Trad PT/BR

Wyler (2003)

INTRO

    • Toda reescritura, seja qual for a intenção que lhe dê origem, reflte uma certa ideologia e uma poética, cuja função é levar o receptr a reagir d euma dada maneira.  E [e isto que confere à tradução de pensamentos, palavras e imagens a característica de instrumento de manipulação a serviço de um dado poder. 11
  • Estudo academico da tradução no BR vem via Foucault, Derrida e Venuti.
  • Cursos de capacitação rápidos somam na precariedade da profissão.
  • Constante invisibilização do tradutor em vários níveis: social; editorial; na imprensa.
  • Logocentrismo:
    • o texto de partida seria um objeto definido, congelado, receptáculo de signiciados estávies e geral identifcadfos com as intenções de seu autor. Caberia ao tradutor transportá-lo, fielmente, para o seu próprio texto na língua-receptora. A esta visão contrapõe-se a de que as palavras de uma língua ganham e perdem significados continuamente e que cada tradutyor, conforme as influências que recebeu durante a vida, vai recotrá-las de um modo muito seu. Emum nível mais teórico, a relação entrwe o autor e seu tradutor não seria necessariamente marcada pela harmomia e a fidadliesde. Muito pelo contrário, a tradução seri ao lugar da luta pelo poder, quer é um úkltima análise a luta pelo poder autoral [...] Com a rúbrica "como deveria ser", o resenhista reforçava voluntária ou involutarimanete dois conceitos discu´tveis. Um, que excist uma única rtradução perfeita - a fiel - , em vez de tantas traduções quanto tradutores houver. Outro, que existe apenas um texto "original' - o da língua de partida, quando na realizado o da tradução também é original, uma vez qwuer não foi escrito antes. 18-9
  • Na trad de poesia outras questões invisibilizantes aparecem, como idealização da fidelidade e de tradução sem remuneração.
  • Faz um breve apanhado dos TS no Brasil.
  • Sobre o uso de trads no ensino:
    • Em suas bibliografias, os professores preferem indicar edições de títulos estrnageiros, por vezes esgotados, mesmo que jaja traduções recentes da obra - uma ppção que encontra respaldo em Umberto Edco, paera quem a tradução é uma prtese. Mas é justamente a tradução que tornaria oas iguais mais iuais contrapondo-se à ilusória expectativa de que estudantes seham multílingues, mesmo serm aprendwer idosmas estrangeiros des o jardi de infincania. Quando há um titulo traduzido na bibliografgia, os professores reramrente citam o onme do traduor, cvonfomer exigem as leis de direitos autorais e as normas da Asdsociação brasiliera de Norma Técnicas - ABNT, o que reforça ao memso tempo a pouca importância do tradutor e do respeito às leis do páis. Tampouco comentam a qualidade da tradução com os alunos que n~]ao podem prescviindi da tal "pr[otese linguística". Assim falou Zaratustra, por exemplo, escrita por Nietzsche em alemão, língua de menor disseminação, osui cinco traduções para o português, em sete edições diferentes - qual recomendar e por quais critéiros objetivos? 23-4
  • Hallewell tem apenas 28 p sobre trad em seu livro. Não há muita referência para a historiografia da trad no brasil. (ver notas 14 (PAES (1990), 15 (ROMERO, 1980) e 16 (MARTINS, 1976))
A TRADUÇÃO ORAL NO BRASIL
  • Até a chegada dos jesuítas, os línguas eram os intérpretes. Em 1549 chegam os jesuítas que passam a aprender as línguas nativas para evangelizar.
  • 1808 há a oficialização do tradutor pelo governo, seguido de outros editais de contratação de tradutores/intérpretes no contexto comercial e burocrático.
  • A partir da segunda guerra houve um aumento cada vez maior da representatividade profissional da classe com a fundação de associações, empresas e legislação que apoiavam o tradutor.
A TRADUÇÃO ESCRITA
  • A tradução escrita demorou mais para se implantar. Por muito tempo foi um hobby. Era proibida a publicação de livros nas colônias. Os primeiros tradutores foram os jesuítas como Navarro e Anchieta.
  • Analfabetismo:
    • A escola democratica, universal e brasileira inicialmente idealizada e fundada pelo padre Manuel da Nóbrega aos poucos foi se transfomrando, por pressão da métropole, num insturrmento de segregação não só do negro por ser escravo masi igualmento do indio,, da mulher e do pobre.
    • Do índio, porquer as diferenças culturais entre ele e outros povos collinizados pelos portugueses "tornavam impossível sua imiadia elevação a estudos superiores e a chefges e guias de cristãos'.
    • Da mulher, porque a rainha Catarina não deu atenção ao pedido que os índios encmainharm por intermédio de N´brega, para que a coroa fundadasse escolas régias também para meninas - uma extravagâncvia que ainda não entrara nas cogitações nem do mais lustrado renascentista.
    • Do pobre, porque a reestruturação promovida nos colégios jesuítas em 1589, visando a conformá-los às regras do Ratio Studiorum, erliminou do curso médio as disciplias que formariam artíficies e artesão (tecelagem, marcenaria, metalurgia, engenharia de estradas, hidráulica e militar, múcia, pintura, esculutra), e que poderiam atrai o aluno sem recursos à escola.
    • Os novos colégios concentram-se no ensino de gramática portuguesa, latim, retórica, matemática, filosofia e teologia moral, um currúiculo mais adequado a erncaminhar às universidades européidas os fgilhos das elites coloniais: funcionário opúblicos, senhores de engenho, criadores de gado, oficiais mecâncios e, no século xviii, mineiros. 54-5
  • Além disso a impressão só foi permitida apenas de 1808 com a chegada a da corte e a fundação da imprensa régia. Havia censura e confisco de impressos antes disso com a intenção de manter a colônia desintelectualizada.
  • Os jesuítas contudo formaram suas próprias bibliotecas com documentos copiados, impressos clandestinas ou livros adquiridos.
  • O francês era a principal língua dos importados.
  • Pombal expulsa os jesuítas em 1759. Mas o sistema de ensino régio que sobrou era insuficiente.
  • Mesmo com a Constituinte de 1823 estipulando a alfabetização aumentou a população de letrados de 0,5% (de 4 milhões) em 1822 para 10% (de dez milhões) em 1879. O sistema de ensino contava com apenas 4mil e as escolas não tinham biblioteca.
  • Não era permitida a fundação de universidades na colônia. As elites estuvam em Coimbra (única instituição de ensino superior de Portugal) que era fortemente influenciada pela frança ou em universidades francesas.
  • Dominância francesas:
    • A penetração da influência francesa em terras portuguesas remonta à reconquista de Portugal aos mouros, empreendida por Afonsao VI de Leão (1030-1109), no úlitmo quartel do século xi. Ajudaram-no nessa luta os condes Raimundo e Hnenrique - este, filho do duque de Borgonha -, que receberam em casamento as filhas do rei, Urraca e Tereja, e cmo dote, condados em terras portucalenses.
    • Ao herdar dois condados portucalenses, Afonso Henriques, filho de Henrique, obteve do papa o reconhecimento de sua independência pol~itica de Espanha e sagrou-se primeiro rei de Portugal [1139].  O país iniciava, assim, sua histórica dependência cultural da França, a que veio se somar, a partyir do final do século XIV, uma dependência ecnomica da inglaterra, condições que se reproduziriam no Brasil e nas demais colônias portuguesas.
    • A cultura brasileira registra tanto a influência dos trovadores provençais no folcore nordestino quanto a dos pensqdroes francveses na Conjuração Mineira (1789), nas consiprações do Rio de Janeiro 1794) e da Bahia (1798), e na Revolução Perambicvana (1817). Mas foi a transferência da corte protuguese para o Brasil, em 1808, que ttornou mais visíveis os papési determinanetes da França em nossa cultura e da inglaterra em nossa economia, ambos rwelevantes em momentos diferentes para a formação e o estiolamentyo de uma indústria livrteia em nossa terra.
    • Por todo o século XIX e primeira metasde do século XX, sucederam-se as missões art´sisticas, literárias, científcas e militares francesas que ajudaram a fundar e asd dirigir esrtabelicmentos de ensio e pesquisa brasileiros.
    • Da frança e da inglaterra, através da traduções francesas vieram as várias correntes que influenciaram o romantismos nativo - o mal de siècle à la Musset, o arroubos ortaório de Vitor Hugo, a buisca do passado à la Walter Scott, o slpeen à la Byron. O positivismo francês instrumentou a instauração da República e, adotado pelas academias militares e scolas supreiores do país, produziu efeitos marcantes até o século XX. O espiritismo de Allan Kardec, introduzido em meados do século XIX, mesclou-se com o ubandismo e continuou a se diseemimnar pelas capitais bem com pelas cidades interioranas do Brasil.
    • A importação de modelos rtampouco se esgotou no século XIX. Em 1908b a priemria missão reresentando do Agrupamento de Universidades e Grande Escolas da França veio preparar o caminho para as futuras missões universitárias. Foram fruto desse trabalho a fundação da unicversidade de São Paulo9, em 1934, e a multiplicação de programas de pós-graduação que continuavam a carrear estudantes de todo o Brasil para as universidades francesas no final do século XX, a despeito da maciça influencia norte-americana.59-60
  • A partir do século XIX contudo a intelectualidade passa a tentar produzir mais em português.
    • Diante dessesdados, talvez não seja absurdo afirmar qwue durante o século XIX os brasileiros de dividiam, gorsso modo, entre aqueles que não liam traduções porque não sabiam ler e os que, sabendo-o, dispensavam essa "prótese' - donde a ausência de uma demanda que estimulasse o desenvovlivmento da profussão de tradutor de livros. 61
  • Entre o XVI e XVII os jesuítas traduziam para evenagelizar. Nos mosteiros e escolas jesuítas se usava muito latim. Navarro traduz a suma da doutrina cristão em 1557 para o tupi. Anchieta depois. Gregório de Matos fez traduções literárias. A maioria dos outros textos traduzidos foi de textos teológicos.
    • [...] até fins do século XIX, quando começaram a surgir os acordos internacionais sovbre direitos autorais, o tradutor considerava-se, e era por todos considerado, o autor da obra traduzida. Disso resulta a abundância de obras "adaptadas", "traduzidas livremente", "inspiradas por" e "à maneira de".
  • A partir do XVIII mais temas e tradutores surgiram.
TRADUÇÃO NA CORTE
  • Frei José Mariano da Conceição Veloso deu início a um processo de modernização aproveitando o movimento intelectual do século XVIII com a fundação da Academia Real de Ciência em Lisboa e o espírito iluminista. Ver aqui. Já tendo feito as pesquisas de sua Flora Fluminensis em 1790:
    • O frade, encontrando ambiente favorávelm, apresentou também à Coroa um vasto plano para reunir e editar memórias (Descrições) de novas técnicas e culturas desenvolvias em países estrangeiros que pudessem ser úteis ao progresso do Brasil.
    • Neste seu plano a tradução iria desempenhar um papel fundamental e Veloso tratou de reunir alguns jovens brasileiros resisdfentes em Lisboa que, além de poligrotas, fossem formados em universidades européias e familiarizados com as idieas dos enciclopedidastas.
    • A princípiom, as obras escritas, adaptadas  ou traduzidas opelo grupo fgorma impressas em várias tipografias de Lisboa, pirnciplamente as de Simão Rdeu Ferreira, João Procópio Correia da Silva e Antônio Rodrigues Galhardo. Mas, dada a sua mafgnitude, o projeto ganhou, em 1799, uma oficina prórpria, montada segundo as mais avançadas especificações técnicas. Deram-lhe o nome de Tipografia Calcográfica, Tipoplástica e Lieterária do Arco do Cego. Sob a direção de frei Veloso, o estabelecimento publicou além de obras originaslmente escriteas em latim e português, perto de uma centena de atraduções, quase duas dezenas assinadas por ele mesmo.
    • As obras vertidas do francês, inglês, castelano, alemão e latim abordavam técncia e culturas de vária sokantas úteis, navaegação, mineralogia, medicina, eletricidad,e língua tuppi ou nheengatu, hidrometria, gravura, botÂnica, zoologia, matemática, erconomia, política, religião e tecelagem, e eram fartamente ilustradas a cores. Destivavam-ser a informa e ennisar ao agriculutores brasileiros, aos quais deveriam ser veniddas a opreços pbaratos ou até mesmo doadas. Lamentavalemente, jamais tiveram a divulgação pretendida. Em algumas capitanias como as de pernambuco e Bahia, ols livros foram comprados e as ideias neles contidas aproveitadas na agricultura. O mesmo não aconteceu, no entendo, no Maranhão e em Sõa Paulo.
    • Dois anos depois de criada, a tipografias do Arco do Cego Sofreu uma auditoria e, por decreto do p´rincipe Regente datado de 7 der dezembro de 1801, oi extinta e o seu acervo humano e mateiral incorporado à Impressão Régia de Lisboa [...]. 75
  • Bocage e Bayard trabalham como tradutoes no Arco do Cego.
    • Em seu conjunto, os tradutores que trabalharam no Arco do Cego ilustram algumas facetas da vida de tradutor ainda identificávies em nossos dias, tais como o revurso À tradução para suprir necvessidades ficnaceiras, a transitoriedade do ofício, a atração que excer sobre a elite eme stado de ócio, a falta de dicionários e obras de referência brasileiros. [...] recebiam pela obrigação de traduzir as obras que lhes designassem, principalmente na slíngua sfrancesa e inglesa, [...]. [...] suas pequenas bibliografias deixam muito claro que nenhum deles pretendia abraçar a tradução como profissão. Pretendiam, se tanot, usá-la como meio de vida passageiro e um modo de tornar visíveis sua s outra qalificasões. 76 
  • Imprensa Régia em 1808. Censura e confisco continuam até 1821.
    • Se, por um lado, a pouca liberdade acabou estimulando a abertura gradual de outras tipografias no Rio de Jnaiero, Bahia e Pernambuco, as quais contratavam traduções locais, por outro lado, o alto preço do papel importado teve um efeito perverso sobre a emerfgente ativvidade intordutória Estimulou o aprecimento de uma indíustria editorial de íngua portuguesa em londres e, aoós 1814,b de outra mais duradoura em Paris, que so foi se exintguir por volta de 1930. 77
  • Com a corte veio o hábito de ler romances franceses ou traduzidos do francês.
  • Livros didáticos e paradidáticos foram impressos na imprensa régia para uso nas instituições abertas a partir de 1808, como a Academia Real Militar.
  • A partir dos 1810s o tradutor aparece em algumas legislaturas. Trad juramentada em 1851.
  • A partir do fim da censura a frança passa a exportar livros legalmente dando início a muitas livrarias francesas no brasil. Bossange e Aillaud contrataram Caetano Lopes de Moura em 1838, considerado o primeiro tradutor profissional do Brasil.
  • Garnier entre 1860-90 montou um negócio de traduções impressas na França que chegavam relativamente rápido devido aos navios a vapor e bem mais barato do que o papel importado.
  • Todas as ediotras publicavam centenas de trads no XIX.
O ROMANCE-FOLHETIM E O TEATRO
  • O folhetim começa com Crusoe na Inglaterra em 1719. Foi introduzido no Brasil em 1839 e se tornou muito popular. Os jornais brasileiros lnaçavama s obras francesas com muito pouco atraso, graças aos tradutores.
  • O gênero era mal visto e as traduções eram assinadas apenas com iniciais, quando assinadas.
  • Também houve muita tradução teatral especialmente no século XIX. Mesmo após muitas décadas, no seculo XX a tradução ainda era feita de maneira informal e não sistematizada. A partir de 1950 houve uma retomada do valor do texto integral.
A TRADUÇÃO-INDUSTRIA
  • A partir de 1920 já havia fábricas de papel, embora as fábricas de polpa só começassem a aumentar em 1939. A I guerra mundial dificultou a importação d elivros. A importação retornou como fim da guerra.
  • Direitos dos tradures regularizados no código penal de 1890, no código civil brasilieor de 1916 e na concenção de Berna em 1922. Porém também havia muita pirataria.
  • Nacionalismo da era vargas favoreceu a indústria nacional. Vargas queria que livros de interesse nacional fossem produzidos tudo em busca do aumento da educação, cirando em 1937 o Insituto Navional do Livro. Houve em conjunto uma larga campanha de alfabetização.
  • O DIP surge em 1939. Os livros aprovados pelo governo vendiam bem. A escrita ou tradução de livros infantis tornou-se popular entre os escritoes, tolhidos de outras roduções. Também ficaram populares traduções de clássicos e de aventura, embora o francês ainda fosse lingua de intermediação entre outros idiomas.
  • Livraria Martins publicou um livro de J Huxley sobre Darwin nos anos 1940. Seus anuncios diziam "traduções fiéis e integrais, cuidadosamente revistas anotadas e com intrfduções".
  • Durante a guerra o papel importado tornou a ficar caro, mas volta a normalidade depois.
  • Alguns tradutores como Lobato e Meireles usavam suas trads como forma desafiar o ogverno.
  • Era Vargas marca a mudança da influencia francesa pela americana.
  • Embora agora alguns tradutores fossem escritores preparados para a tarefa (coisa que não havia, segundo Machaod de Assism, no XIX), ainda havia muita ma fé na atividade. Müller afirma:
    • As traduções também são feitas, em muitos casos, desonestamente. Os origininais, açém de esrtropiados dna sua essência - em virtude do traudor mal pago bão ter oo tempo e apaciência necessários para interpretar filemente o espírito do dioma e da obra - são mutilidaod tmabem sem do nem piedade para baratear o preço da edição 117.
  • Lobato foi tradutor, editor e escritor e responsável por uma grande difusão do livro no Brasil.
  • Mário de Andrade criticava as trads publicadas na época. Criticava o tradutores.
    • [...] Traduzia mais quem traduzisse mais barato e com o mínimo de segurança. Por isso só traduzia para ganhar tão pouco alfguém de núivel mental inferior, a quem não faltasse corgam para traudzir qualquer licvro, incluvive obras de escritores fgeniais,. A c´ritica era virulenta e desancava também os editores que estariam persuadidos d euqe o seu negócio erta, ao mesmo tmepo, um grande srviço à nação. "Mas lhes faltava, em geral, o tino do neg´cio onde este é poriamente um esfoerço cultural". Era preciso que entendedessem que conhecer inglês e francês não era o mesmo que saber traduzir, A tradução exigia acima de tudom, conhecimento do assunto dfa obra a traduzir,. Dái que só filósofos poderiam traduzir filisofgia, só poetas poderiam traduzir poesias, só poetas poderiam traduzir poesias, só linguistas poderiam traduzir poesias, só linguistas poderiam traduizr linguistica e assim por diante. Sem exceção, "Salvo milaagre... ou falta de probidade intelectual."
  • Érico Veríssimo era da onde de melhorar o original.
  • Em 1942 a Globo estav bem o suficiente para contratar mais tradutores e revisores que trabalhavam na sala bem equipada da editora dando início a "ideade de ouro das tradução" entre 1942-7. A operação acabou em 1947 depois de um ano mal para editora.
A DÉCADA DE SETENTA
  • O fim da era vargas trouxe problemas tarifários para as editoras. Havia ainda o uso de trads portuguesas. Contanto, houve as editoras exploraram o mercado e se sairam bem em sua maioria.
  • O tradutor técnico encontrava emprego na tradução das várias coleções enciclopédias e devido aos programas desenvolvimentistas de Kubitschek.
    • Para sorte dos tradures técnicos, abriu-se também, paralelamente, um pormissor mercado de trabalho com a elição de Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956-1961) à presid?ência da República, Seu programa de metas para o desenvolvimenot político e econômico do país previa a consturção de rodovias de intergração nacional, centrais de energia, e indústrias de bens de consumo. ORa, a realização0 de tais metas exigira a importaçãod e tecnologia estrnageira e a formação de profissionais até então inexistentes no país para construi estradfas modernas, operar e manter a sintalações e linha de produção emontagem na snovas indústrias. Eexisgia também um grandfe número de tradfutores para tonrar intleigíveis as tonleadas de livros de refeç~recia, manuais e ca´talogd de oeça sindisopensávies à consecução dessas metas. 
    • As novidades não passaram despercebidas aos editores estrangeiros aqui estabelicods, pois o mercado universitário de livros começou a crescer assombrosamente de ano para no. os 44 mil graduandos de 1950 se transofrmaram em 93 mil graduandos e 23mil er 500 mestrandos em 1960 e ultrapassaram a marca de um milhão e 500 mil graduandos, 16 mil mestrandos e 500 doutorandos em 1975. Na mesma porporção, ou ainda mais rapidamernte, os editores estyrangeiros concluíram que seria um grande neg´cio traduzir e imprimir suas obras no Braisil onde seriam oferecidos a um prelço baixo, uma vez que os custos iniciais já haviam sido cobertos em seus páise de Oirgem. Bastaria para tanot incluir algumas estaísiticas locais e alterar uns poouco dadaodsa, e eis a opra d euma autoridade estrnafgeir ae a gratnaia d epornta aceitação no Braisdl, onde os lietores seguier estranhariama s inclusões de centrenas de termoe e estruturas ininteligíveis, porvas do seus conheicmento insufciente da matéria.137-8
  • Houve um investimento enorme dos EUA pelo Book program que chegava a financiar todo o processo desde que escolhesse assuntos e autores.
  • Em 1968 e 1969 abrem os primeiros bacharelados em tradução. Em 1973 Ronai realiza o primeiro encontro nacional de tradutores. Ele também foi parte do reconhecimento do tradutor como atividade de nível superior em 1979 e da abrates em 197?.
  • O prêmio de tradução do Jabuti é um prêmio menor.
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  • Reitera as relações entre a política desenvolvimentista do iluminismo portugues com a Coutinho e Veloso e as obras editadas no Arco do Cego. Os volumes "o fazendeiro do brasil" focam muito em melhorar a agricultura.
    • Pode-se dizer que a iniciativa de frei Veloso se inseria no âmbito do projeto pombalino de produzir uma ética do trabalho e uma cultura experimentalista na colônia. Mas ele apontava para os limites das ações do Estado via incentivos econômicos. Considerava que isso não quebrava o círculo vicioso entre as duas forças em jogo: de um lado os interesses privados e, de outro, o Estado, que Veloso, com posição próxima à da fisiocracia, via como agente esclarecido. 
    • Em uma frase, Veloso detectou que os vícios privados não estavam gerando benefícios públicos. Técnicas um pouco mais sofisticadas, como a do anil, não eram desenvolvidas a partir de interesses mais imediatos. Quando o interesse do produtor era acionado pelo Estado, em prol da diversificação da economia, o efeito era apenas superficial, sem qualquer mudança significativa na mentalidade dos produtores, cujos interesses permaneciam imediatistas. Não se produziram ética do trabalho e experiência sistemática.
    • ...As forças do círculo vicioso precisariam mudar: não bastava um Estado esclarecido; os interesses também precisavam de luzes. Por isso, o Estado precisaria mudar seu papel de agente econômico e político para o de agente cultural ou mesmo pedagógico. 135
  • Divulgação científica poderia promover a mudança da mentalidade imediatista para uma de longo prazo.
  • Segundo Veloso, os livros eram bem recebidos. 136
  • O analfabetismo nas capitanias prejudicava o gerenciamento e desenvolvimento, especialmente nas mais pobres como SP.
  • Vários livros interessantes para as políticas desenvolvimentistas foram enviados ao brasil, mas quase todos encalharam. O chefe da capitania de SP afirma que não adiantava enviar tais livros e apenas alguns clássicos e teologicos eram necessários. O estoque deveria ser distribuido de graça. Em outras capitanias, os títulos vendiam melhor.
  • A venda para o brasil correspondia ao dobro da venda para o portugal no Arco do Cego.

  • Em 2010 afirma que a linha de historiografia já existia, porém não consolidada. E realça o início da diversidade para além do literário.
  • Dois paragrafos sobre a importancia da história na tradução.
  • Pouco se sabe sobre a importancia dos textos técnicos traduzidos. Para Calmon, os textos traduzidos no século xix não foram muito significativos.
  • Boom editorial na década de 30, mais ou menos junrto com a instituição das universidades.
  • Fala da coleção pedag[ogica brasileira que abrangia a brasiliana. Publicou diverasos livros de naturalistas exploradores no brasil traduzidos por profissionais de renome.
  • Faz uma busca para ver se as traduções auxiliaram na construção das ciencias no brasil.
    • ... foram encontradas remissões às obras traduzidas da Coleção Brasiliana em livros escritos por autores brasileiros. Os historiadores Pedro Calmon, Afonso Taunay, Pe. Serafim Leite, o engenheiro Pandiá Calógeras, o zoólogo Cândido de Mello-Leitão, o etnólogo Estêvão Pinto remetem a algumas dessas traduções. Pedro Calmon é o mais preciso, pois suas notas trazem referência completa às obras consultadas, incluindo os nomes dos tradutores. Outros tradutores da época também informam usar obras traduzidas publicadas em obras de outras “Coleções Brasilianas”. É o caso da obra Da medicina brasileira, de Guilherme Piso (1948), em que o tradutor Alexandre Correia, em suas notas, faz referência à tradução da obra de Nieuhof, feita por Moacir N. Vasconcellos e anotada por José Honório Rodrigues (p. 329), à tradução da obra de Barleu feita por Claudio Brandão (p. 329), a Kahn em tradução de L. Mendonça de Barros (p.335), à “tradução e comentos magníficos” de Pirajá da Silva (p. 359), ao texto de Hermann Watjen em tradução de P. Uchôa Cavalcanti (p. 372), além de livros de autores nacionais publicados na Coleção Brasiliana. Mesmo autores estrangeiros publicados na época fazem referência a títulos publicados na Brasiliana – é o caso, por exemplo, de Alexander Marchant (1942), que cita Almeida Prado e Roberto Simonsen em seu livro sobre as relações econômicas de portugueses e índios na colonização do Brasil (1500-1580). 6
    • Mas mesmo nessa história da microbiologia no Brasil há referência à tradução: existiria, na época, uma “Escola Tropicalista Baiana” à qual estavam ligados importantes médicos (Reis, 1979-1980: 4). Entre os “pesquisadores de grande valor”, o autor registra Pirajá da Silva, tradutor de dois livros de von Martius publicados na Coleção Brasiliana. Das demais ciências, quase todas trazem a criação das faculdades como marco nas pesquisas. 7.
    • O histórico das várias ciências no Brasil é pontuado por referências a traduções. A história da Botânica narrada por Ferri (1979-1980) é subdividida em três fases. A primeira fase inicia-se com referências aos primeiros viajantes que estiveram no Brasil. São explicitamente mencionados: Hans Staden, em tradução de Loefgren de 1930 (Biblioteca de Cultura Nacional); Thevet, traduzido por Estevão Pinto e publicado na Coleção Brasiliana em 1944; a “excelente tradução” de Léry, feita por Sérgio Milliet em 1941 (p. 37) e publicada na Biblioteca Histórica Brasileira; a Historia Naturalis Brasiliae, de Marcgrave, “traduzida por Monsenhor D. José Procópio de Magalhães e publicada em 1942 [Imprensa Oficial]” (p. 39); a tradução da obra de Guilherme Piso, feita por Alexandre Correia e editada pela Companhia Editora Nacional em 1948 (p. 41), além de outros autores que escreveram em português até o século XVIII. A segunda fase da Botânica ocorre no século XIX com o trabalho dos naturalistas que visitaram o Brasil no período. No entanto, suas pesquisas não chegaram a despertar, na época, o interesse científico dos brasileiros pela botânica. Ao historiar essa fase, Ferri destaca a obra de Maximiliano, traduzida por Edgar  Süssekind de Mendonça e Poppe de Figueiredo, publicada na Coleção Brasiliana em 1940 (p. 46); a de Saint-Hilaire, “em excelente tradução de Rubens Borba de Moraes”, publicada em 1945 na Biblioteca Histórica Brasileira (p. 48), mas lista também, na bibliografia, todas as demais traduções das viagens de Saint-Hilaire publicadas na Coleção Brasiliana. Ferri menciona também a obra de Carl Friedrich von Martius e Johann Baptist von Spix, cujos excertos foram “publicados, em 1916, por Manuel A. Pirajá da Silva e Paulo Wolf” (p. 49), obra republicada na Coleção Brasiliana em 1938.9 
    •  Todas as referências de Ferri demonstram inequivocamente que a pesquisa em Botânica se beneficiou com as traduções, especialmente com as obras dos naturalistas do século XIX – não apenas com as traduções das coleções Brasilianas da Era Vargas, como também com as publicações mais recentes. Para Ferri (1979-1980: 82), os relatos de viagens “trazem uma contribuição inestimável ao conhecimento de nossa flora, em seus vários aspectos. Tais publicações são ainda hoje de grande valor e por isso vêm sendo constantemente editadas no Brasil, porque o interesse que elas despertam é imorredouro”. Mas assinala ainda a criação da Universidade de São Paulo como o marco nos estudos botânicos nacionais.10 Ferri não apenas menciona as traduções em sua bibliografia, como também assinala os nomes dos tradutores que se debruçaram sobre os textos a que se refere.11 
    • Na história das Geociências no Brasil também encontram-se referências às traduções, especialmente às dos chamados “viajantes-naturalistas”. Nesse caso, os autores não mencionam no corpo do texto os tradutores das obras a que se referem, nem trazem na bibliografia sua relação. A única referência direta que os autores fazem é à “excelente edição brasileira de Marcgrave (1942), tradução de Monsenhor José Procópio de Magalhães”, anotada pelo “climatologista brasileiro Salomão Serebrenick” (Ab’Sáber; Christofoletti, 1979-1980: 127). pps 8-9
    • Ainda que a trajetória da filosofia no Brasil seja narrada com a remissão a pesquisadores brasileiros, encontra-se nela a menção a Emmanoel Carneiro Leão, que “traduziu textos fundamentais de Heidegger, comentou sua obra em ensaios e publicações periódicas. [...] Outros autores de obras de idêntica inspiração são Gerd Bornheim, Ernildo Stein e Eudoro de Souza” (Paim, 1979-1980: 27-28). Informa-se também que, devido ao fato de a Filosofia das Ciências ter-se disseminado na Universidade, houve significativo movimento editorial, com a tradução dos “mais importantes textos clássicos (Wittgenstein, Popper, Russell, etc.)” (Paim, 1979-1980: 29).
    • De acordo com o historiador Iglésias (1979-1980: 280-281), que assina o capítulo “História no Brasil”, “os livros mais significativos da História atual [anos 1930 a 1960] não foram escritos por professores universitários, mas por gente cuja carreira se fez à margem da Universidade”: Oliveira Viana, Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior, Raimundo Faoro, Celso Furtado e Virgínio Santa Rosa. Outros tiveram curta passagem pela Universidade, como Sérgio Buarque de Holanda, Vitor Nunes Leal e José Honório Rodrigues. Este, considerado o historiador de produção mais significativa dos anos 1950 a 1970, em resenha de Formação do Brasil contemporâneo, de Caio Prado Júnior, demonstra o uso que os historiadores podem fazer das traduções. Critica uma análise feita por Prado, afirmando que ela poderia ter sido feita “comparando-se especialmente os livros de viajantes que, no correr do século XIX, nos visitaram” (Rodrigues, 1970: 94), e remete a Koster, em tradução publicada na Coleção Brasiliana em 1942, a Martius, (obra editada pela Imprensa Nacional), a Gardner da Coleção Brasiliana, e a Saint-Hilaire da Biblioteca Histórica Brasileira, da Martins. No decorrer da resenha, recorre ao trabalho de outros viajantes, para obter dados mais confiáveis que os fornecidos por Prado: Agassiz, Kidder e Fletcher, Hartt e Saint-Hilaire da Coleção Brasiliana, e Johan Nieuhof, publicado na Biblioteca Histórica Brasileira, da Martins. Como esse artigo do historiador José Honório Rodrigues foi publicado pela primeira vez em 1943, o texto indica que as traduções dos anos 1930 e 1940 tiveram repercussão quase imediata na pesquisa historiográfica brasileira. 9-10 pp. 
  • Etnologia, biologia e matemática não tem tantas evidências.
  • Conclusões
    • Ccs começam na era vargas mais ou menos junto com as unis
      •  O levantamento feito evidenciou que os pesquisadores que buscaram examinar a realidade brasileira contaram com as traduções – especialmente com as obras dos viajantes-naturalistas. Nesse sentido, elas atuaram como coadjuvantes na formação cultural brasileira. Não simples aculturação, mas transformação: de um Brasil rural, com acentuadas desigualdades sociais e altos índices de analfabetismo, para um Brasil urbano e industrializado. 10-1
    • Os profissionais traduziam obras que consideravam importantes enquanto publicavam as suas.
      • Vemos historiadores da tradução afirmarem que, nas histórias da literatura e na história da inteligência brasileira, pouco se fala das traduções; mas aqui mostrei que, na história das ciências, ela é bem notada. E mesmo que a tradução não tenha impulsionado diretamente a pesquisa em todas as áreas do conhecimento no Brasil, pelo menos permitiu a pesquisadores e a estudantes o acesso fácil e relativamente barato a importantes fontes de consulta. 11
    • Os livros da brasiliana assessam a educação superior apenas.
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  • Pré 1808 houve o iluminismo portugues ou ilustração lusitana. Muita produção cientifica.
    • Em Portugal, no entanto, o entusiasmo iluminista encontrou obs-táculos, impostos tanto pela Igreja quanto pelo Estado, e a censura foi  um  dos  instrumentos  usados  para  conter  o  avanço  das  ideias dos perigosos filósofos. Os censores controlavam com mão de fer-ro tudo o que os súditos portugueses (inclusive os habitantes das colônias) liam, e, embora haja registros de muitos casos de contra-bando de livros proibidos, a tradução, a publicação e a leitura de vários autores importantes do Iluminismo eram objeto de vigilância constante e até de proibição legal /... embora o acesso aos livros de muitos autores iluministas mais ligados a questões política e filosóficas fosse proibido, o mesmo não ocorreu com as ciências naturais. A partir de 1780, as publicações em matérias como química, física, matemática, agricultura e medicina cresceram muito em Portugal, com o aparecimento de livros e folhetos de cunho didático, cujo objetivo era a divulgação de conhecimento prático que pudesse ser útil ao reino. 132-3

  • Segundo Wyler (2003: 73)  esse movimento era de brasileiros para brasileiros. Para Harden:
    • No âmbito desse projeto progressista, a tradução desempenhou papel essencial. Vários tratados e descrições escritos em língua es-trangeira, especialmente em francês e inglês (Faria, 1999, p. 116-7), foram vertidos para o português com a bênção dos poderosos, inclusive sob encomenda do próprio Príncipe Regente D. João. A noção subjacente a esse boom de traduções (quase) científicas esta-va associada ao aspecto utilitário da ciência, em conformidade com as ideias dos fisiocratas franceses. Tratava-se da difusão das “luzes das  ciências,  sobretudo  no  domínio  da  agricultura,  adaptando  a ideia fisiocrática nas colônias” (Curto, 1999, p. 48), para devolver a Portugal seu lugar entre as grandes nações.
  • Cabia a metrópole o desenvolvimento cientifico e intelectual e às metrópoles o suprimento de matérias primas.
  • Dom Rodrigo de Souza Coutinho ficou responsável pelo desenvolvimento cientifico e escolheu Frei Veloso para rtocar o projeto, já conhecido por sua intelectualidade polimata. Em 1799 o Dom permite a fundação do Arco do Cego que Veloso cordenaria. Nos 3 anos de funcionamenot publicou 80 obras técnicas entre trads e originais
    • As traduções de Veloso, porém, já ocorriam desde 1796, quan-do ele iniciou, em Lisboa, a publicação do periódico Palladio Por-tuguez e Clarim de Palla, “no qual difundia as novidades coloniais e traduzia textos estrangeiros referidos à vida rural” (Priore; Ve-nâncio, 2006, p. 104). Entre 1797 e 1805, traduziu pelo menos 20 obras (traduções assinadas ou creditadas a ele) e supervisionou a tradução de cerca de outras 30, na área das ciências ou tecnologia e a partir de línguas diferentes (espanhol, francês, italiano e inglês). Seu  interesse  pelas  letras  também  se  refletem  na  elaboração  do Diccionario  Portuguez  e  Brasiliano,  em  1795,  referente  à  língua geral do Brasil. 134-5
  • Textos eram escolhidos por relevância estratégica e economicca. Coordenava trabalhos com váriass tipografias para poder publicar mais.
  • Fazendeiro no brasil, magnus opus de trad 10 vols entre 1786 e 1806. Compilação de textos traduzidos de vários lugares. Bem dentro da linha editorial do arco do cego e do boom tecnico de portugal. Financiada e direcionada por coutinho. Citação direta de Vellozo em 137
  • Supervisionou e possivelmente influenciou uma renca de outros tradutores que se tornaram figuras importantes deposi.
  • Também era naturalista no museu, coordenou o curso de gravura, para a formação do portugues como lingua cientifica, divulgador cc, ajudou o brasil a se desenvolver como colonia.
  • Dedicatórias a familia real. Necessaria para patronagem
  • Lefevre: patronagem = fator ideológico + economico + status. Veloso era financiado por Dom Coutinho e a Coroa. Ideologicamente servia ao progresso e educação de Portugal.
  • Imprensa regia deu continuidade ao arco do cego absorvendo-a e incorporando Veloso.
  • A relação de patronagem on entanto levou a resultados contrariosd
    • (i) o desenvolvimento de técnicas de impressão, em um sis-tema monárquico que se utilizava da censura a material impresso como estratégia de controle social; (ii) a  criação  de  um  ponto  de  encontro  para  jovens  intelec-tuais  brasileiros  na  Arco  do  Cego,  em  uma  atmosfera que possivelmente permitia debates e troca de ideias entre pessoas cuja atuação seria decisiva para a independência do Brasil anos depois; e (iii) o avanço de ideias “perigosas” do Iluminismo em Portu-gal e no Brasil, já que mesmo textos científicos suposta-mente neutros estavam baseados na crença, na razão e no questionamento da autoridade 144
    • Essas consequências inesperadas relacionam o trabalho de Veloso com o conhecido adágio traduttore, tradittore. Não se trata, porém, de  uma  noção  da  condição  do  tradutor  como  agente  secundário  da produção textual, alguém que não consegue lidar com o encontro entre línguas sem cometer crime de lesa-majestade contra o senhor texto ori-ginal ou contra o autor desse texto soberano. Uma interpretação mais contemporânea  e  positiva  desse status  de  traidor  aponta  para  outra direção, que concorda com a visão de Lefevere de que os tradutores, enquanto reescritores, raras vezes podem escapar de cometer traições no seu trabalho com textos (1992, p. 13). Essa visão do tradutor como manipulador da situação de produção textual em que se encontra pode ser combinada com outros significados das palavras traição e traidor, como os registrados por Machado em seu Dicionário Etimológico de Língua Portuguesa ... Como  o  maior  e  principal  interesse  de  Veloso  era  disseminar conhecimento e educar, mesmo dentro dos parâmetros de uma po-lítica oficial portuguesa, ele parece um candidato forte para receber o título de traidor, adjetivo que tem também o sentido “o que ensi-na” ou seja, aquele que entrega o conhecimento a alguém que an-teriormente não o possuía. Trata-se da revelação de segredos. No caso de Veloso e dos outros tradutores que com ele trabalharam, esses segredos estão ligados às novidades científicas e técnicas que ocorrem nos anos setecentos, e são segredos concretizados pelos/nos  textos  estrangeiros  que  chegam  a  Portugal.  A  revelação  ou traição, portanto, se dá em duas frentes: (i) a própria transmissão da  ciência,  permitindo  a  democratização  do  conhecimento  e  dos princípios  racionais  e  experimentais  do  Iluminismo,  e  (ii)  a  ren-dição  desse  conhecimento  na  língua  nacional,  sem  o  mistério  da língua estrangeira. Os textos traduzidos são as provas concretas da traição 144-5
    • Sob  uma  perspectiva  histórica,  a  entrega  do  conhecimento  de que Veloso participa leva a consequências bem diferentes daquelas desejadas pelo poder imperial, preocupado basicamente em manter o Brasil como mero provedor de produtos agrícolas para o bem e para  a  riqueza  do  reino  português.  Em  longo  prazo,  portanto,  a traição do tradutor ocorre também em termos mais práticos, pois o interesse do patrono (ou seja, de quem pagou pela tradução) não foi alcançado. Portugal nunca recuperou sua posição dominante como potência mundial, que era a esperança subjacente ao projeto edito-rial de Veloso como um todo e a justificativa para o investimento feito pela coroa portuguesa. 145
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    • No início aborda a biografia de Manoel Jacinto Nogueira da Gama. Gama já era professor e foi ordenado a traduzir obras.
    • Gama tira sua filosofia da trad de D'Alambert que corrobora muito as ideias de Gordin. 7-9
    • Gama dá um argumento francesista. Ver Crystal citado ao final. 10-11
      • a quantidade de traduções para a língua francesa era alta e, mais importante para o argumento do tradutor brasileiro, as versões francesas eram consumidas por intelectuais de outras nações. Como consequência, tem-se a promoção do texto traduzido (para o francês) como obra de referência para o grupo de leitores especializados do Iluminismo (ou seja, os membros da “república das letras”) e como fonte para traduções em outras línguas. Assim, o paratexto de Nogueira da Gama confirma o papel central da tradução no intercâmbio de conhecimento entre os sábios iluminados e a aceitação da tradução indireta como prática textual válida como meio de divulgar os avanços nas ciências e nas artes. 11
    • Monopólio linguistico do Frances.
    • Gama ve a trad como meio de acessar as artes e ciencias de outros povos e do passado além .
      • Diante de uma situação em que nem o domínio de uma língua franca nas ciências nem a coexistência de múltiplas línguas de ciência criava um ambiente ideal para a transmissão de conhecimento, os filósofos do século XVIII aparentemente compartilhavam a mesma opinião acerca da função essencial da tradução. Nogueira da Gama era um dos que acreditavam no papel estratégico dos textos traduzidos na instrução e consequente progresso das nações, e seu “Discurso” tem como objetivo apresentar as razões pelas quais a atividade tradutória merecia reconhecimento. Em um mundo em que a univocidade prébabélica representada pelo latim, e em menor grau, pelo francês, já não existia, a tradução se colocava como a resposta para aqueles que tinham muito a aprender em pouco tempo.
      • Assim, tem-se a função da tradução no contexto do iluminismo português. Era dos tradutores a tarefa gigantesca de disponibilizar o conhecimento nas várias áreas da ciência e das artes e de permitir que os cientistas continuassem a fazer o que era realmente importante: estudar as coisas do mundo natural. A tradução estava a serviço da ciência e do progresso, o que implica dizer que estava também a serviço do império português, já que contribuía para a promoção do desenvolvimento científico em terras lusitanas e, em última instância, para o bem público e felicidade dos povos do império.
      • Esse aspecto da tradução como um “serviço” prestado em nome do bem público era certamente parte da concepção de tradução compartilhada pelas autoridades portuguesas e pelos tradutores envolvidos com o boom de tradução científica e técnica do final do século XVIII em Portugal. Os efeitos benéficos da desejável aliança entre tradução e política governamental tinham o potencial de ir além da garantia de acesso ao conhecimento disperso nas páginas das obras traduzidas. Nogueira da Gama indica outras vantagens trazidas ao reino português pela tradução, entre as quais os ganhos econômicos possibilitados por uma indústria editorial fortalecida 
      • Nesse ponto do prefácio, a tradução é associada à noção de patriotismo por razões muito concretas, que têm a ver com a criação de postos de trabalho em Portugal, com o fomento das atividades editoriais em nível nacional e com a possibilidade de aquisição de obras de qualidade por menor preço que aquele pago por escritos importados. Adicionados às outras vantagens que Nogueira da Gama associa à tradução, esses fatores formam uma imagem em que a tradução é apresentada sob luz muito favorável. De fato, ela é retratada como forma de por fim às dificuldades enfrentadas pelo reino português por força dos efeitos positivos que as obras traduzidas teriam na agricultura, no comércio, na indústria, no desenvolvimento científico e tecnológico, no mercado de trabalho e na instrução dos indíviduos.
      • Outro aspecto abordado por Nogueira da Gama está também ligado à função pública da tradução, mas relaciona-se mais de perto com seu papel como fator de enriquecimento da língua nacional. Com efeito, para Nogueira da Gama a criação de neologismos na tradução de textos científicos e técnicos é mais que uma prerrogativa do tradutor: é quase um dever. Em sua opinião, os tradutores desses tipos de texto contribuem para que o desenvolvimento científico seja introduzido na cultura de chegada e, portanto, refletido na língua dessa cultura. Porém, mais que isso, eles tornam possível que essa cultura siga construindo seu próprio desenvolvimento também pelo fato de ter uma linguagem apropriada. Nesse sentido, portanto, manter termos estrangeiros em textos em português equivalia a negar à nação portuguesa a prerrogativa de construir seu próprio discurso científico. Assim, a tradução é tida como elemento de renovação e fortalecimento da língua vernácula 12-4
    • Ressalta importância do estado no financiamento 14
    • Celebra a coroa por não se deter apenas nas artes e agricultura, mas também promover o desenvolvimento das exatas.
    • A trad ainda era vista como um mal necessário, contyudo. "Traduzir exigia tempo", defasando o conhecimento. Encaixa na ideia progressista iluminista de desprezar o passado. 15-6
    • Um mal coletivo vs individual? No sentido que cada um deve aprender uma lingua?
    • Conclusões
      • As traduções foram importantes para a vida pública de Nogueira da Gama, mas foram ainda mais significativas para o futuro da ciência em Portugal e no Brasil. Adotados por instituições de ensino superior no século XIX, esses textos ajudaram a reforçar os vínculos entre os cientistas luso-brasileiros e a forma francesa de fazer ciência, contribuindo para o estabelecimento de uma relação que marcou o processo de desenvolvimento em Portugal e no Brasil e definiu as estruturas utilizadas na linguagem científica em português (ver Paty, 1992: 167 et seq.; Sinner 2001: 92 et seq.). 16 
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Machado 2010
  • Abraão Zacuto 1450-1532, José Vizinho, Juan de Selaya produziram e traduziram textos astronomicos vitais para a expansão marítima portuguesa
    • Base da ciência náutica até a entrada em cena de Pedro Nunes, o Almanaque perpétuo fundamenta-se nas tábuas de Aben Verga (astrôlomo que viveu em Lisboa em meados do século XV) e D. Afonso X, sendo muito bem recebido pelos navegadores. A serviço do rei D. João II, Zacuto participou dos preparativos da viagem de Vasco da Gama. Ademais, seu almanaque foi levado também por Fernão de Magalhães na viagem de circunavegação. Em 1496, D. Manuel expulsa os judeus de Portugal, dentre eles, Zacuto, que vai para Túnis e, em seguida, Jerusalém. Morreu em Damasco, provavelmente em 1522, mas há quem diga 1515 ou 1510.
    • Zacuto fez pelo menos um discípulo, mestre José Vizinho, que traduziu o Almanaque perpétuo para o latim e o castelhano. Nascido provavelmente em Viseu, em data desconhecida, Vizinho assessorou o rei D. João II no projeto de Colombo em 1483 e em várias outras empreitadas astrolômicas. Não se sabe por que a tradução foi feita para o castelhano e não para a sua língua – o português –, mas o que se sabe é que Vizinho “reordenou o texto e suprimiu mesmo alguns capítulos”, tratando-se de um resumo do original hebraico, em vez de uma tradução fiel, como a de Selaya (Albuquerque, 1986: 27). 3  
    • O Tratado da esfera foi o texto básico para a formação de pilotos e, segundo Carlos Camenietzki (1991: 15), trata-se de um “caso raro naquela época: um texto sai do mar fechado das universidades e cai na vastidão dos oceanos”. Raro porque havia um movimento erudito, associado ao humanismo latinista dos acadêmicos, e um movimento prático, desbravador, associado ao renascimento científico, levado a cabo sobretudo pelos navegadores, que eram usuários dos vernáculos, das chamadas línguas vulgares. A tradução desse texto, portanto, tornou-se imprescindível, pois os pilotos, quando sabiam ler, não sabiam latim. Nesse sentido, podemos dizer que humanismo e ciência desenvolveram-se separadamente. Em português, a última tradução do Tratado da esfera foi de Pedro Nunes (1502-1578), numa edição simples, para instruir pilotos. Nunes também traduziu a primeira parte da Geografia, de Ptolomeu. 4 
    • Em primeiro lugar, ele declara a sua adesão a uma concepção de linguagem agostiniana, que implica, segundo Nunes, que a ciência não tem linguagem própria, tendo em vista que se faz por demonstração, ou seja, por meio de um discurso. Nesse sentido, com qualquer linguagem a ciência pode se fazer entender. Esta é uma posição explicitamente favorável à traduzibilidade (questão cara não só aos estudos da tradução, mas também à filosofia da ciência) e à desmistificação da linguagem científica, à qual se costuma associar uma certa dificuldade inerente de compreensão.6 5
    • Nessa passagem, numa franca crítica política aos seus pares, Nunes os acusa de não traduzirem, por medo de que outras pessoas tenham acesso à ciência, o que implicaria perda de poder sobre essas pessoas. Em termos anacrônicos, poderíamos dizer que é um movimento de “reserva de mercado”, já que parece querer garantir a um pequeno grupo a autoridade sobre o domínio científico. 
    • O terceiro ponto é interessante, pois manifesta uma meta que, apesar de ter sido amplamente perseguida nos movimentos de tradução em Bagdá e Toledo, só será inserida definitivamente no ideário europeu alguns séculos depois, com o projeto Iluminista, a saber: a divulgação e educação científicas, que implicam, entre outras coisas, a tradução de textos canônicos para os vernáculos 6
    • “[Pedro Nunes] Foi tradutor de obras científicas e guiou-se nessa tarefa pelo desejo de divulgar o saber e atualizar o conhecimento” (Pinilla; Sánchez, 2003: 214). Ainda nessa linha “didática”, Sánchez e Pinilla revelam que Nunes também fez autotradução, traduzindo para o castelhano seu Livro de álgebra: “Estamos num século em que os escritores portugueses não só escrevem em castelhano, mas também traduzem para o castelhano do latim, francês e italiano. E também do português, como Pedro Nunes” (ibid., p. 217). Nesse cenário, “a expansão marítima portuguesa dará lugar a uma literatura científica orientada a melhorar as condições de navegação e de exploração das novas terras descobertas” (ibid., p. 214) 7-6
  •  Também tem avelar
  • E faras
    • Cabe ainda destacar o Mestre João Faras, primeiro astrôlomo a pisar em terras brasileiras. Mestre João acompanhou a esquadra de Cabral ao Brasil, sendo o responsável por uma das três fontes documentais que restaram desse evento (as outras duas são a carta de Caminha e a de um piloto anônimo). Ele escreveu uma carta ao rei descrevendo aspectos astronômicos, sobretudo a constelação do Cruzeiro do Sul (Penjon; Quint, 1992: 145). O pouco que se sabe sobre a vida desse personagem se deve a essa carta, que é ao mesmo tempo um documento científico e informativo: ele era espanhol, bacharel em artes e medicina, médico e cirurgião de D. Manuel. Para o objetivo deste artigo, o que nos interessa mais é o fato de ser ele também tradutor, tendo sido o responsável pela tradução castelhana da obra latina De situ orbis, de Pompônio Mela (século I). Essa obra de geografia, de Mela, e também a Geografia, de Ptolomeu, foram provavelmente as mais prestigiadas pelos navegantes modernos (Pereira, 1999: 20).
    • O manuscrito dessa tradução de Mestre João foi usado como fonte principal do Esmeraldo de situ orbis, de Duarte Pacheco Pereira, redigido entre 1505 e 1508: “uma das obras e das personalidades mais significativas da grande época dos descobrimentos marítimos e da expansão portuguesa dos séculos XV e XVI” (Barradas de Carvalho, 1982: 15), sobretudo no que diz respeito ao conceito de experiência, já reclamado por ele e alguns de seus contemporâneos como a mãe de todas as coisas. Além de chefe militar influente, Pereira foi também navegador, conhecendo muito bem a arte náutica. Por tudo isso, foi encarregado de reconhecer as costas da África e do Brasil, além de discutir com os castelhanos o Tratado de Tordesilhas (ibid., p. 22). O Esmeraldo, por sua vez, é considerado mais do que um roteiro, mas também um livro de história, geografia, cosmografia e marinharia. Nada disso, entretanto, impediu que Pereira fosse vítima da ingratidão real, tornando-se um veterano frustrado da odisseia lusitana, pois caiu em descrédito, penúria financeira e esquecimento, bem como o seu livro (Aubin, 1991: 183-184). 9 
    • Essa “cerzidura” de Pereira, escrita típica desses tempos que antecedem o projeto de modernidade – que produzirá conceitos como os de sujeito e autor –, é, de certa forma, uma reescrita. Não propriamente uma tradução, mas uma grande compilação de textos antigos, aproveitados na medida da necessidade e do interesse de Duarte Pacheco Pereira, esse nobre piloto intelectual que, além de servir à realeza, atendia também, por força de sua atividade navegante, aos interesses de uma burguesia nascente (Barradas de Carvalho, 1982: 160). 10-11 [ISSO AQUI DA PRA CASAR COM O QUE FOI DITO POR OLIVEIRA HARDEN E ESPECIFICAR QUE O CONCEITO DE AUTORIA AINDA NÃO ERA TÃO CLARO NA ÉPOCA].
  • Conclui com uma chamada para os TS não mais desprezarem e lit cientifica.
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Mealha 2012
  • Efeito do inglês como língua franca da ciência em traduções médicas atuais.
    • Franco Aixelá(2009:79) identifies four main reasons for interference in translation, addingthat the last three are very common in scientific and technical translation:“the double tension intrinsically associated with translation, the creation andpreservation of a specific terminology or jargon, the nonexistence of a giventerm or structure in TL, and the prestige of the source culture ” (emphasis added).It is hoped that the analysis of the corpus will reveal whether these three variables apply, to some degree, to interference from English in Portuguesemedical discourse and, if so, whether any of them proves to be moreprevalent than the others. But, for the purpose of this paper, I would like toexpand on the idea of the “prestige of the source culture”, a context variableand socio-cultural factor that seems to play a critical role in the emergenceof interference when there is transfer of information from a dominantculture to a more peripheral one, as is the case here. 225
  • Conta sobre a origem do English as Academic Discourse EAD e fala também sobre Eng as the Int Lang of Sci EILS.
  • Influencia fr termina ao longo da decada de 1970
  • Estilos de comunicação de Bennet:
    • Since the Scientific Revolu-tion never really took place in Portugal, the scholastic/rhetorical traditiondominant throughout Europe in the Early Modern period was perpetuatedover the centuries, retaining a central position up to the present time(Bennett 2008:208-209). This seems to account for the fact that two out ofthe three types of discourse identified rely on a very different epistemologi-cal framework to that underlying EAD.
    • The “traditional” style has its roots in the older humanities tradition anduntil very recently was the dominant discourse being produced across a wide range of humanities disciplines (ibid.:191). The governing principles ofthis kind of discourse are markedly different from EAD precepts: the styleis more elaborate, erudite, rhetorical, poetic, subjective and less transparent. The “postmodern” style bears no resemblance at all to EAD. It shares manyof the features of the “traditional” style, but “it is grounded upon a sign-based epistemology” and is very much fashioned like some of the texts ofthe French poststructuralists. Some extreme instances of this style can befound in art and architecture as well as in literary studies and music(ibid.:199-200). Finally, the “modern” style is the one that most closelyresembles the EAD model, valuing clarity, precision, economy, and rationalargument over aesthetic or interpersonal factors. This is obviously the typeof discourse adopted by the hard sciences (engineering, economics andmedicine) where factuality and authority need to be asserted. It only beganbeing used more consistently in the final decades of the twentieth century. Within the specific context of medical communication and given the highlystandardised format of the genre of medical RAs, the “modern” style ap-pears to be used unconditionally. 230-1
  • Os livros de med são em ingles. Influencia a língua tanto na formação de frases quanto na intensa importação terminológica.
    • the scientific medical community has realised it can become more visible if it imitates the norms characteristic of the dominant foreign culture 232-3
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Silva-Reis e Milton 2016

  • 3 aspectos: tradutor; obra traduzida e ato de traduzir.
  • XVI
    • Anchieta jesuita tradutor. Traduzia com foco no público e não no texto, fazia tradução-redução (ver Alves Filho).
  • XVII
    • Livros de arquitetura militar italianos foram traduzidos por tradutores desconhecidos para fomentar a defesa da colônia.
    • Maioria analfabeta. Bibliotecas presentes em ordens religiosas.Jesuítas atuam no ensino da língua e na manufatura de obras como dicionários.
    • Gregório de Matos: tradução apropriação.
      • De fato, Gregório de Matos inaugura no século XVII outro paradigma da História da Tradução escrita: a tradução-apropriação (PIRES, 1998). Muitos dos especialistas na obra do poeta baiano afirmam que é muito difícil determinar o que é tradução dentro de sua obra, visto que, especialmente nos sonetos, Gregório traduzia versos inteiros de outros poetas que introduzia na composição de seus poemas. Especialistas afirmam que o poeta barroco se utilizava bastante de diálogos textuais, outros consideram que ele fazia plágio em língua materna, entretanto para ambos é sempre possível identificar as traduções ipsis litteris (La Regina, 2000). Em suma, Gregório de Matos praticava a imitação como fundamento primordial de seus poemas, pois de certa maneira, para ele, a tradução também era um desses processos de imitação para o alcance da poesia barroca perfeita (Albalat, 1944). p.8
    •  Presença dos línguas. Também houve afluxo de Judeus pelos holandeses que trabalharam como tradutores-intérpretes.
  • XVIII
    • Florescimento cultural no centro oeste no ciclo do ouro. Arcadismo. Muitos dos arcadistas foram tradutores e possuiam livros de referencia em suas bibliotecas.
      • Visto que entre os livros proibidos das bibliotecas arcadistas muitos eram os que traziam ideias revolucionárias, especialmente as dos iluministas franceses (Villalta, 2006), e que qualquer escrito que fosse a favor da independência da colônia era reprimido pela metrópole, são deste século igualmente casos de falsas traduções4 , sendo a mais conhecida as Cartas Chilenas de Tomás Antônio Gonzaga. Segundo a nota da tradução, as Cartas Chilenas seriam de autoria do poeta chileno Critilo e sua tradução seria supostamente anônima. De fato, essa “tradução” é, na realidade, um texto satírico de autoria de Tomás Gonzaga para criticar o governo português de Luís Cunha Menezes (Milton, 2015). Logo, temos um caso de pseudotradução em que o texto fonte não existe, num período em que o uso de pseudônimo ou o anonimato dos textos era moeda corrente, já que a ideia de autoria não existia. p. 11
    • Circulavam traduções de livros iluministas proibidos que incentivavam a emancipação da colonia. Alguns ainda eram adaptados para além de traduzidos. 
    • Nogueira da Gama entra já refletia sobre tradução (ver Harden, 2010).
    • Aumento da educação e criação de clubes e da Academia para promover a cultura.
      • Em 1759 os jesuítas foram expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal. Este, primeiro-ministro português, fez várias reformas administrativas em Portugal que também alcançaram as colônias. Umas delas foi a reforma da educação, que tirava a responsabilidade da igreja sobre o ensino passando este a ser incumbência do Estado. Pela primeira vez no Brasil havia na escola ensino não-religioso com as aulas régias, primeiramente de gramática latina, retórica e grego e, posteriormente, de leitura, escrita, cálculo e filosofia. Tal dado é importante porque indica o início da circulação dos primeiros livros didáticos no Brasil que muitas vezes eram traduzidos em Portugal e depois utilizados pelos professores na colônia. Datam desse período os livros de matemática intitulados Elementos, de Euclides traduzido por João Ângelo Brunelli e Compêndio, de E. Bezout traduzido por José Monteiro da Rocha, ambos livros empregados nas aulas régias do ensino de cálculo tanto na metrópole como na colônia portuguesa (Silva, 1999:48). Vale mencionar que o Marquês de Pombal publicou um documento chamado Diretório dos Índios, no qual proibia, sob pena de morte, o ensino em qualquer língua que não fosse o português, o que contribuiu para o desaparecimento da língua geral de base tupi. p.13
    • Maioria dos folhetins era traduzido.
    • Tradução-revolução.
  • XIX
    • A partir de 1808 acaba a proibição de imprimir livros no Brasil. Populariza-se o habito da leitura.
    • Garnier financiou muitas traduções que eram impressas na frança e vendidas aqui.
      • Entretanto, no âmbito das traduções técnico-científicas, a tipografia O Arco do Cego já havia feito um trabalho parecido na virada do século (1789-1801). O frei Mariano da Conceição Veloso produziu, junto com outros tradutores, centenas de livros traduzidos que eram remetidos à Colônia com o intuito de informar e ensinar sobretudo os agricultores brasileiros sobre novas técnicas de cultivo e também de tornar o português língua de expressão científica em substituição ao latim (Harden, 2009). P.16
    • Alemão também era grande fonte de livros técnicos.
    • Início das bibliotecas especializadas para difusão de conhecimento nos cursos avançados e tradução-adaptação de livros didáticos:
      • Vale ressaltar que provavelmente tais traduções tenham incentivado e até consolidado a produção de livros didáticos no Brasil devido a dois fatores: o primeiro diz respeito à questão da autoria - o tradutor era considerado, segundo a lei, o autor daquele texto em língua portuguesa – e o segundo à estética, ao gênero e ao formato das obras: como não havia modelo para se produzir tais obras no Brasil, a tradução constituiu o espelho para qualquer tipo de livro didático; por exemplo: um compêndio de matemática “traduzido” recebia ao final o nome do tradutor como autor ou coautor porque essa “tradução” era na verdade uma cópia-modelo adaptada ao sistema de ensino brasileiro (Castellanos, 2012:120) 17
    • Livros proibidos continuaram como o Papa e o concilio e o textos subversivos em periodicos como O progresso.
    • Sobre plágios:
      • Costume corrente no Brasil dos oitocentos foram o plágio e as traduções piratas. O primeiro tinha duas vertentes: a tradução de um texto já plagiado na Europa e a tradução maquiada/adaptada ao contexto brasileiro. Segundo Lúcia Pallares-Burke (1996:173), a tradução de Nísia Floresta Augusta Brasileira de A Vindication of Rigths of Woman de Mary Wollstonecraft na realidade não passava de um plágio de um texto intitulado Woman not Inferior to Man (1739), atribuído a “Sophia, a Person Quality”, o que demonstra que o texto da feminista inglesa continuou inédito no Brasil até 20155 . Lúcia Pallares-Burke (1996:125) também afirma em seu trabalho sobre o jornal O Carapuceiro que muitos dos artigos deste periódico pernambucano eram traduções de quase um século antes, adaptadas à realidade brasileira, ou seja, eram traduções maquiadas de originalidade. Já no que tange às traduções piratas, só no século XIX os direitos autorais foram conquistados; todavia, o comércio de livros dava muito dinheiro, particularmente o de livros estrangeiros e, a fim de evitar pagar os direitos autorais, muito editores publicaram traduções com textos amputados, retrabalhados e adaptados (Wyler, 2003:108). p.18
    • XIX contava com muitas traduções religiosas e literárias. Muitos escritores conceituadas foram tradutores também.
    • Profissão de intérprete foi oficializada.
  • XX
    • 1938-9: publicações e ensino de outras linguas para menores de 14 foram proibidas. Foi proibido falar outra lingua em público.
    • Monteiro Lobato foi um grande tradutor, além de ter sido fundamental para  a expansão do mercado livreiro. Ele trasduzia direto do inglês e era anti-francófilo.
    • 1942-1947 era de ouro. Globo fazia contratos com grandes editores para traduzir.
      • A "Idade de Ouro" da indústria do livro e da tradução no Brasil pode ser contrastada com as políticas de porta aberta seguidas após a queda de Vargas em 1945, quando, com uma taxa de câmbio artificialmente alta para agradar os exportadores de café e outros bens após a Segunda Guerra Mundial, livros importados em várias áreas receberam tarifas preferenciais e, em muitos casos, eram vendidos a um custo menor no Brasil do que em seu país de origem. Na década de 1950, os livros importados eram vendidos a uma taxa preferencial do dólar, que variou de 33% a 60% da taxa do dólar oficial, com o resultado de que era mais barato importar livros do que papel para a impressão. Como os direitos de tradução tiveram que ser pagos à taxa de câmbio oficial do dólar, era muito mais barato importar uma tradução feita em Portugal do que comprar os direitos no Brasil para realizar a tradução. Obviamente, neste período o crescimento da indústria editorial brasileira caiu, particularmente na área de traduções, e os livros brasileiros tornaram-se excessivamente caros em Portugal (Milton 2008). p. 25 (ver milton 2008)
    • A partir de 1960 houve um grande aumento de publicações, possibilitanto o exercício da tradução em tempo integral especialmente de materiais técnicas. O movimento de aumento ocorreu também no mercado editorial universitário e de periódicos populares.
    • MEC-SNEL-USAID trouxe muitos livros didáticos traduzidos dos EUA.
    • Branca de Neve primeiro filme a ser dublado em 1938.
    • Translation Studies:
      • Como em muitos outros países, os Estudos da Tradução no Brasil passaram por um enorme crescimento nos últimos trinta anos. No entanto, existem certas características peculiares à situação brasileira. Até a década de 1990, os Estudos de Tradução tiveram pouca importância nos cursos de pós-graduação no Brasil; o crescimento da disciplina nos departamentos de Literatura Comparada nos Países Baixos e Israel, entre outros países, nas décadas de 1970 e 1980, não se repetiu no Brasil. Uma razão importante é que a figura dominante em Literatura Comparada no Brasil, o professor Antonio Candido, nunca mostrou interesse na tradução. Na verdade, os precursores na área vêm de fora da universidade. Os primeiros livros sobre os Estudos da Tradução no Brasil foram os de Paulo Rónai (1907-1992) [...]. p. 31
    • A partir dos 1990 começa uma produção acadêmica mais expressiva.
    • Conclusão:
      • Quando examinamos a história da tradução no Brasil, percebemos o desenvolvimento dos ofícios de tradutor e intérprete. Os paradigmas nas formas de pensar sobre a tradução também mudaram: no século XVI, a tradução pode ser vista como redução na tentativa de traduzir a cultura e a língua dos índios; no século XVII, a tradução é imitação ou apropriação, a fim de reproduzir o que na época estava na moda; no século XVIII, a tradução era revolução, que, a fim de transmitir o conhecimento, chamou à ação aqueles que tiveram acesso ao saber; no século XIX, vê-se as primeiras etapas da institucionalização da profissão, e a profissão de tradutor / intérprete como um trampolim para outras formas de emprego. O passo seguinte foi a institucionalização do ofício de intérprete e do tradutor no século XX com a criação de cursos universitários e uma teoria da tradução brasileira. No século XXI, enfim, temos o paradigma da tradução-inclusão onde outros tipos de tradução são estudados na universidade e tornam-se parte do mercado de trabalho. p.35
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  • Acabei lendo e adicionando as coisas novas direto no texto.
  • Repete algumas coisas do texto anterior, mas expande muito várias partes.
  • Nas últimas páginas faz uma ponte legal entre HC e TS. Ver especialmente o primeiro e último parágrafo da 31 "uma historiografia das traduções técnico-científicas é igualmente uma forma de análise da História da Ciência no Brasil".
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DeNipoti (2017) [PDF]
  • Perdi as notas. As coisas novas foram adicionadas diretamente no texto na segunda leitura. Abaixo, algumas coisas principais que sobraram:

    • O mesmo pode ser dito sobre uma historiografia das traduções para a língua portuguesa, que se consolidou em torno da ideia central de um incremento sensível no processo tradutório no período em foco, em detrimento da edição ou circulação em latim e francês. Essa historiografia específica mostra o incremento das edições traduzidas ou já escritas nos idiomas “pátrios”. No caso da língua portuguesa, podemos citar os estudos de Rodrigues (1992), Lisboa (1991) e Ramos (1986), entre outros. Segundo João Paulo Silvestre (2007), os séculos XVI e XVII não foram particularmente fecundos em traduções para o português em qualquer categoria editorial, havendo sim uma forte circulação, em Portugal, de obras em espanhol e latim (verificável nos catálogos das bibliotecas ou de impressores portugueses), mas “o espaço das traduções do francês é lentamente conquistado à medida que o século XVIII avança” (p.153). Rodrigues indica que a primeira metade do século XVIII viu surgirem 442 traduções publicadas em Portugal, contra 266 em todo o século anterior 915
    • Algumas pistas iniciais sobre a relevância das traduções – aqui, restringindo-nos à medicina – relacionam-se ao fato de as traduções complementarem a produção científica portuguesa, funcionando como um “mecanismo de circulação e transmissão de ideias” e como “agentes da inovação cultural e de prática comunicativa” (Costa, 2011, p.4). Era comum a prática de oferecer traduções anotadas, ou compilações de diversos opúsculos sobre um tema, que funcionavam como literatura de referência ao público especializado. 915 
  • Fala de paratextos em 916 e 923 sobre o antagonismo presente na voz do trad em ambos citando harden 2011 e sobre o antagonismo da censura. Só vemos as trads que passaram pelos censores.
  • Por que traduzir? Utilidade, notoriedade e encomendas estatais. 917-8
  • Med passou a ser vista como responsabilidade do estado a partir de pombal e sanches. O estado também deveria ser divulgador de conhecimentos úteis.
  • Os trads já refletiam muito em seus prefácios com graus distintos de domesticação.
  • A qualidade da trad era motivo de censura.
  • Algumas conclusões
    • O que resulta da análise dos escritos dos editores e censores sobre as traduções é uma noção generalizada do que “deveria” ser uma tradução, sem que nenhum deles entrasse em mais detalhes do que foi visto nos exemplos citados aqui. De modo geral, a crítica mais estabelecida é a de importação de termos estrangeiros – quase sempre franceses – na composição das obras sobre medicina em língua portuguesa. Barbarismos, francesismos, latinismos ou arcaísmos são combatidos em favor de um vernáculo em busca de uma norma culta – moldada pelos debates internos da censura, em especial ao analisar e censurar gramáticas, ortografias e manuais de escrita (Carvalho, 2009; Leite, 2011; Moura, 2012) 915
    • Aqui parece residir uma chave de entendimento para os textos médicos, e também científicos, do período em foco. Os pontos de encontro entre as áreas de conhecimento eram muito mais fluidos entre si. No momento da reafirmação da linguagem científica, a literatura parece fornecer as bases identitárias, o que certamente explica a demanda pelo uso “nacional” nas traduções para o português, junto às condenações aos “estrangeirismos”, francesismos etc. Deve-se também compreender os rigores impostos pelos agentes da palavra impressa em análise aqui. Tradutores e censores médicos, ao buscar estabelecer e cumprir as regras de uma “boa tradução”, estabelecem, simultaneamente, regras para a escrita e para a ciência médica. 
    • Também é importante considerar que os livros médicos traduzidos ou publicados no período foram parte de um esforço mais amplo, ligado a uma espécie de “salubrismo Iluminista” lusitano, visível em obras como os aquedutos de Lisboa e do Rio de Janeiro e a drenagem de mangues e pântanos no Brasil e na Índia para “construir capitais ou recuperar cidades” (Pereira, 2005, p.126). Trata-se, portanto, de uma literatura que visava à “conservação da saúde e o prolongamento da vida natural”, ao mesmo tempo em que propagava regras comportamentais e de civilidade (Barreiro, 2014, p.67). As obras traduzidas, junto a livros escritos por esses mesmos tradutores, censores e outros médicos (e que a historiografia especializada explora) tinham por objetivo primordial a popularização de ideias médicas, e por objetivo secundário, a instrução dos agentes políticos e médicos do período. Por dedução, imaginamos que a popularização da medicina utilizando uma linguagem “nacional” teve, como consequência lógica, a solidificação dos usos vernaculares pregados por censores e tradutores. 926-7
    • Lembramos ainda que embora alguns projetos que envolveram a medicina de forma indireta tenham sido levados a cabo a partir de centros de poder – de matriz pombalina ou posteriores (Abreu, 2010) –, não se pode falar em projetos de fixação de uma regra culta do vernáculo. Pode-se, porém, verificar os significados e definições que essa regra assume na ação censória e nos diversos esforços de tradução e publicação realizados no período. É neste complexo jogo entre projetos, esforços, censuras e recompensas, em que a tradução assume a mesma função do feito heroico ou da descoberta científica (Raminelli, 2008), que é possível perceber os agentes da palavra escrita em ação, assumindo um papel fundamental na construção da Ilustração portuguesa da segunda metade do século XVIII 927
  • Med refletia na literatura
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  • TVários estudos interessantes citados em 569 sobre as diferentes facetas da trad técnica.
  • Vários gráficos e tendências interessantes a artir da p 572. 
  • Resumo geral meu > Confirma-se no Brasil o fenômeno mundial da ampla superioridade numérica de traduções e tradutores técnicos sobre o ramo literário, uma vez que, por mais que o mercado literário esteja sempre mais evidente sobre os holofotes, o mercado técnico fica responsável pelas publicações das disciplinas especializadas, além de livros-textos e manuais de uso ou montagem dos bens de consumo. Percebe-se também um aumento na atribuição de crédito aos tradutores a partir da década de 1950, de modo que atualmente o tradutor quase sempre é creditado em algum ponto do livro. Contudo, também nota-se uma grande escassez de prefácios de autoria do tradutor, embora o uso de notas de tradução tenha se popularizado, atenuando a invisibilidade dos tradutores. Os pesquisadores ainda confirmam a afirmação de Silva-Reis (2017) ao constatar que a maioria dos tradutores são especialistas de seus campos e não profissionais formados na área da tradução.
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Oliveira e Vasquez (2018)
  • Gregório de matos e a tradução apropriação. Inclusão de trechos traduzidos em seus poemas. 21
  • Oficina do Arco do Cego: Frei Veloso foi um importante tradutor de livros técnicos em portugal. Dedicava as traduções à coroa, assim era considerado um traidor no brasil. 29-30
  • 1808: Reconhecimento da necessidade de interpretes no comércio. Esse trend só cresce em até a década de 1820. Em 1850 a estrutura e trabalhos dos tradutores juramentados já está bem montada. 31-3
  • Divergência com relação a tradução de Wollstone Craft por Augusta aqui quando comparado a Silva-Reis e Milton (p. 18). Aqui diz que a tradução é infiel, lá diz que se trata de uma tradução de outro texto. 33-4
  •  Dom Pedro II gostava muito de traduzir e era proficiente em várias línguas. Não era um tradutor profissional, escrevendo e reescrevendo seus textos. 39-41
  • Frase interessante sobre tradução apresentada na tradução de Cry of a lost sould por Machado de Assis: "A poesia tradução parece poesia origina, tão naturais, tão fáceis, tão de primeira mão são seus versos. Não quero privar os entendedores do prazer de compararem as duas produções, os dois originais, deixem-me assim chamá-los". p. 42
  • Rui Barbosa e sua tradução (com um prefácio quase do tamanho do livro e várias notas) do Papa e o Concílio teve um certo papel na Questão religiosa. 46
  • Folhetins no Brasil. Não havia necessidade de pafar direitos autorais conforme lei número 946 até 1898. 57-8
  • Monteiro Lobato: frases interessantes em 60 (vícios) e 57 (reflexão)
  • Na década de 30, com Vargas houve um grande movimento de tradução de obras educativas e livros infantis. Érico veríssimo, nas trads literárias, traz trads direto do inglês, contribuindo para diminuir a dependencia dos romances franceses. Tudo isso pela Globo. 60-1
  • Na José Olympio, fundada em 1931, havia uma grande equipe de tradutores muito bem tratados, ams a maioria só conhecia o francês. 63-4
  • A legendagem ja era importante nos filmes da década de 1920-30 e a dublagem seguiu forte dos anos 1940 para frente. 66-7
  • No incio traduzir gigbis era qualquer coisa. Nelson Rodrigues nem traduzia. De 40 pra frente houve as crítcias aos quadrinhos e a EBAL começou a prestar atenção nos txts. Em 1954 a EBAL meio que copiou o CCA e nele colocou um paradigma de domesticação para as traduções 73-4
  • Maurício Lacerda, o demolidor de presidentes, também traduzia e fazia da sua escolha do que traduzir e de seus paratextos espaço de expressão contra o governo. 78-9
  • Vargas proibe as linguas estrangeiras em 1938-9 80
  • Com Juscelino Kubitschek e seu programa desenvolvimentista foram necessários muitos trads técnicos. Ha o boom do mercado universitário em conjunto. São abertos os primeiros cursos de formação de tradutores. 81
  • Paulo Ronai foi importante academicamente e na organização profissional da categoria. 84-6
    • Frase ao final: Apesar de sua invvisibilidade para a maioria da população, o tradutor está prersente no seu dia a dia, caro leitor, traduzind as buulas de seus remédios, os manuais dos seus eletrodomésticos, o menu do seu celular, legendando os sesu fulmes favoritos, traduzidno os best-sellers do momento, interpretando os palestrantes dos congressos técnicos, viabilizando reuniões de negocios entre empresarios de paises diferentes, intepretando o Oscar e as entrebistas de suas bandas favoritas. Hpa tradutores traduzindo os episódios de suas séries., adaprando io texto para a dublagem. Tem tradutor traduzxinodo os livrso técncios que você vai usar na faculudade. Há tradutores juramentados traduzindo os documentos  no mundo todo, possibilitando importações e exportações. Apeasar de sua invisibilidade, os tradutres trbalham traduzinfdop 24 horas em todos os lugares do planeta. Neste momento, enquanto você lê este livro, ha ilharess de tradutores dedicasdos a fazer com que essa torre de Babel chamada mundo se entenda e se comunique. Ainda hoje nvas linguas seguiem sendo descobertas, tatno linguas antigas, desenterrando um passado como lnguas esquecidas de povos remotos, que precisam ser aprendidas e... traduzidas! 87-8
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Martins e Guerini (2018)
  • Manuel Jacinto Nogueira da Gama - Discurso do tradutor (1798)
    • Pluralidade das línguas como obstáculo para a disseminação do conhecimento científico.
    • Sobre a vulgarização da ciência em oposição ao idioma latim:
      • Adoptado pelos Sabios o idioma Latino, quase se havia desvanecido o inconveniente, e embaraço, que ás Letras, e ás Sciencias causava a diversidade das linguas das diversas Nações, que as cultivavaõ; mas naõ resultava ainda daqui toda a vantagem para os livres progressivos do Espirito humano. Tinhaõ na verdade os Sabios o meio de conspirarem para o adiantamento das Sciencias; mas estas ao mesmo tempo eraõ vedadas aos homens, que naõ se destinavaõ á ellas, e deste modo ficavaõ reduzidas á hum verdadeiro monopolio, prejudicial ás mesmas Sciencias, e vergonhoso aos Sabios. Todos os homens tinhaõ igual direito ás Sciencias: e as Sciencias tinhaõ igual direito aos homens de genio, que pelas circunstancias particulares da sua condiçaõ civil naõ podessem entrar na carreira das Letras. Era por tanto necessario abolir-se aquelle monopolio vergonhoso, e abrirem se as portas das Sciencias á todos os individuos. Tal foi a principal origem das Traducções em vulgar. 65
    • Afirma que esse movimento começou na França por diversos motivos. Continuo crescimento da importância do idioma francês em círculos culturais e aristocráticos. Outras nações partiram para valorizar suas línguas também. Com o fim do Latim retorna o obstáculo que ele contornava. Traduções se tornam necessárias:
      • Revivendo por tanto o embaraço da diversidade dos Idiomas, e de mais sendo presentemente tanto maior, e mais nocivo, quanto he maior o número das Nações, que cultivaõ as Letras, as Sciencias, e as Artes, agora mais do que nunca se faz indispensavel o recurso das Traducções. Assim o tem entendido as principaes Nações Europeas. Os Francezes continuaõ a traduzir os escritos principaes das outras Nações. Os Inglezes vertem no seu idioma as melhores Obras dos Alemães, dos Hollandezes, e outros Póvos. Os Italianos, tem feito, e fazem hum extraordinario numero de Traducções. Os Hespanhoes, á medida que se tem illuminado, seguiraõ o exemplo das mais Nações, passando á propria lingua muitas Obras, principalmente das Sciencias naturaes; o mesmo em fim, praticaõ mais ou menos as outras Nações. p. 68
      • Deste modo estaõ as Traducções bem longe de poderem com os seus passos sempre vagarosos, e tardios acompanhar a marcha veloz dos conhecimentos humanos, e por isso naõ saõ, torno a dizer, hum recurso proporcionado ao inconveniente, e embaraço da diversidade das linguas: Mas sem dúvida saõ o unico, e tanto basta, para que, remediando-se ao mesmo tempo em grande parte o inconveniente talvez inevitavel da diversidade dos idiomas, se devaõ reputar de huma absoluta necessidade, e ao mesmo tempo de utilidade bem manifesta. 68
      • Na verdade, senaõ fossem as Traducções, ser-nos-hiaõ mais ou menos vedados os thesouros, que possuem as linguas tanto antigas, como modernas, e em qualquer dellas perderiamos immensas riquezas, e preciosidades nos diversos ramos litterarios. 68
      • As Traducções naõ só nos abrem os thesouros, e franqueaõ as preciosidades, que possuem as linguas antigas, e modernas, mas facilitando a aquisiçaõ dos conhecimentos, e descobertas dos Estrangeiros, nos poem, e nos conservaõ ao nivel de todas as Nações cultas, e sabias: espalhaõ o gosto das Sciencias: fazem conhecer as suas applicações, e vantagens: mostraõ os interesses, que dellas pódem tirar no moral, e no physico o homem em particular, e a Sociedade em geral: enriquecem as linguas com hum grande numero de termos technicos, e expressões adoptadas pelos Sabios: e finalmente fazem de mesmas Sciencias o grande serviço de darem occasiaõ a desenvolverem-se genios, que aliás ficariaõ perdidos com hum dano irreparavel. 69-70
      •  Talvez que, tudo quanto tenho dito, seja tido em pouca monta por aquelles, que, possuindo o conhecimento das linguas, pódem adquirir as idéas, que nellas se encerraõ. Mas ouso affirmar, que só negará a vantagem das Traducções, quem naõ tiver senso commum, ou quem loucamente pertender o monopolio das Sciencias. Com effeito, naõ podendo conceber hum homem sabio sem o soccorro das idéas dos seus antepassados, e dos seus coevos, supposta a diversidade das linguas, quem poderá jactar-se, de que possue o conhecimento de tantos, e taõ diversos idiomas, em que se achaõ immensas riquezas litterarias, e que ao mesmo tempo possue estas riquezas? O estudo material, e philosophico das linguas naõ seria huma tarefa talvez exuberante para o curto tempo da vida humana? E que tempo sobraria para o estudo das Sciencias, que nellas se occultaõ? 70
      • Naõ posso suppor, que se me responderá, que basta o conhecimento das linguas mais sabias, como a Ingleza, Franceza, Alemã, para podermos tirar todo o partido dos conhecimentos humanos, pois que nestas se achaõ traduzidas todas as obras uteis dos antigos, e modernos: por quanto seria huma manifesta contradiçaõ, e huma decidida vontade de estabelecer-se o vergonhoso monopolio das Sciencias, huma vez que naõ fossem estes idiomas communs a todos os homens. Bem sei que, os que os possuem, escusaõ a maior parte das Traducções; e que acostumados á linguagem do original, e preoccupados em favor das suas expressões, só dellas lançaõ maõ para lerem huma ou outra pagina, em que elles mesmos encontrariaõ as maiores difficuldades, com o unico fim de descobrirem as fraquezas do Traductor, divirtindo-se em criticallo: bem sei que esta será a sorte6 da presente Memoria, que vai apparecer no idioma Portuguez. Mas além da obrigaçaõ que tenho de obedecer ás Reaes Ordens, quanta naõ he a minha satisfaçaõ, lembrando-me da utilidade, que resulta desta, e de outras versões em vulgar, aos que ignoraõ a lingua Franceza! Quem, possuindo o mais pequeno graõ de patriotismo, naõ reconhecerá que, além das vantagens, que tenho exposto, por meio das Traducções naõ só ficaõ entre nós as somas pecuniarias, que absorve a aquisiçaõ dos Livros Estrangeiros, sobremaneira difficeis, e caros, mas se entretem, e augmentaõ as nossas Typografias, ficando entre os nossos convassallos a maõ de obra, e sendo compradas as versões em linguagem por muito menor preço! 70-1
      • Mas por ventura pódem as Traducções sómente per si trazer aos particulares, e á Naçaõ tantas, e taõ grandes vantagens? Naõ certamente: he preciso que em seu soccorro venha a maõ poderosa do governo, e que com ellas conspire a procurar, e a obter taõ vantajoso fim. As Traducções abrem as portas das Sciencias: os estabelecimentos litterarios animaõ, e movem os nacionaes a abraçallas, facilitando-lhes a sua cultura; mas o Ministerio he só quem póde com as suas vistas e meios politicos fomentallas, e promovellas. 71
    • Segue com um apelo ao príncipe para continuar financiando traduções que podem auxiliar no comércio e nas ciências.
  • Manuel Odorico Mendes 1863
    • Pensa que é melhor conhecer mais a fundo a língua alvo do que a língua fonte.
  • Monteiro Lobato 1916-41
    • Já pensava em tradução-adaptação. Em adaptar textos ou encurtá-los. Também presava por traduções para o português brasileiro. Tem carta criticando outras trads.
  • Millôr Fernandes (2007 [1962])
    • Depois disso [roubo de autoria] abandonei a profissão para nunca mais, por ser trabalho exaustivo, anônimo, mal remunerado. [] om a experiência que tenho, hoje, em vários ramos de atividade cultural, considero a tradução a mais difícil das empreitadas intelectuais. É mais difícil mesmo do que criar originais, embora, claro, não tão importante. E tanto isso é verdade que, no que me diz respeito, continuo a achar aceitáveis alguns contos e outros trabalhos meus de vinte anos atrás; mas não teria coragem de assinar nenhuma de minhas traduções da mesma época. Só hoje sou, do ponto de vista cultural e profissional, suficientemente amadurecido para traduzir. As traduções, quase sem exceção (e não falo só do Brasil), têm tanto a ver com o original quanto uma filha tem a ver com o pai ou um filho a ver com a mãe. Lembram, no todo, o de onde saíram, mas, pra começo de conversa, adquirem como que um outro sexo. No Brasil, especialmente (o problema econômico é básico), entre o ir e o vir da tradução perde-se o humor, a graça, o talento, a poesia, o pensamento, e, mais que tudo, o estilo do autor 131
    •  Fica dito: não se pode traduzir sem ter uma filosofia a respeito do assunto. Não se pode traduzir sem ter o mais absoluto respeito pelo original e, paradoxalmente, sem o atrevimento ocasional de desrespeitar a letra do original exatamente para lhe captar melhor o espírito. Não se pode traduzir sem o mais amplo conhecimento da língua traduzida mas, acima de tudo, sem o fácil domínio da língua para a qual se traduz. Não se pode traduzir sem cultura e, também, contraditoriamente, não se pode traduzir quando se é um erudito, profissional utilíssimo pelas informações que nos presta – que seria de nós sem os eruditos em Shakespeare? – mas cuja tendência fatal é empalhar a borboleta. Não se pode traduzir sem intuição. Não se pode traduzir sem ser escritor, com estilo próprio, originalidade sua, senso profissional. Não se pode traduzir sem dignidade. 132
  • Clarice Lispector 1968
    • Nada demais além da perspectiva de um tradutor traduzido.
  • Haroldo de Campos 1981
    • Trad de poesia.
  • Silviano Tiago 1985
    • A tradução – como a estamos compreendendo – é uma decisão de leitura por parte de quem traduz. Enquanto tal, a tradução é exegética do poema, como a leitura crítica, mas desta distancia-se em pelo menos um ponto crucial. Enquanto a leitura crítica do poema procura, pela erudição e pelo método, organizar, revelar e domar o múltiplo semântico que é a essência do texto poético, a tradução requer que o que é polissêmico no texto de origem permaneça polissêmico no texto traduzido, sem que se desvele para o leitor o enigma que tece o texto literário. 
    • Coube ao tradutor não impor ao texto a ser traduzido uma dicção poética esclarecedora do poema, mas buscar no repertório das dicções possíveis na sua literatura nacional um equivalente que fosse justo. Coube ao tradutor domar primeiro o equivalente, ou seja, a dicção poética escolhida como justa, para só depois efetuar o trabalho de tradução.
    • Nesse sentido, este tradutor é um exegeta de asas curtas, certamente um duplo plagiador. Plagia o texto a ser traduzido e plagia os poetas nacionais que selecionou como modelos de dicção. 
    • Mais modesto do que o do seu companheiro crítico literário, o vôo exegético do tradutor fica sempre aquém das fronteiras semânticas do texto, já que não lhe compete quebrar o mistério do poema, nem prontificar-se à tarefa didática de ajuda na compreensão do poema. O tradutor guarda para o outro (para o seu leitor) o potencial polissêmico de leitura que existe em todo poema. Por isso é que o mais fiel amigo do tradutor é o leitor do poema traduzido. Para ele – só para ele – é que existe a tradução. 
    • Em outra perspectiva que não a do leitor do poema traduzido, pouco se salva de uma tradução – salvo, é claro, a fidelidade, que é o que também se salva nos casamentos monogâmicos enquanto duram. Além da fidelidade, numa tradução tudo é hipótese, aproximação, desacerto com acerto e até mesmo acerto sem acerto, transgressão com pedido de perdão e, finalmente, posse sem direito autoral. 117
  • Paulo Henriques Britto (1989)
    • Trad poesia.
  • Millôr Fernandes
    • Reitera coisas do texto anterior. Trata mais da tradução teatral.
      • Esta é a primeira vez na minha vida de trabalho de tradutor de teatro em que uso notas esclarecedoras. Esta é, prometo, a última vez que o faço. O trabalho deve valer por si mesmo e as discussões técnicas e culturais devem ficar para os erúditos. Senão, de que é que eles vão viver? Mas, justamente por ter visto tantas calamidades em matéria de tradução de teatro – o inferno dos tradutores está calçado de mil teorias, regras e determinações – resolvi agora abrir o jogo pra que pessoas às vezes muito mais capacitadas do que pensam para a arte de traduzir comecem a fazê-lo. Mas, pelo amor de Deus, comecem, como eu comecei com 14 anos, traduzindo romancinhos policiais bem vagabundos, depois passem pruma literaturazinha mais maneira. Não comecem logo, como tantos que nunca escreveram uma linha, pelo Hamlet. 137
      • 1) Em geral faço traduções de peças estrangeiras, e não adaptações, como os comentaristas insistem em dizer. Minhas traduções, como o leitor verá por esta, minuciosamente comentada, são até quase literais, descontadas uma ou outra palavra, um ou outro detalhe de forma, modificado por razões várias. Se o leitor tiver oportunidade de comparar esta – ou qualquer de minhas traduções – com outras traduções dos mesmos originais, verificará, espantado, que faço uma aproximação a mais perfeita possível do original. Um tradutor tem que ser, sobretudo, mimético, adaptando-se ao estilo do autor, procurando, dentro de sua língua, a língua específica, o fulcro lingüístico, onde se enquadra o traduzido. Não se pode traduzir Shakespeare, Synge, Moliére, Shaw ou Neil Simon com o mesmo jogo de cintura. 138
    • Desdenha da prática de adaptação.
  • João Ubaldo Ribeiro (1990 [89]).
    • Autotradução. Ingrata como as outras.
    • Teve muita dificuldade em traduzir os dialetos e vocabulários arcaicos de seu livro para o inglês, incluindo s onmes populares  e expressões em português.
  • William Agel de Mello (1999)
    • Cada tradutor é uma escala de tradução.
    • Adota um paradigma mais estrangeirizante. Afirma que o tradutor não deve querer melhorar a obra e tãopouco deve corrigi-la. Foco na fidelidade. Trazer o leitor ao texto.
  • Barbara Heliodora (1999)
    • Trad de teatro.
  • Paulo Bezerra (2001)
    • Critica as trads francesas do russo até então. A sua é a primeira trad direto do russo. Dependem da trad intermediaria.
      • Esse é o problema central das traduções de segunda mão: dependem totalmente da qualidade do texto que lhes serve de fonte, sem meios de penetrar a essência do texto do autor. É isso também que justifica plenamente a tradução direta, muito particularmente quando se trata de ficção. 196
    • Respeito a cultura fonte. Busca seguir o texto fonte e opta por manter suas peculiaridades sempre que possível.
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  • Seção 2 tem uma discussão sobre venuti
  • Sobre a situação jurídica:
    • Na  prática,  como  observado  por  Perrotti-Garcia,  a  falta  de  uma legislação específica  para o profissional de tradução  significa que, no Brasil, qualquer pessoa que se julgue capaz de traduzir pode oferecer e vender seus serviços  de  tradução  (PERROTI-GARCIA  2016:  39).  Isso  pode  dar uma  primeira impressão  de  que  ser  tradutor  é  simplesmente  uma  questão  de  dominar um segundo idioma ao ponto de ser capaz de verter na língua meta o texto na língua fonte.  Um  exame  mais  detido  revelará  situação  muito  mais  complexa.  A natureza  encapsulada  do  trabalho  da  tradução  talvez  tenha  implicações  no modo como o tradutor percebe a si mesmo e, portanto, em como se identifica. 75-6
  • Discutem sobre o profissionalismo. A area acedemica é muito apartada da prática, devido aos trads especialistas.
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Trentin 2019 - 
  • Reforça mesmas questões. Especialmente a utilidade e divulgação.
  • Dá bastante enfase ao tradutor de textos das exatas Araújo Guimarães.

Oliveira Harden 2019 
  • Retrabalho dos pontos postos nos outros artigos. Parece mais completo ou amplo do que os outros.
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  • Considerações metodologicas sobre a historiografia da trad muito interessantes. Divisão de trad técnica e cientificia.
  • Análise das trads nas histórias literárias de portugal.
  • "É nossa convicção que as ideias dominantes sobre tradução (basicamente a literária e ensaística, já que a científica e técnica raramente são avaliadas no espaço público) no nosso país se vão construindo, entre outros, a partir dos opinion makers do campo que são os tradutores de referência, aqueles justamente que são interrogados sobre o seu ofício nos media." 53-4
  • Ideia dominante de portugal é trad fluente, domesticante como caracte´ristico das linguas minoritárias conforme cronin. Cap 3.4
  • Fala da inquérito que publicou um das trads parciais de darwin 1874
  • Outros pontos de interesse foram direto para a tese.
  • Portugal também não escapou de um regime ditatorial. Conforme Teresa Seruya (2020), entre as décadas de 1930 e 1970, deu se o período do Estado Novo, cujo líder máximo foi António de Oliveira Salazar (1889-1970), primeiro-ministro entre 1932 e 1968, e o inimigo declarado foi o comunismo. No início da década de 1940, Portugal produzia uma quantidade tão grande de traduções, frequentemente indiretas, que o Grêmio Nacional de Editores e Livreiros (GNEL) passou a regular a publicação de obras em domínio público. Durante a década de 1960, persistiu um insatisfação perene com a qualidade dos tradutores até que, no final da década, tradutores profissionais passaram a se formar nas universidades e entrar no mercado de trabalho. A censura era muito ativa, contudo, diferente dos censores descritos por DeNipoti (2017) que observavam as peculiaridades das traduções, para os censores do Estado Novo “mão interessava a tradução nem como processo nem como produto, mas apenas sua função, isto é, o seu efeito nos destinatários” (SERUYA, 2020, p. 18). Era comum a permissão de obras consideradas levemente subversivas desde que estivessem em suas línguas originais, pois seriam lidas apenas pelas elites, mas cujas traduções eram vetadas para que as massas não tivessem acesso fácil ao seu conteúdo. Além disso, os livros técnicos ou científicos costumavam ser permitidos, pois atingiam poucos leitores e possuíam uma linguagem supostamente objetiva. Por outro lado, havia um esforço estatal na produção de versões pelo Secretariado de Propaganda Nacional que publicava obras governamentais e nacionalistas em outros idiomas. Seruya (2020, p. 25) conclui sua pesquisa sobre este período com uma frase que, pelo que vimos aqui, aplica-se a toda a história da tradução luso-brasileira, “a tradução é tudo menos um ato inócuo”.



Pinilla 2020 [esse aqui está no tema errado, n é trad ptbr, mas sim hist trad]
  • Holmes é o primeiro a falar da historiografia da tradução em 1972, mas não há um campo específico. Tampouco em Toury e Vandepitte. Outro autores colocam o campo.
    • [...] de maneira breve, poderíamos assinalar quatro considerações gerais que o historiador da tradução deve levar em conta: a) evitar olhar para os fatos passados com os preconceitos e conhecimentos do presente; b) ligar a interpretação do passado ao contexto de seu tempo; c) pesquisar as condições de produção e recepção das traduções, a função social da tradução e o papel dos agentes e tradutores, e d) propor, na medida do possível, uma periodização própria do estudo histórico da tradução. 15
  • O que falta pesquisar:
    •  observamos um predomínio dos estudos monográficos sobre os estudos globais e uma escassez de trabalhos que aprofundem o estudo dos períodos da história e que analisem mais detalhadamente os dados fornecidos pelas visões panorâmicas. 21
  • Sugere: criação de bibliografia; dicionário de tradução; revisão de fones do XVI a XVIII; o "O papel das traduções: recepção e função dos textos traduzidos no sistema brasileiro; as mudanças provocadas pelas traduções e as consequências — estéticas, ideológicas, culturais — da transnaturalização; a retradução (MILTON; TORRES, 2003); as traduções indiretas; a comparação e a análise de traduções de um mesmo texto em épocas diferentes; as traduções invisíveis. " 22-3; trad e poder, escravismo, violencia , censura etc. Pseudo auto não tradução; trad cientifica. Tradutores na ficcção; histpria dos tradutores; história do pensamento tradutório; história da intepretação; hist contemporânea; e ética de tradução.
  • Muitas perguntas a serem respondidas. A que mais me toca é em relação a separação das histórias de Portugal e Brasil.
  • Bom artigo introdutório.

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