudo da morfologia externa para efeitos de classificação. Já instalado em Lisboa, deixa este assunto bem claro, na sua primeira publicação, Sobre o logar que devem ocupar nas respectivas Familias os Molluscus nús (1886),4 na qual propõe uma nova classificação para a família Testacellidae, baseada nos carateres radulares
                • Integração de métodos para a sistemática.
                • Metodologia
                  • Esta ênfase nos critérios da anatomia comparada6 leva-o a desenvolver uma prática laboratorial de dissecação e descrição, que o colocam tecnicamente adiante de muitos malacologistas da sua época. Na falta de estojo de disseção apetrechado (com bisturi, pinças e facas curvilíneas), recorre a agulhas adaptadas, lancetas e pinças,7 e utiliza álcool, soluções de ácido pícrico ou crómico para a conservação dos tecidos moles. A observação é feita mediante o uso do microscópio. Não obstante, os desenhos de Arruda, muitas vezes numa escala muito pequena no seu primeiro esboço e depois aumentados por processo de quadrícula, parecem indicar que não dispõe de uma lupa binocular, utilizando apenas uma lente de aumento.8 Do mesmo modo, os métodos de observação da morfologia externa dos moluscos por ele utilizados transcendem os da conquiologia tradicional, uma vez que recorre a craveiras e instrumentos tecnicamente adaptados à realização de medidas. Por analogia com as medições antropométricas então em vigor, além da avaliação da espessura da concha, privilegia a medição dos seus diâmetros, ântero-posterior e umbono-marginal, analisando a relação entre os dois, bem como possíveis variações individuais.
                • Produz o catálogo geral do museu em 1886. Muricidae.
                • Bons tempos pro Museu
                  • A entrada de Arruda Furtado no Museu de Lisboa coincide com o período de glória da instituição no que toca à expansão das coleções e à política de gestão e produção científica. As grandes viagens de exploração nos territórios ultramarinos africanos, organizadas pela recém-criada Sociedade de Geografia de Lisboa (1875), com o envolvimento direto de Barbosa du Bocage, então Ministro da Marinha e do Ultramar e dos Negócios Estrangeiros (1883-1886), proporcionam a Arruda Furtado abundante material malacológico inédito.
                • Organização do museu para o público e para os pesquisadores. Projeta até um guia popular levando em conta a linguagem e a exposição dos exemplares. Após sua morte, entra Albert Girard (1860-1914)
                • Popularização
                  • Esta preocupação com a ‘vulgarização’ das ciências, em particular da malacologia, é uma constante no trabalho de Arruda Furtado, imbuído do espírito positivista do seu tempo, sobretudo depois da sua instalação em Lisboa. Multiplica artigos e notas de divulgação na imprensa, prepara manuais de ensino, esboça obras generalistas sobre história natural, zoologia e botânica, na qual o desenho e a representação gráfica — científica e artística — desempenham um papel fulcral na disponibilização e transmissão do conhecimento. Dos mais de 30 artigos do género publicados entre 1886 e 1887,22 destaca-se uma nota relativa à ostra portuguesa, saída na Revista Intelectual Contemporânea (1887), que ilustra os intentos divulgadores de Furtado. Sob pretexto de participar no debate sobre a ostra do Tejo, cuja comercialização estava prestes a ser proibida em França, devido à sua excessiva importação, que colocava em risco a própria sobrevivência ecológica das ostras das bacias francesas, Furtado descreve os caracteres conquiliológicos e anatómicos distintivos da ostra portuguesa: a concha mais robusta e a natureza hermafrodita são as razões da sua mais fácil reprodução.

                De salientar ainda, a especial atenção conferida à ‘vulgarização científica’, expressão usada pelo próprio Arruda. Cerca de 40% dos títulos são manuais de ensino, guias populares e compêndios abreviados, refletindo a sua filiação no ideário positivista no âmbito do qual a divulgação da ciência é assumida como uma missão do cientista.

                Apesar do predomínio das matérias científicas, o inventário de 1888 refere-se, provavelmente, à biblioteca da residência de Arruda Furtado, uma vez que lista obras da mulher, Adelina Arruda Furtado, e do filho Carlos. Assim, multiplicam-se romances e novelas de alguns dos vultos maiores da literatura portuguesa e estrangeira da época (Eça de Queirós, Júlio Dinis, Antero de Quental, Victor Hugo, Émile Zola); exemplos de literatura de cordel e feminina; contos infantis e manuais de ensino elementar; títulos relacionados com o espaço doméstico (livros de cozinha e de economia doméstica), bem como outros associados a convicções religiosas (bíblias e catecismos) e gostos pessoais (um conjunto significativo de partituras de óperas de Bellini, Rossini e Mozart). Alguns dos volumes preservados no MUHNAC conservam o registo manuscrito de palavras de afeto de Arruda Furtado para a família.
                ........
                Projeto Ilhas Afortunadas
                ......
                Sequeira, S. O., & Augusto, C. (2009). Intervenção de conservação e restauro no livro “Correspondência Científica de Arruda Furtado” - Questões éticas e soluções aplicadas. Páginas A&b, 2(3). sobre a conservação

                MARQUES & SEQUEIRA 2015; GOIS MARQUES ET AL 2018; 
                • Importância de FAF para a paleobotânica dos azores. Nem todos os espécimes sobreviveram, primeiro registro de folhas fósseis.
                MUNHAC 2015

                FELISMINO, TAVARES E CARNEIRO 2016
                Repete bastante os textos do museu digital
                • Não falam da antropologia. 139
                • Estofo teórico em biografias cientificas. 139
                • Periferias e centros > Açores como laboratório >  being an Azorean was an important factor in Furtado’s scientific production and in the establishment of relationships with foreign naturalists, as well as in making his work known abroad 140-1
                • Caminho do darwinismo até FAF 141-3
                • Discípúlo
                  • As Furtado’s biography will unveil, Darwin gains in this context the status of a master in the sense of the French ‘maître à penser’ (master of thought), which, as Steiner pointed out, “rings pompous and vacuous” to Anglo-American ears, and is a sign of Gallic, and by extension Portuguese, pretentiousness;26 both are Latin languages and France was for more than two centuries the main cultural reference in Portugal. In this respect, Steiner also drew attention to the origins of mastery and discipleship, which “have been deeply grounded in religious experience and cult,” and despite the weakening of the theological inheritance, “its conventions remained in force throughout secular modernity […] underwritten by an almost unexamined, self-evident reverence.” 144
                  • As a doctrine, evolution was then felt by many intellectuals and naturalists worth propagating among lay people as it was perceived as having the potential of not only awakening scientific vocations, but also of changing attitudes towards a more scientifically based and rational existence, both personally and socially. This explains Furtado’s deep engagement in education and in the popularization (“vulgarização” in his own words)28 of the natural sciences, self-imposed tasks envisaged as a mission and later a means to supplement his meagre earnings. His biography becomes in this way representative of the scientists and intellectuals who in the same period considered themselves disciples of Darwin, and both individually and collectively were decisive in the dissemination and acceptance of Darwinian evolution, by communicating it to both expert and lay audiences. Consequently, Darwinian evolution transcended the natural sciences by being incorporated in ideologies propagated in journals, books and the press, and serving as a foundation for political and social design and intervention.29 The adoption of Darwin’s theory as a doctrine, together with the ideas of Auguste Comte, Émile Littré, Ludwig Büchner, Herbert Spencer, and Ernst Haeckel, was then common among the intellectual elite and became part of the rhetoric and doctrine of the  republican movements then growing in Portugal by providing them with a scientific foundation for their political beliefs.144-5
                • Ideologically, Furtado was marked by Littré’s positivism, biological materialism, and, like the Portuguese intellectual elite of this period, by strong anticlericalism, as he eloquently summarized: “there was a time that everything came from the priest, today everything comes from the man of Science.” 145
                • Regeneração
                  • Furtado’s life coincided with a period of Portuguese history known as ‘Regeneration’ (Regeneração, 1851–1875), and was marked by the ideas then shared by significant sectors of Portuguese intellectual life. Following the revolution of 1820, which effected the transition from absolutism to a constitutional monarchy, Portuguese intellectuals increasingly perceived the country as being decadent and in need of regeneration, the measures to achieve this end falling roughly into two categories: the return to traditionalistic solutions, or alternatively ‘revolution’ (in this context equivalent to ‘regeneration’) as opposed to decadence, advocated by a variety of local political movements. They sought to legitimize a bourgeois order37 by trying to reconcile the various liberal factions and the interests of the upper bourgeoisie with rural and middle-class aspirations. Various economic reforms were launched during this period, aimed at promoting economic and technological development, notably through the construction of transport and communications infrastructures. 
                  • In this context, religion, both as a cultural and social phenomenon, was also perceived as in need of reform, which led to contradictory consequences. Various governments compromised with the Roman Catholic Church because they shared the view that its role in society should be kept; at the same time, projects for the complete laicization of Portuguese society grew together with more or less harsh anticlericalism. Throughout Europe, as the Catholic Church generally opposed liberalism, liberals aimed at dismantling or limiting its power.38 In Portugal, the criticisms leveled against the Roman Catholic Church grew deeper and harsher, until in 1834 religious orders were banned from Portugal.39 From the 1850s until the 1880s, the conservative factions of the Church regrouped, leading to more radical positions, with socialists and republicans defending a clear separation between the State and the Church. 
                  • Among the intellectuals of the 1860s and 1870s, the symbolic interpretation of Christ by David Friedrich Strauss, who used his knowledge of biology and geology to criticize the literalist interpretation of Scripture,40 and the philological criticism of the Bible by Ernest Renan, supplied ‘scientific’ arguments that reinforced secularism among the majority of Portuguese intellectuals.41 This was particularly prevalent among those who participated in or gravitated around the ‘1870 Generation’ and its successors, who engaged in renewing Portuguese society, culturally, morally and politically, and in fighting against the decline of the Iberian peoples.42 Furtado was friendly with intellectuals of the ‘1870 Generation’. 146
                • Menciona a celebração de camões na abertura do museu 147
                • Carlos 147-8
                • Thorpe e Miall 150
                • Malacologia 150-5
                  • It is through reading that young Furtado became acquainted with the malacological investigations carried out by these authors, and initiated his own research in this field.71 His special interest in gastropods becomes clearer in the light of his accepting the idea of evolution, based on their wide spatial and temporal distribution. In addition to being animals that move slowly, molluscs are naturally confined, given the insular character of the Azores, becoming in this way an invaluable instrument to clarify through comparison the origin of species in the Azorean archipelago, and thus corroborate Darwin’s hypothesis.72 Furtado began by focusing on the biogeography of molluscs with the aim of understanding the contrast between the scarcity of freshwater molluscan fauna and the abundance of terrestrial molluscs in the Azores; he also compared the Azorean gastropods with European continental ones. 153
                  • ...
                  • Contrary to the contemporary widely accepted hypothetical prediction, he observed the existence of a large number of terrestrial molluscs in relation to the geographic area and Azorean endemism, which led him to conclude that, in the light of Darwinian evolution, different forms usually considered to be ‘true’ species possibly corresponded to distinct degrees of modification of a same species, i.e. varieties. He also contended that variation in the composition of species is not entirely the result of chance, but correlated to environmental variability, in particular three essential factors: climate, geography, and food. .... As Furtado questioned the dispersion of species by icebergs in the postWurm period, as formulated by Darwin, in 1878 he hypothesized on the introduction of terrestrial mollusc species in the Azores: (a) transport by birds; (b) human intervention; (c) modifications caused by characteristics of the soil, notably the excessive debilitation of the shell balanced by the organism as a whole and slowly turned permanent by heredity; and (d) the formation of hybrids, questioning Darwin’s ideas of dispersion during the glacial period. Alternatively, he suggested a model of the geographic distribution of molluscs in the Azores, the archipelago being divided into four regions according to the characteristics of each species – coastal, agricultural land, bush, and peat lands with Sphagnum 154-5
                • Miall Darwin 155
                • Style may have sounded pompous to CD 156
                • Relação FAF-CD 156-7 FAF enquanto naturalista 157-8 Probleas do museu e ida pra lisboa 158-9
                • No museu 159-63
                • Popularizer 163-5
                • Conclusão
                  • Early in his career, Furtado had declared himself a disciple of Darwin, and by 1881 he had exchanged a few letters with him. He attached to this correspondence the greatest meaning as he had chosen Darwin as his most revered master, within an intellectual relationship that, as Steiner pointed out, very much followed the conventions inherent to a religious cult, despite its secular nature. In this context, in addition to being a scientific theory, Darwinian evolution was to Furtado a doctrine, and as such worth propagating as, in his view, it constituted the basis of intellectual education. 
                  • Furtado’s biography is thus a microcosm in which one can not only observe the making of a disciple of Darwin, but also understand the ideological and political dimensions of scientific practice and science communication in nineteenth-century natural history. Before and after corresponding with Darwin, Furtado engaged in the popularization of natural history, informed by positivism and evolution, and later in the preparation of textbooks for secondary education, which he saw as a mission and a means to achieve social progress. Discipleship in this sense certainly played a major role, in Portugal and elsewhere, in the creation of a ‘common language’ and worldview shared by naturalists, the public and political spheres, because in many countries both specialists and laity were called upon to share the basics of the natural sciences. In this way, particular modes of perceiving and representing nature and society were often generated and reinforced by scientific knowledge, and became increasingly generalized and globalized throughout the nineteenth century. 167-8
                NETO, CAMACHO E PEREIRA 2019
                • iginalidade das ideias nele contidas, que ao contrário das investigações suas contemporâneas, nas quais se funda e inspira, ter chegado a conclusões distintas, nalguns momentos mesmo diametralmente opostas, das dos seus contemporâneos 332
                • Metodologia e referencial teórico positivista e materialista 333
                • Vai contra a corrente ao defender a heterogeneidade açoriana 334
                • Discorrem sobre o desenvolvimento da antropologia açoriana a partir de então.
                NAVARRO 2020
                • Francisco de Arruda Furtado (1854-1887) definitivamente não é um personagem pouco estudado da história da ciência brasileira, tendo sido agraciado com reuniões de seus escritos2, exposições físicas3 e digitais4, diversos artigos sobre sua vida, obra, relacionamento com Darwin e importância para a história da ciência5 e até um livro de divulgação científica em forma de peça em sua homenagem6.Sua biografia foi definida como um microcosmo através do qual é possível “entender as dimensões ideológicas e políticas da prática e comunicação científica da história natural do século XIX”7. Sua sequência de correspondências com Darwin, eventualmente arregimentando Hooker, também funcionam como um microcosmo a partir do qual podemos compreender sua vida e a vida de Darwin 129
                • Biografia supreendentemente boa de FAF. 129-30
                • Descrição das cartas. 130-1
                TAVARES 2020
                • Primeira a falar do carlos ribeiro. 169
                • Em 2009 FAF é reduzido a correspondente de cd 169 desde então vem ganhando densidade
                • Ilhas como laboratórios. 170
                • Nada de novo na parte biográfica
                • Conclusão
                  • Para terminar, importa nao perder de vista o contexto nacional e intemacional em que se inscrevem os trabalhos de Arruda Furtado. No panorama geral de recegao e apropriagao cientifica do evolucionismo de Darwin, tratou-se de uma experiencia tao singular e remota que passou quase desapercebida da comunidade dos naturalistas e zoologos nacionais. Na verdade, na decada de1880, Darwin era uma referenda conhecida e debatida na Universidade de Coimbra e nas comunidades politecnicas de Lisboa e Porto. Mas a abordagem ao seu pensamento cientffico era tfmida, teorica e nunca motivou investigagao experimental. Para alem de trabalhos de natureza interpretativa e antropo-historica, raras sao as publicagoes que indiciam pesquisas dentificas, so claramente documentadas em 1890, num trabalho de Baltazar Osorio (1855-1926) sobre os escorpionideos, que, tendo o evolucionismo como enquadramento, incluiu comparag&o anatomica de embrioes e individuos adultos de diferentes especies. A comunidade cientifica manteve-se rotineiramente centrada nas tarefas da sistematica, enquanto o darwinismo, apropriado como uma doutrina, alimentava a putativa fundamentagao cientifica do movimento republicano.
                  • Esta dicotomia cultural nao foi, no entanto, exclusiva do nosso pais. Um pouco por todo a Europa,o desenvolvimento cientifico do evolucionismo foi limitado, neste periodo, pelas proprias dificuldadesque o quadro teorico do darwinismo suscitava. De facto,nas ultimas decadasde oitocentos,o conceito de evolugao era ha muito entendido e aceite, mas o mecanismo pelo qual ela se processaria, a selegao natural, era objeto de grandes divergences na comunidade cientifica. ......... Neste quadro contextual,a singular experience de Arruda Furtado coloca-o no grupo dos pioneiros, daqueles que, selecionando alguns topicos apropriaveis, puseram maos a sua aplicagao, numa fase precoce da construgao do novo paradigma para as ciencias da vida. 174-5
                VER SILVA 2000 E REIS LEITE 2002 PARA DETALHES DA VIDA MICALAENSE NO SÉCULO XIX

                ----------------------------------------------
                PARA DARWINISMO EM PT

                ARRUDA & ALBERGARIA 2000
                • Formação do museu
                  • Foi graças à iniciativa de Carlos Maria Gomes Machado (1828-1901), médico, naturalista e professor, e do seu gabinete de ciências naturais no Liceu de Ponta Delgada que, em 1876, apoiado financeiramente pelo 2º Conde da Fonte Bela, Jacinto da Silveira Gago da Câmara (1851-1894), generoso amigo da ciência, foi organizado um pequeno museu, incluindo, preferencialmente, espécies açorianas interessando simultaneamente aos alunos, ao público em geral e aos naturalistas que, então, cada vez mais procuravam os Açores. 
                  • C. Machado, em carta de 19 de Novembro de 1876, dirigida ao Governador Civil, justifica a ideia da criação de um museu como segue: (...) A nossa posição geográfica interposta entre a Europa, América e África dá a este arquipélago uma feição especial, que muito interessa os naturalistas: vários têm vindo estudá-la, e entre outros principalmente Mousson, Hochstetter, Drouët, Morelet, Hartung, Reiss e Godman; mas fazendo só uma pequena esta- ção de 3 ou 4 meses, como é possivel percorrer e estudar 9 ilhas? (...) De que vantagem não seria pois coligir num local único os seres do reino animal, vegetal e mineral, que habitam estas ilhas e oferecê-los assim, em pouco tempo ao exame e observação dos naturalistas, que aqui aportam, facilitando-lhes o progresso e adiantamento das ciências naturais? Daqui a ideia da criação de um museu açoreano, cuja necessidade e vantagens V. Exª. reconheceu (...)2. 
                  • Francisco de Arruda Furtado (1854-1887), malacologista, que se havia relacionado com C. Machado a propósito de umas pedras que havia colhido e julgava de valor científico, desde então seu colaborador3, numa carta dirigida ao aracnologista francês Eugène Simon, com data de 15 de Junho de 1880, a primeira do seu arquivo de correspondência científica, a propósito do acolhimento local da iniciativa, refere: Il y a trois ans on a commencé dans cette île l’organisation d’un Muséum National, création qui a developpé le goût des personnes qui aimaient les sciences naturelles. J’ai pris part à tous ces travaux (...) 122
                  • Numa outra carta, responde à disponibilidade manifestada por Maurice Chaper, em 7 de Agosto de 1881, para enviar a Arruda Furtado além de conchas, minerais e plantas, sobretudo minerais, insectos coleópteros, retratando as condições de funcionamento do ainda gabinete de história natural, afirma: Nós possuimos em Ponta Delgada, no Liceu Nacional, um pequeno Gabinete de histó- ria natural, aonde eu trabalho como particular, e eu não hesitaria em rogar a V. Exa. o obséquio de me enviar alguns insectos e mesmo plantas, se aqui houvesse pessoa que se interessasse por esses ramos e assegurasse assim a conserva- ção dos exemplares neste clima húmido, perfeitamente hostil. Mas nós lutamos com falta quase absoluta de gente dedicada e de dinheiro, e portanto desejar exemplares para os deixar perder é-me perfeitamente impossível. Quanto aos minerais, ainda menos há quem se interesse pelo seu estudo, mas há neles uma parte (os cristais) que representa um grande papel, atraindo o público pelo bonito como forma possível de transição para o útil, e, por outro lado, a sua conservação nenhum tempo rouba, como é sabido. Com a condição de isso não causar a V. Exª. o mínimo incómodo, ser-me-ia agradável receber uma ou outra forma atraente por mais vulgar que seja a substância cristalina5. 
                  • Fundado naquele ano de 1876 e chamado Museu Açoreano, aberto ao público em 1880, o seu nome mudou, em 1890, para Museu Municipal incluindo secções de zoologia, botânica e geologia. No fim do século XIX, M. Emygdio da Silva considera o museu já bastante notável, com interesse devido às suas colecções locais, e visitado por muitos naturalistas estrangeiros6. 
                  • Com o tempo, foram aderindo a esta instituição outros homens de saber, interessados pelas coisas da natureza, como Bruno Tavares Carreiro (1857- 1911), médico, dedicado à botânica, Eugénio Vaz Pacheco do Canto e Castro (1863-1911), professor e escritor, com a geologia e a mineralogia e Francisco Afonso Chaves (1857-1926), meteorologista e naturalista, com a zoologia. 
                  • O museu tornou-se um centro de pesquisa, principalmente taxonómica, como era uso na época, com alguma projecção internacional. Foram muitas as relações de permuta estabelecidas com personalidades e instituições no estrangeiro (v. g. Théodore Barrois, Eugène Simon, instituto oceanográfico de Mónaco e jardins reais de Kew). Furtado, membro da Philosophical Literary Society de Leeds, publicou, em Londres, duas notas sobre a anatomia de Viquesnelia atlantica (= Phenacolimax (Plutonia) atlantica) e Vitrina7; Castro, membro da Société Minéralogique de France, registou as propriedades ópticas de alguns minerais das rochas do arquipélago açoriano em nota que publicou em Paris8; e Chaves, membro do Comité Météorologique International, encontrou, entre outros, um copépode do género Diaptomus que foi notícia em França9. A colaboração que deram a especialistas vários, justificou que pelo menos, Machado, Furtado e Chaves fossem homenageados com espécies que levaram os seus nomes (v.g. o gastrópode Helix Machadoi, a aranha Pardosa Furtadoi e o peixe Macristium Chavesi, entre outras). 123-4
                • Fundam-se também jardins particulares. Clima propício. Não chega a formar um jardim de experimentação, mas nutre-se interesse em plantas exóticas. "espírito a que estava ligado o gosto pelas plantas e o conhecimento botânico, tornado um requisito fundamental da “boa educação”". Renome internacional. José do Canto. José Jacome Correia. Anonio Borges da Câmara Medeiros. Entram na rede de troca de espécimes 124-5
                •  Ernest do Campo (1831-1900) chega Lisboa formado em filosofia natural para administrar uma quinta que refloresta. Cria também o parque das murtas 127
                • Acolhia naturalistas 128
                • Conclusão
                  • Conjuntamente, C. Machado, A. Furtado, T. Carreiro, C. Castro, A. Chaves, J. Correia, A. Borges e os irmãos J. e E. Canto constituiram o que aqui deixamos denominado como o grupo de naturalistas de Ponta Delgada da segunda metade do século XIX. Dedicaram-se à fauna, à flora e à geologia das ilhas e nas instituições que organizaram e mantiveram, receberam e transmitiram conhecimentos, justificaram referências elogiosas e agradecimentos inequívocos daqueles que os contactaram, no arquipélago e fora dele (v. g. Barrois, Drouët, Morelet, Godman, Hartung, Simroth e Thomson) 129
                LEAL 2000
                Republicado de Leal 1997
                • Antropologia de construção da nação em portugal, não construção de império. Sentimento de fragilidade ôntica 27-8
                  • Finalmente, o mundo da cultura popular estudado pela antropologia portuguesa e um mundo moral e esteticamente qualificado pelo olhar do observador, um mundo se relativamente celebram, embora ao qualemnaotons e possivel diversosa, indiferen as excelencias, ou - embora esta seja, como teremos ocasião de verificar, uma posição minoritária - um mundo visto, pelo contrártio, como o depositário de um conjunto de traços negativos. 40
                • Quatro períodos
                  • 1870-80: emergência do campo. Adolfo Coelho e Teófilo Braga. Consiglieri Pedroso e Leite de Vasconcelos. Conferências de Casino em 1871. Regeneração intelectual. Europeização de Portugal. Adesão às ideias do século. Darwin, Renant, etc. Vontade de atualização internacional e visibilidade interna.  Autores Renan, Mömmsem, Benfey, Max Müller, Darwin, Spencer, Boucher de Perthes. Não se institucionaliza em museus. 29-31. Método: Literatura e tradições populares. Mitologia comparada de Max Muller. Ecletismo teórico. Escolas difusionistas pré-evolucinonistas e evolucionistas. 41-3 Homogeneidade nacional. Espírito da nação 54-5
                  • Arruda Furtado
                      • Arruda Furtado e o autor precoce - em 1884 - de um dos primeiros textos dessa etnografia regionalizada que devera esperar pela viragem do seculo e, sobretudo, pelos anos da I Republica, para se afirmar de forma mais clara. 228
                      • ...
                      • De facto, embora a antropologia ara que nos remete o título do ensaio seja sobretudo a antropologia física oitocentista, Arruda Furtado desenvolve entretanto ao longo do texto um conjunto de argumentos de natureza mais etnográfica, que fazem dele um marco seminal na discussão em torno da especificdade etnocultural dos Açores. 
                      • Só que, como uma leitura mais atenta do título do ensaio põe em evidência - «Materiais para o Estudo dos Povos dos A?ores» (italicos meus) e nao «do Povo dos A£ores» Arruda Furtado coloca o problema para imediatamente o afastar. De facto, segundo ele, seria impossivel falar, de um ponto de vista etnologico. do povo agoriano como uma realidade unificada. «Etnologicamente, o homem aforiano esta diferenciado» escreve a esse respeito Arruda Furtado (1884: 2). Constituido a partir de popula9oes oriundas de diferentes regioes do continente e «diferindo [entre si] os habitantes das diversas provincias de Pormgal», os Acores apresentariam tambem «diferengas semelhantes entre as [suas] diversas ilhas» (id.: 23) e no interior de cada uma delas. Seria portanto impossivel falar da cultura aijoriana como um todo. Daí que no seu ensaio - como de resto sufere o subtítulo "Observações sobre o Povo Micaelense"- Furtado opte pela exclusiva caracterização da população de São Miguel, procedendo, aqui e além, a contraste com outras ilhas que visam tornar claras as diferenças entre a população micaelense e os restantes "povos" açorianos.
                      • A sua caracterização da cultura micaelense não é, pelo seu lado, particularmente entusiástica. Argumentanod com o isolamento geográfico dos Açores - de uma forma que possui inequívocas referências darwinistas importadas da sua formação de naturalista -, Arruda Furtado defende que o facto dos açorianos em geral e dos micaelense em particular terem "sido separados do continente na chmaada época gliriosa da história portuguesa, numa época em ue uma corrente de nocas e grandes ideias circulava em todo o país", o facto de terem sido «sequestrados inteiramente a essa corrente de pensamentos novos e abandonados para aqui (sic)» (id., ibid.), teria tido consequencias negativas sobre a cultura dos povos a9orianos. Seria justamente o que se passaria no caso de Sao Miguel, ilha em rela9ao h qual a analise de Arruda Furtado parte do «pressentimento» que, devido ao isolamento «e pela falta de cruzamentos generosos, (...) os camponeses devent estar muito mais atrasados na sua constitui9ao mental com respeito ao resto do povo portugues (...) e devem possuir (...) sentimentos muito primitivos» (id.: 25). 230
                    •  Conclui desaminadoramente que o camponês micaelense é limitado. 230-1
                      • Isto é segundo Arruda Furtado nao so nao se pode falar de unidade etnologica dos Azores, conio o estudo concreto do povo micaelense sugere que a psicologia dtnica dos povos agorianos seria nao uma fonte de orgulho regional mas um motivo de profunda consternagao. 
                      • So que a opiniao de Arruda Furtado a este respeito parece nao coincidir com a opiniao dominante entre muitos outros intelectuais agorianos oitocentistas. Alguns deles, desde os anos 1820, tinham vindo a desenvolver esforgos orientados num sentido contrario aos empreendidos por Arruda Furtado, sugerindo, por um lado, a unidade etnocultural dos Agores, e, por outro, procedendo a uma abordagem mais optimista das especificidades etnoculturais dos Agores. Esses esforgos comegam por tomar corpo, na sequencia da Revolugao Liberal, nas obras de Joao Soares d’Albergaria e Sousa (1796- -1875) e de Jose de Torres (1827-1874), onde e ja visivel a preocupagao de sublinhar a singularidade agoriana tanto ao nfvel da etnogenealogia, como no tocante a psicologia etnica1. Mas sera sobretudo no quadro do chamado primeiro movimento autonomista- como o tern mostrado um conjunto de investigagdes recentes2 - que esses esforgos se tornam mais relevantes. 231
                  • 1890-1900: Primeiras incursões museológicas. 33. Métdodo menos texutal 43 Povo como uma entidade da qual se lamenta os defeitos. 44 Somatório de diversidades. Pessimismo. Ultimatum. Declínio geral do país. Problematização e interrogação da nação 55-6
                    • Quanto a inspiragao teorica dominante torna-se o evolucionismo, urn paradigma que. embora evidenciando alguns sinais de crise, mantinha intacta uiiia certa influencia na Europa da viragem do seculo (Stocking 1994). 44
                  • 1910-1920: Método ampliado. 44 Passado a se preservar. 47 Patriotismo intenso com pouco método 57
                    • Apesar das dificuldades de institucionaliza9ao e de um relativo isolamento intemacional - reencontravel noutras tradtes nacionais de antropologia da epoca - a etnografia portuguesa do perfodo recupera entretanto, no piano domestico, alguma da visibilidade perdida nos anos da viragem do seculo. Os etnografos tern de facto presen9a relevante nalgumas das revistas culturais mais significativas da epoca, como A Aguia de Teixeira de Pascoaes (1877- -1952) ou a Atlantida de Joao de Barros (1881-1960) e, como teremos ocasiao de ver mais adiante, integram-se activamente no clima de nacionalismo cultural que caracteriza os anos da I Republica (Ramos 1994). 35
                  • 1930-1970: Nada de muito interessante para mim aqui.
                Ver também ALBERGARIA 2012; 2013

                BRANDÃO DA LUZ 2004
                Versão reduzida em Brandão da Luz 2018
                • Formação da Soc de Antropologia de Paris por Broca em 1859 em oposição ao fixismo da soc. de Etnologia. Dally e Quatrefages também são pioneiros. Importância do trabalho de Vogt que foi logo traduzido e influenciou Mortillet e Letourneau. Letourneau, Mortillet e Hovelacque abrem as portas para o evolucionismo. 390-2
                • Definições
                  • Em geral, entendia-se por antropologia o estudo do homem numa perspectiva ffsica, ou seja, sob o ponto de vista anatomico e fisiologico, com vista a identificaqao das diversas raqas. Mas ao entrar na questao das confronta^oes das disciplinas afins, Paul Broca atribui a antropologia o estudo do homem no seu conjunto, sem atender as suas variedades, reservando para a etnologia o estudo pormenorizado das raqas, numa perspectiva comparativa, com vista a determinar as suas caracterfsticas intelectuais e sociais e a conhecer as suas ligaqoes, o que faz desta disciplina urn ramo especial da antropologia. Broca da continuidade a perspectiva de Edwards e, aceitando o ponto de vista de Balbi, atribui a etnografia um estudo descritivo dos povos, por conseguinte, nao cientffico, com base em registos de viagens, depoimentos de comerciantes, missionaries, etc. Armand de Quatrefages, no ensino da sua disciplina, no Museu de Historia Natural, adopta a perspectiva de Broca que atribui a antropologia o estudo geral das raqas humanas e considera a etnologia um ramo desta disciplina geral. Sem subscrever qualquer tipo de orientaqao espiritualista, sustenta uma posi(;ao monogenista, mas opoe-se a tese darwinista da selecqao natural. Segundo ele, as variaqoes das ra^as humanas explicam-se como formas diferenciadas de desenvolvimento, quer fisicas quer culturais, provocadas pela influencia do clima e por processos de adaptaqao a condiqoes de vida adversas. Tratava-se de estudar as raqas humanas segundo as exigences duma metodologia cientifica. E e nas ciencias naturais que se encontra o modelo a seguir para a elaboraqao do quadro duma classificagao exaustiva, com base nas suas semelhanqas e diferenqas. 392
                • Arruda furtado.
                  • Agradecimento a supico. 397
                  • Autodidata 397
                  • Eis como muitas vezes o futuro dum homem pode estar unma pedr que ele não sabia desprezar. 398
                  • Distribuição comparada
                    • Centrou os seus interesses cientificos em dois dominios fundamentals, a zoologia e a antropologia, que desenvolveu com o apoio duma adesao incondicional a teoria evolucionista de Darwin. Relativamente ao primeiro ponto, a zoologia, a sua investigagao foi norteada pela questao do transformismo das especies animais nos Agores, que o levou a deslocar a atengao inicial que vinha dedicando as ara-nhas, em que recolheu mais de sessenta especies (’), para os moluscos terrestres. E que, como explica na carta a seu irmao Antonio, as aranhas sao mais facilmente transportadas para as ilhas, por meio das mercadorias vindas do exterior e da plumagem das aves, ao contrario dos moluscos terrestres que, como escreveu em carta que endereqou a Darwin (2), sao mais diffceis de introduzir, dando assim mais garantias da ocorrencia dum transformismo endemico, sem interferences provocadas por invasoes provenientes do exterior. 399
                  • Darwin
                    • As investigates de Arruda Furtado encontravam na teoria evolucionista de Darwin um apoio sempre presente e inquestionavel, quer ao nivel da explicaqao da origem das especies quer tambem do desenvolvimento individual ('). Ao mesmo tempo serviam para um combate frontal contra as concepqoes sustentadas pelos autores fixistas, inspirados, em parte, por uma visao criacionista do mundo de inspira^ao religiosa. O estudo comparative dos embrioes dos vertebrados, desde os primeiros dias de formaqao e em diferentes momentos do seu desenvolvimento, nao permitia manter a ideia de que cada especie animal teria tido uma origem singular, que, no caso do homem, teria sido algo de privilegiado. 401
                  • Embriologia
                    • Apoiando-se em autores, como Gustavo Le Bon, que cita com frequencia nos seus trabalhos, e no testemunho de naturalistas, como Darwin e Baer, Arruda Furtado adverte para a semelhanqa das formas dos embrioes dos vertebrados nos primeiros tempos da sua evolugao 401
                  • FAF consciente do problema da falta de mecanismo hereditário. Enfatiza os órgãos rudimentares. 403
                  • Continuismo paleontológico humano. Traz a embriologia novamente. 404
                  • Anti-criação  405-6
                  • Adaptação ao meio 406-7
                  • A população dos Açores cristalizou no tempo ... pouca elevação da sua circunferência craniana. Reação de Bettencourt e Nemésio. Heterogeneidade pouco alterada pelo isolamento 409-11
                  • Le Bon 412
                • Estranho não mencionar Haeckel nunca.
                • Continua descrevendo o trabalho de vários outros antropólogos.
                ARRUDA 2008
                Reproduzido em Arruda 2015
                  • Comemoração do ano Darwin.
                  • Darwinismo nos açores, com especial atenção para FAF.

                  NUNES, SILVA E BARCELOS 2009
                  • Darwin nos Açores. Muitas notas contextualizantes. FAF mencionado en passant no final.
                  • Ver também Madeira 2010 e Reis Leite 2010 [revista atlântica]
                  • Morton 2011 discute Darwin e os açores com um mais referência a FAF.
                  FIOLHAIS 2009 IN TRINCÃO 2009
                  Darwin entre nós
                  • Darwinismo em portugal
                  • Deu-se em portugal, o caso curioso de alguma ciência dessa época chegar embrulhada em filosofia e/ou ideologia, por vezes bastante adulterada... 6
                  • Resistência ou indiferença ao Darwinismo 6
                  • Henriques 7
                  • Trad.
                    • Lembre-se que A Origem das Espécies suscitou imediatamente uma grand eprocurua (Até 1913 publicaram-se na inglaterra na mais nada menos do que 148 edições!). O nosso atraso foi, por isso, apenas de seis anos, certamente atenuado pelo facto de a recepção de Júlio Henriques ter sido favorável... mas a tradução em porutuguês da A Origem .... , na Livraria Chardron da Lello e Irmão, só apareceu em 1913 (a tradução de A Orgiem do Homem, cuj original é de 1871, teve lugar em 1910). Pasme-se com este atraso de 54 anos da edição portuguesa quando já havia centenas de edições por todo o mundo! Tal atraso poderá ser justificado pela acessibilidade de traduções francesas e pelo facto de a cultura francófona reinar entre nós na segunda metade do século XIX Mas é, convenhamos, uma fraca explicação! Como é que se poderia ser darwinista ou antidarwinista sem se conhecer Darwin no original ou, pelo menos, sem ter uma boa tradução em português, que assegurasse um correcto entendimento e uma boa incorporação na cultura nacional? 7 [reaparece em 2013 131]
                  • Cita outros darwinistas portugueses 7-8
                  • Não só fez ciência, como fez cultura científica 8
                  • Resistência geral em portugal, mas o darwinismo foi se infiltrando 8-9
                  • Papel de Haeckel e Spencer na entrada do darwinismo em portugal > Geração de 1870 9-10
                  FIOLHAIS E MARTINS 2010 / FIOLHAIS 2013
                  • Academia criada em 1779. 51
                  • Revolução Francesa em 1770s > Napoleão > fuga em 1808 > independencia 1822 52
                  • Coimbra contra as outras e Brotero
                    • Na Universidade de Coimbra fizeram-se nessa epoca sentir algumas das mudangas que ocorreram na Europa no seculo xix. A organizagao universitaria europeia reformou-se, sendo um bom exemplo a criagao da Universidade de Berlim pelo alemao Wilhelm von Humboldt, em 1810, onde a investigagao cientifica era vista como complementar da docencia. Varias viagens de professores de Coimbra a centros universitarios europeus reflectiram-se, ao longo do seculo xix, na evolugao do ensino em Portugal e tambem na organizagao, ainda que debil, de algum trabalho de investigagao. 
                    • Assim, na primeira metade do seculo xix, ocorreram na Universidade de Coimbra reformas curriculares da iniciativa do claustro academico, procurando um melhor ajustamento ao desenvolvimento cientifico na Europa (as de 1836 e 1844 foram ja influenciadas pela Revolugao Liberal de 1830). A partir de 1836-1837, com a fundagao da Escola Politecnica de Lisboa e da Academia Politecnica do Porto, as duas imbuidas do espirito do liberalismo, a Universidade coimbra passou a ter concorrencia, nao tendo sido pacifica a sua relagao com as novas escolas. Vozes criticas da velha universidade afirmaram que os metodos do ensino coimbrao assentavam na erudigao livresca e nas ligoes magistrais, transmitindo por isso uma ciencia desligada das novas realidades. Coimbra era acusada de ser apenas uma “fabrica” de politicos. 
                    • Mas ja em 1791 o piano de estudos na Faculdade de Filosofia estabelecido pela Reforma Pombalina tinha sido alterado. Foi entao criada a cadeira de Botanica e Agricultura no l.° ano do Curso Filosofico. Para a reger foi nomeado Felix de Avelar Brotero. O novo professor havia estudado no Colegio dos Religiosos Arrabicos de Mafra, tendo posteriormente concorrido ao lugar de capelao da Igreja Patriarcal de Lisboa. Emigrou depois para Franca na companhia do poeta Filinto Elisio. A sua estada na capital francesa permitiu-lhe conviver com os mais eminentes naturalistas da epoca, como o Conde de Buffon, Cuvier e Lamarck. Doutorou-se em Medicina em Reims. Foi depois de regressar a Portugal que entrou na Faculdade de Filosofia, tendo desempenhado papel relevante na reforma do piano de estudos, Brotero foi membro de varias academias cientificas intemacionais , entre as quais a Sociedade de Horticultura e a Linnean Society, ambas de Londres, as Academias das Ciencias de Lisboa, de Historia Natural e Filomatica de Paris, Fisiografica de Lund de Fiistoria Natural de Rostock, e Cesareia de Bona. 53-4
                  • Outros nomes importantes foram andrada e silva e Maneul José Barjona, entre outros.
                  • Escola politécnica de Lisboa
                    • Depois da Revolugao Liberal, as Cortes de 1835 deliberaram no sentido de uma reorganizagao de todo o ensino superior, tendo sido para isso nomeada uma Comissao. Um dos problemas que urgia solucionar era o do ensino superior das ciencias em Lisboa e no Porto. Foi assim que, nesse ano, foi criado o Instituto de Sciencias Physicas e Mathematicas, no qual passaram a estar reunidos diversos estabelecimentos de ensino lisboetas. Contudo, este Instituto foi extinto ao fim de um mes, devido a oposigao da Universidade de Coimbra. Porem, passados dois anos, foi criada a Escola Politecnica de Lisboa, que funcionou no sitio onde tinha sido o Colegio dos Nobres, hoje Museu de Ciencia da Universidade de Lisboa. A nova escola foi dotada de um Gabinete de Fisica, um Laboratorio Qulmico, um Gabinete de Historia Natural e um Jardim Botanico. Em 1839 foi-lhe anexado o Jardim Botanico da Ajuda. 61
                  • Academia politécnica do Porto
                    • A Academia Politecnica do Porto foi criada em 1837 pelo governo de Passos Manuel com o objectivo de plantar no pais as ciencias industrials. De facto, a industrializagao sempre foi uma preocupagao da monarquia constitucional, procurando acompanhar os progressos que se faziam la fora. Sendo o Porto uma cidade populosa e comercial, reunia as condigoes para receber a nova instituigao, que pretendia formar engenheiros, oficiais de marinha, pilotos, comerciantes, agricultores, directores de fabrica e artistas. Nessa escola surgiu pela primeira vez em Portugal, em 1897, o ensino da Electrotecnia, incluido na cadeira de Tecnologia Industrial do Curso de Engenheiros Civis Industriais. A Politecnica do Porto foi precursora das actuais Faculdade de Ciencias, criada em 1911, e Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, criada em 1926. Alguns dos objectivos da Academia Politecnica do Porto concretizaram-se gragas a colaborag&o da Associag&o Industrial Portuense, hoje Associag^o Empresarial de Portugal, fundada em 1849, que se projectou com a realizagao da Exposigao Internacional do Porto, em 1865. 71-2
                  • Recepção de Darwin
                    • Julio Henriques. Já trata da origem do homem em 1865 93 / "de certa forma a frente de darwin ao tratar do homem" 130-1
                    • Trad
                      • A Origem das Especies suscitou imediatamente um grande interesse. Mas a tradugao em portugues so apareceu em 1913 (a tradugao de A Origem do Homem, de 1871, teve lugar em 1910). Tal atraso podera ser justificado pela acessibilidade de tradugoes francesas e pelo facto de a cultura francofona reinar entre nos no seculo xix. 93
                    • Jaime Batalha Reis. 93 / 1331
                    • Arruda Furtado 94 / [um pouco mais de coisas] 132
                    • Contudo
                      • O darwinismo, para alem dos referidos investigadores, quase nao teve, em Portugal e durante todo o seculo xix, cultivadores cientificos. Henriques desenvolveu o Jardim e o Museu Botanico em Coimbra, mas nao se ocupou muito do transformismo biologico. O introdutor da Zoologia entre n6s e o maior zoologo portugues do seculo xix, Jose Barbosa do Bocage (primo em segundo grau do poeta com o mesmo apelido), tambem nao se ocupou dessas questoes. Esse professor da Politecnica em Lisboa, formado pela Universidade de Coimbra, foi curador do Museu de Zoologia de Lisboa, mas quase se limitou ao estudo da sistematica (Furtado trabalhou com ele no Museu). Em Portugal durante muitos anos a biologia limitou-se a taxonomia e sistematica, o que de certo modo se justifica por estarem a disposi^ao muitas especies provenientes das colonias. Ao mesmo tempo que Bocage aumentava as colecgoes, Francisco de Melo Breyner, Conde de Ficalho, realizava obras de construgao no Jardim Botanico de Lisboa. 
                      • As ideias darwinistas entraram na discussao cultural no nosso pais. Na filosofia, na politica e na historia o darwinismo foi bastante discutido. No final do seculo xix, medicos como Bombarda e Julio de Matos (este um medico psiquiatra, nascido no Brasil e formado no Porto, que fundou com Teofilo Braga a revista O Positivismo) propagandearam o evolucionismo, incluindo a aplicagao a historia humana. A recepgao cultural da teoria da evolugao deveu-se entre nos a dois grandes divulgadores estrangeiros - o naturalista alemao Haeckel e o filosofo ingles Spencer. Alem de Ega e Antero, os nomes mais proeminentes da “geragao de 70”, outros escritores e pensadores portugueses, como Ramalho Ortigao e Oliveira Martins, assumiram posigoes marcadas, de uma ou de outra forma, pelo evolucionismo. As suas ideias provinham de Haeckel e de Spencer, via tradugoes francesas. 95-6 / [com um pouco mais de coisas,poeme de quental] 132-4
                    • Em 2013
                      • Repete a coisa da ideologia 130
                      • p 131 sobre trad
                      • "influencia das ideias erradas de lamarck" 132 [deus do céu]
                      • Adiciona longos trechos de Eça 135-7
                      • Implicações políticas
                        • Nas raizes do republicanismo, encontramos a visao cientifica do mundo e da sociedade que o seculo xix proporcionou. A evolu^ao biologica tinha uma consequencia na sociedade e na politica. Os divulgadores do darwinismo souberam associar a ideia de evolu9ao, patente no aparecimento de especies mais aperfei^oadas, a ideia de progresso historico e social. Spencer escreveu um livro com um titulo elucidativo: Do Progresso. Sua Lei e Sua Causa (1857,). Como, pouco antes, o filosofo trances Auguste Comte tinha introduzido o positivismo, rompendo com a teologia e a metafisica, com o seu Sistema de Politico Positiva (1851-1854), Spencer pode ser considerado um dos primeiros positivistas. Estes autores contribuiram y para a fermenta^ao entre nos da ideologia republicana, que come^ou num pequeno circulo de intelectuais para depois se ir alargando ao longo da segunda metade do seculo xix. O darwinismo punha em causa a palavra da Biblia, tal como antes tinha ocorrido com o heliocentrismo de Copernico. '' * Emente o conceito ligados deaDeus institui e a institu^ao da Igreja estavam intima- ^ao monarquica que os republicanos > ' se esfor^avam por arredar. Contrapunham-lhes as nogoes de Mundo, governado por leis estritamente deterministas, e de Patria , cujo governo devia ser um assunto humano sem intertl • ferencia divina. Um poema de uma republicana , Angelina ; Vidal, que foi escritora e professora (alem de feminista), saido no Jornal de Abrantes, escassos meses antes da Revolu^&o de Deus dessa época com os seguintes versos ...........
                        • Claro que, mesmo apeando Deus em favor do homem, ficava mundo por resolver com oolivre problema arbitrio humano da concilia . Se^republicanos o da cientificidade mais positi do- _.a vistascomoo medico Bombarda menorizaram essa questao, autores houve de matriz republicana, como o filosofo Sampaio Bruno e o escritor Basilio Teles, que se sentiram na necessidade de invocar argumentos espirituais ou metafisicos para compreenderem o pensamento e a ac^ao humanos. A Republica, assente como foi | dito numa base que se reclamava cientifica, advogou a laicidade da vida publica e, portanto, queria escolas publicas pertencentes ao Estado. Em 1911, na Universidade de Coimbra, a Faculdade de Teologia foi extinta, substituida de certo modo pela Faculdade de Letras,enquantoas Faculdadesde Matematica ede Filosofia, pombalinas, se fundiam para formar a Faculdade de Ciencias. A Universidade conhecia nova e nao menos profunda transformação. 137-8
                  • Estudo das águas minerais em Portugal 122-3 2013
                  BRANDÃO 2011/2011B
                  • Cartas de Carlos Ribeiro a Darwin e estudos de sua obra  e biografia.



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