Janczur 2021

 TESE

I - Sobre a tradução: sua história, suas abordagens

  • Várias definições para tradução. Gregos não traduziam. (Ver Yebra, 1994)
38-9
  • Hentsche e Hentschel falam sobre a questão da trad de docs históricos na hc:
    • cada língua tem uma estrutura própria; nem sempre os termos históricos encontram termos modernos com perfeita equivalência; a precisão histórica está vinculada ao contexto. É o trabalho conjunto dos dois profissionais, o linguista e o cientista, segundo eles, que permite abarcar as três questões. 40
  • competencia de compreensão para SL e de expressão para a TL. Três competências: transferencia, insturmental e estrategica 41/2
  • Elenca mais alguns academicismos quanto a natureza do tradutor
II - História da tradução: as práticas até o século XV
  • Já na suméria encontram-se listas bilingues. Trad provavlemente surgiu antes da esccrita (interpretes).
  • Ciência presente desde então
    • ... segundo Delisle e Woodsworth, advém do fato de que os povos sempre buscaram adquirir conhecimentos técnicos e científicos de seus vizinhos que falavam outras línguas. Esses autores acrescentam que as traduções adquiriram assim, desde o início, uma importância muito grande nessa busca de conhecimento, o que fez com que os tradutores deixassem suas marcas na história como agentes envolvidos com os textos que reformulavam e não “apenas como canais passivos de informação especializada” (Delisle e Woodsworth, 1998, p. 113). 49
  • Romanos marcam a historia da trad ao traduzir grego para o latim
  • A septuaginta é de III A.c e constitui uma trad do hebraico pro grego que causou controvérsia 53.
  • Trads cientificas já aqui tambem. Na vdd literatura era minoria atém o II dc. 54
  • Havia alguma reflexão sobre trad, mas nada sistemático
  • Jeronimo traduz a Vulgata entre IV e V dc. Um dos Primeiro teórico ocidental da trad [tinha cicero antes]
  • Trad relig anterior a trad lit.
  • CC no centro do movimento de tradução dos árabes > Esocla de toledo.
  • NO XVI teve Lutero. Também refletiu sobre tradução
  • (Ver Van Hoof 1991)
III - História da tradução: as reflexões sobre as práticas dos séculos XVI ao XIX e os estudos da tradução no século XX
  • Berman aponta o conflito entre a antiguidade da prática da trad e seu estudo sistemático bastante recente.
  • Baker e Munday ressaltam a juventude dos estudos. Do XVIII a 1960 trad. era um método de ensino, uma disciplina secundária.
  • Bassnett marca dolet no XVI como inicio da teoria de tradução. Ele propos cinco princípios
    •  a - conhecer perfeitamente o sentido e o conteúdo do [texto do] autor traduzido; b - ter o perfeito conhecimento da língua do autor traduzido e deveria ser um tradutor igualmente excelente na língua para a qual ele traduzia; c – não precisaria traduzir palavra por palavra, para não arruinar o sentido do original nem sua beleza de expressão; d – deveria empregar as formas que sejam de uso corrente; e – deveria produzir na tradução o mesmo efeito do original, com um tom apropriado (Dolet, 1540, p. 13-17). 62-3
  • Nota do trad. de Chapman em sua trad d ailiada em 1598 e vários outros a partir daí: Cowley 1656, Dryden 1680, Pope 1715, Batteux 1760, Cambell 1789, Goethe ~1790, Tytler 1790, Schleiermacher 1813 (ver tab. 4, 66-7).
  • Marcante dicotomia entre fidelidade ao ST e TT.
  • Contudo
    • Até aqui, do que foi visto a partir dos primórdios da história da tradução, o que se tem são ensaios críticos, um conjunto de opiniões sobre o processo tradutório, que não chegaram a criar um campo de estudos sobre o tema. Em outras palavras, esses estudos não fizeram dessas reflexões e desses levantamentos um campo de estudo determinado, delimitado, sistematizável, ou seja, não o transformaram em um domínio de estudo científico, que funcionasse por meio da observação de fatos seguindo uma metodologia sistemática. [citando Mounin 1963/1975 logo depois] 68
  • Inicio da estrtuturação do campo a partir de 1960. Controvérsia sobre como se chamaria até cristalização de TS.
  • Bassnett: trad como força moldadora de conhecimento 70
  • Venuti ressalta interdisciplinaridade. Munday, fatores institucionais
  • Cita Williams e Chesterman 2002 e um de seus métodos de pesquisa (ver [IMPORTANTE]) 72
  • Início
    • Até as primeiras décadas do século XX, a tradução era entendida como um processo mais mecânico do que criativo e mesmo os primeiros estudos, na verdade, ainda se relacionavam mais à tradução como um processo de aprendizagem de línguas estrangeiras e não necessariamente tratavam das questões ou reflexões sobre o ato tradutório (Bassnett, 1980/2003, p. 20). As mudanças significativas que começaram a ocorrer a partir da década de sessenta do século XX, ocorreram, segunda essa autora, graças à crescente aceitação do estudo da Linguística e da Estilística no âmbito da crítica literária (Bassnett, 1980/2003, p. 26). Foram essas mudanças marcantes, portanto, trazendo num primeiro momento o suporte da Linguística para as discussões sobre a tradução, que fizeram a maioria dos autores concordar em apontar o início dos Estudos da Tradução como uma disciplina a partir dessa época, considerando os estudos preliminares e esporádicos anteriores como estudos pré-linguísticos. 73
  • Neergard 1995 faz uam sistematização
    • 1 geração: 
      • 1950-60, 
      • linguística.nível da palavra ou frase e priveligiando textos não literários; 
      • primeiras tentativas de trad automática; 
      • cientificização; 
      • desvalorização do trad. lit. 
      • Início da enfase em equivalencia
      • Modelos prescritivos e normativos
      • Ponto de vista não linguistico contemporaneo valorizava o texto original.
      • Orientação científica não funcionou
      • Nomes: Jakobson, Nida e Catford
    • 2 Geração:
      • 1970-80
      • texto como foco de estudo, evidenciando oliterário
      • especificidades do campo e ampla expansão
      • Holmes, Toury, Even-Zohar, Berman, Paz, Eco...
    • 3 geração:
      • 80
      • Grande crescimento
      • Cursos de formação de trads na universidades
      • Virada cultural, trad como comunicação intercultural
      • Descolonialismo, poder, desigualdade
      • Visibilidade
      • Venuti, Derrida, Lefevere, Bassnett.
  • Venuti propõe outra periodização (admitidamente provisória)
87-9 [ver Venuti 2012 (3ed) para mais um período 2000s]

  • É consenso a dificuldade de periodizar
  • História da trad por Bassnett (2003) > ver tab 7 102-3
  • XVI como ponto de virada de vários conceitos. 98-9
  • Romantismo
  • XVIII e XIX
      • No período que corresponde ao final do século XVIII e início do século XIX, a época vitoriana, essa tendência se acentuou, já que uma preocupação recorrente dos tradutores, segundo Bassnett era a de transportar o caráter do original através do tempo e do espaço (Bassnett, 2003, p. 117). Acreditava-se em mostrar ao leitor o valor e a beleza do texto original. O que eventualmente ocorreu foi que, apesar dos tradutores demonstrarem grande respeito pelo original, ao se buscar a aproximação com o texto fonte antigo, o resultado que se obtinha era o de que a linguagem rebuscada acabava por afastar as obras traduzidas daqueles leitores menos intelectualizados, reservando-as a apenas uma minoria capaz de compreendê-las. Ocorreu também uma desvalorização do tradutor, pois a tradução acabava sendo entendida apenas como um meio de levar o leitor ao original, situação na qual o talento do tradutor era o que menos importava. O tradutor foi assim reduzido a um mero técnico, com “uma tarefa claramente definida, mas severamente limitada” (Bassnett, 2003, p. 121). 101
    • Tytler era mais domesticante. Scheleirmacher mais estrangeirizante.
    • trad vista como:
      • atividade acadêmica, em que se privilegiava o texto de partida, tendendo a se produzir traduções literais, acessíveis apenas para uma minoria letrada; forma de motivar o leitor intelectual a se aproximar do texto original, produzindo, como no caso anterior, traduções que tendiam a ser mais literais e pedantes; forma de ajudar o leitor a ser o melhor leitor do original, por meio da deliberada estranheza do texto traduzido, tendendo a produzir traduções cheias de arcaísmos formais e linguísticos; meio de oferecer ao leitor a sua opção pragmática, produzindo uma tradução mais livre, com possibilidade de alterar o texto de partida; meio pelo qual tradutor procurava elevar o estatuto do texto original, também, como no caso anterior, tendendo a produzir traduções mais livres. 101-2 
    • Arcaísmos vitorianos denegriam a trad
  • Trad de HC
    • Terminologia específica. Balanço entre acuidade (ciêntifica e histórica) e fluencia. Informação é vista com maior valor.
    • Montgomery: pouca pesquisa nesta área disicplinar embora a trad esteja presente em quase todo o processo cc.
    • Nem sempre a distinção entre literário e técnico é clara. Contudo:
      • Paulo Rónai, em Escola de Tradutores, faz uma distinção bastante precisa entre a tradução de um texto de poesia ou ficção e a de um texto técnico. Ele acredita até mesmo que o nível da tradução técnica seria mais elevado do que o da literária, pelo menos no que se refere à fidelidade. E exemplifica assim: “um erro na versão de uma peça de Sheakespeare, quando muito, indignará um crítico; mas na de uma bula de remédio ou de um formulário de materiais de construção pode ter consequências imprevisíveis” (Rónai, 1967, p. 53). 105
      • Ottoni 2005 e Azenha 1999 discordam. Krieger e Finatto 2004 concordam
    •  Terminologia é uma questão vital
    • Mudanças conceituais históricas dos termos ccs. 107
    • Chittoni Ramos 2001, tradutor é um especialista [discordo, é especialista interacional]
    • Sintetizando:
      • Embora, como pudemos apontar brevemente, possa não haver consenso entre os diversos pesquisadores dos estudos da tradução, é certo que traduções de textos técnicos e científicos apresentam suas especificidades, exigindo que sejam levados em conta, além do conhecimento específico de uma determinada área, as questões linguísticas e culturais, o que exige de seu tradutor um trânsito e um domínio entre várias áreas diferentes do conhecimento. Não por acaso, portanto, Rónai afirma, no que se refere à valorização do tradutor científico, que enquanto o processo das ciências se torna vertiginoso e o intercâmbio dos resultados um imperativo categórico, há cada vez menos técnicos capazes de ler um livro escrito em língua estrangeira. Aí é que entrariam em campo, segundo ele, os tradutores. Não os de poesia ou de ficção, mas os de obras científicas e técnicas. É de prever que em futuro próximo eles venham a formar uma classe considerada e bem remunerada devido à imprescindibilidade de seu trabalho, ele disse (Rónai, 1976, p. 51). 107
      •  A primeira é de como tradutores são fundamentais na difusão do conhecimento não só no espaço como também no tempo, funcionando como pontes entre o conhecimento de duas épocas diferentes, já que isso toca diretamente ao tipo de tradução realizado neste nosso trabalho. Trazemos informações relevantes do passado, que têm valor nos dias atuais e que servem como ponte para que o estudioso de hoje possa conhecer como vem sendo feita a ciência ao longo do tempo e também para que tire do passado lições que nos sirvam no presente. A segunda é a de que a escolha das traduções, feitas por determinada sociedade, mostram a importância desse trabalho quando são escolhidas obras que têm papel fundamental para contribuir com um melhor entendimento da ciência, como julgamos ser o caso do texto que traduzimos, relevante para a história da ciência como um todo. 109
IV - Tópicos sobre abordagens contemporâneas dos estudos da tradução
  • Equivalência
    • 1950-60 enfoque linguistico estruturalista (forma) derivado de Saussure
    • Para Jakobson não há equivalencia entre os signos linguisticos, mas uma recodificação. Trad é possível devido a modificações de terminologia (empréstimos, neologismos...)
    • Nida substitui fidelidade por equivalencia para além da word for word. Janczur diz que nida esta ultrapassado.
      • Eq. formal: orientada para a fonte, estrangeirizante. Associada com notas
      • Eq. dinâmica: domesticante.
    • Newmark, mais ou menos o mesmo que acima só que chamando de trad semântica e comunicativa.
  • Vinay e Daubernet propõem esquemas para o processo de tradução:
    • empréstimo: cópia sem alteração do termo
    • decalque: tradução de termos compostos, sendo cada um traduzido literalmente
    • Trad literal: word for word
    • Transposiç~]ao: mudança na "classe" dos termos
    • Modulação: variação do ponto de vista da mensagem mantendo a intenção
    • Equivalencia: equivalencia funcional
    • Adaptação: limite extremo da trad, mudança total mantendo semelhança
  • Aubert, já numa veia quantitativa mais moderna, propõe 13 modalidades de tradução [ver Aubert 1998]:
    • Adiciona omissão, transcrição, explicitação/implicitação, trad intersemiótica, erro, correção, acréscimo aos tipos já descritos por Vinay e Daubernet.
  • Catford > shifts
    • procedimento realizado pelo tradutor quando não fosse possível a máxima proximidade ao texto-fonte sendo, portanto, essas mudanças ou desvios usados como um recurso que permitiria chegar à equivalência textual. Ele define desvios como “afastamentos da correspondência formal durante o processo em que se vai do texto-fonte para o texto traduzido” (Catford, 1965, p. 73). Duas grandes categorias de desvios foram, então, por ele definidas: os desvios de nível e os desvios de categoria 123
  • Funcionalismo
    • Teoria do escopo. Não é tanto a equivalencia que importa mas o propósito que ela tem.
    • Reiss e Vermeer,
  • A partir de 1980-90 houve foco na análise do discurso.
  • Discute normas. Even-Zohar, Toury, Chesterman (ver chesterman 2000)
  • Depois Berman e Venuti.
  • Filosofia e amorte do originasl
    • Por fim, Arrojo nos mostra diante de tudo o que foi exposto que, ao levarmos em conta as ideias acima expostas à tradução, somos levados a entender, segundo suas palavras, que “nenhuma tradução pode ser exatamente fiel ao ‘original’ porque o ‘original’ não existe como um objeto estável, guardião implacável das intenções originais de seu autor” (Arrojo, 1993, p. 19). 
    • Em vista disso e levando-se em consideração essas concepções, Cristina Carneiro Rodrigues (2000, p. 95) afirma que podemos ser levados a pensar que a tradução é impossível, quando na verdade, o que é impossível, segundo ela, não é a tradução, mas a concepção segundo a qual se espere que o texto original seja repetido no texto de chegada, que seja equivalente a ele e que reproduza seus valores. 140
V - A tradução de fontes primárias de História da Ciência
  • Roberto Martins começa a série de trad no boletim em setembro de 2009, ver o volume.
  • Lista as trads da revista e algumas outras[
  • Darwin:
    • Um exemplo que ilustra bem a importância de traduções de fontes primárias para a história da ciência realizadas ou assessoradas por estudiosos da área, a fim de assegurar traduções que não fujam aos seus preceitos metodológicos, refere-se às diferentes traduções da obra clássica de Charles Darwin (1809-1882), A Origem das Espécies. As várias traduções realizadas para o português27 até 2014 apresentam discrepâncias ou divergências de tradução notáveis, que podem levar a equívocos históricos que acabam por comprometer a compreensão de uma obra de tamanha importância. Isso foi atestado por estudiosos da tradução que discutem a obra do estudioso inglês, como Cristina de Amorim Machado, em artigo publicado em 2019, no qual ela analisa três diferentes traduções do livro de Darwin (Machado, 2019). Na origem dos graves problemas apresentados por essas traduções para o português está o fato delas serem derivadas de uma versão francesa, e não do original inglês, de A Origem das Espécies. Agravase o resultado obtido por tal tradução de tradução o fato de a publicação ter sido realizada em Portugal em 1913. Boa parte das edições publicadas no Brasil, em português brasileiro, são derivadas daquela publicação portuguesa omitindo esse fato e até mesmo forjando um nome fictício de tradutor! A análise também destacou “atualizações” daquela edição de Portugal com base em diferentes edições dentre as seis originalmente publicadas em Londres, com revisões do próprio Darwin, contando com inclusão de capítulos novos! 152
    • ... editoras Ubu e Edipro, os textos atingiram mais idealmente o que se busca oferecer ao leitor contemporâneo com a publicação de uma obra da ciência do passado. Ainda que cada qual à sua maneira, nas duas publicações os ganhos no idioma de chegada decorreram, indubitavelmente, do aporte introduzido por novas expertises. Na edição da Ubu, a tradução é da mão de um filósofo, Pedro Paulo Pimenta28, familiarizado, portanto, com exigências de tradução de obras clássicas de filósofos do passado, como, por exemplo, acuidade dos termos epistêmicos empregados por Darwin. Além disso, a qualidade do texto em português é realçada, podemos dizer, empregando expressão dos estudos tradutórios, por não ceder aos apelos da tradução domesticadora. O resultado se reflete na elegância do texto em português, que sem dúvida faz jus à escrita cuidadosa, particular, de Charles Darwin.
    • Na edição da Edipro, o trabalho de um tradutor profissional, Daniel Moreira Miranda29 , foi somado a cuidadosa revisão técnica de Nelio Bizzo, biólogo e pesquisador em educação científica, além de notório especialista na obra de Charles de Darwin, como se evidencia da leitura do Prefácio que encabeça a tradução. Da revisão técnica, Bizzo construiu um volumoso conjunto de notas que, entre outras várias coisas, localizam as ideias de Darwin em relação a seu próprio tempo e antecessores, esclarecem argumentos mais difíceis, discutem em detalhe a melhor tradução para animais e plantas referidos por seus nomes vulgares etc. No todo, a contribuição de Bizzo à edição ofereceu um texto autêntico não apenas para os estudiosos da história da ciência e da obra de Darwin em geral, como para todo e qualquer leitor do público mais amplo. 153
  •  Comenta o Commentariolos e outras obras da física
  • Cita Moura 2020
  • Cita Boss et al 2016
  • Análises até então:
    • Quanto às reflexões sobre a tradução em história da ciência, artigos abordando essa questão têm sido publicados nos últimos anos e o que podemos observar é que, em geral, seus autores realizam análise de antigas traduções, a maior parte delas feitas em épocas nas quais, por uma ou outra razão, foi registrado um grande volume de traduções de textos científicos relevantes para os estudiosos de sua história. Nessas análises, eles buscam verificar os problemas encontrados, as possíveis modificações operadas pelos tradutores ao traduzir esses textos e o reflexo disso tudo na transmissão dos conceitos e informações científicas neles contidos. Outras vezes, eles apontam às possíveis soluções encontradas pelos tradutores para resolver várias questões de tradução, dentre as quais, a inexistência de termos atuais correlatos na língua-alvo, a precisão dos conceitos veiculados, entre outros. 155
  • Cita Dietz 2016 (ver Dietz 2016, dossie inteiro)
    • Dietz considera que a tradução como uma prática de análise, assimilação e afirmação de diferenças culturais pode oferecer inspiração aos estudos de tradução no interior da história da ciência. 157
  •  Depois cita os Focus da Isis e o comentário sobre de Jensen e Prestes 2019.
  • Guerrini no dossie:
    • O que nos parece importante ressaltar deste artigo é que sua autora alerta para o fato de que uma tradução sempre exige que o tradutor faça escolhas contínuas, por exemplo, entre a tradução palavra por palavra ou a legibilidade; entre traduzir palavras ou transmitir significado e que a tradução em ciência, especificamente, ainda coloca desafios particulares ao tradutor, tais como evitar o emprego, no texto traduzido, de termos científicos modernos que ainda não existiam na época em que o texto foi escrito (Guerrini, 2018, p. 748). Trata-se aqui de evitar os anacronismos, que é uma das preocupações mais importantes do historiador da ciência ao relatar eventos de outra época. Não podemos, por exemplo, usar o termo “microrganismos” ao traduzir um texto do século XVIII, quando essa denominação ainda não existia no vocabulário científico e os estudiosos dessa época se referiam a seres vivos microscópicos de outras formas. 165
  • Hentschele Hentschel enfatizam parceria entre tradutor e especialista
  • Reflexão de Janczur sobre o papel do Historiados da CC na trad:
    • não é desejável que historiadores da ciência se proponham a traduzir textos de história da ciência? E a resposta mais evidente, a nosso ver, seria: claro que não só é desejável, como também é imprescindível! Afinal, ninguém melhor do que os próprios historiadores, profundamente envolvidos com os textos primários ou secundários, aos quais dedicam anos e anos de estudo, para identificar quais são os autores e quais são os trabalhos e excertos mais importantes para se conhecer nos estudos da área. São suas traduções que permitem que esses textos sejam difundidos a um número maior de estudiosos, permitindo que a compreensão de seus conteúdos atinja o maior número possível de falantes de sua própria língua que não têm acesso às línguas dos textos fonte. Seus trabalhos de tradução são fundamentais para a área de história da ciência e julgá-los menos importantes do que aqueles feitos pelo tradutor profissional não nos parece uma forma de ajudar a difundir o conhecimento que existe nos textos primários e aos quais nem todos os falantes de português, no nosso caso, teriam acesso. Suas contribuições são fundamentais, pois são eles que conhecem o contexto histórico, os conceitos científicos envolvidos e que tomam, no fim das contas, a iniciativa de traduzir os textos que mais interessam e cuja importância e relevância para a história da ciência eles, melhor do que ninguém, sabem identificar. 
    •  A única ressalva que acreditamos deva ser feita é a de que, assim como é desejável que o tradutor que não é cientista tenha uma consultoria destes para as questões ligadas à ciência em geral e à história da ciência, também é desejável que o cientista que não é especialista em línguas conte com a assessoria ou revisão de um tradutor profissional, com formação específica não só na língua fonte como também na língua alvo, a fim de ele possa identificar e/ou corrigir eventuais equívocos. Assim, mais uma vez, o que se confirma é a necessidade da parceria entre o tradutor e o cientista e/ou historiador da ciência. Traduzir é um trabalho importante e exige bastante dedicação e devemos a ninguém menos do que os estudiosos da ciência a tradução dos textos mais importantes que hoje estão acessíveis a todos nós. É uma tarefa que, a nosso ver, deve ser sempre estimulada, mesmo que realizada por não especialistas, desde que, também os cientistas que traduzem reconheçam a importância dos profissionais da tradução e contem com sua ajudar para produzir traduções cada vez mais adequadas e com o menor número possível de equívocos e ambiguidades. 167-8
    • Pelo que foi apontado acima, atesta-se a necessidade do conhecimento histórico ao se traduzir um texto de história da ciência, já que um texto antigo pode trazer terminologia com a qual o leitor de hoje não está familiarizado. É nestes casos que o conhecimento de um cientista familiarizado com a terminologia da área em questão é não somente desejável, como imprescindível. Além disso, quando estão presentes termos históricos, não basta ter familiaridade com a terminologia da ciência, mas também é necessária a familiaridade com a história, isto é, com o contexto científico da época, com o estado em que a ciência se encontrava naquele dado momento (Hentschel e Hentschel, 2018, p.763). 171
    • Quase no final de seu artigo, os autores ressaltam a importância do papel do cientista associado ao tradutor, dizendo que Klaus Hentschel, que desempenha o papel de consultor científico na tradução por eles realizada, dispõe de uma vasta biblioteca de livros e artigos, muitos anos de pesquisa e ensino acadêmico em história e filosofia da ciência e que isso, constitui um benefício inestimável quando se trata de fazer uma parceria com o tradutor. Neste ponto, gostaríamos de ressaltar que a recíproca também é verdadeira, isto é, quando o cientista realiza uma tradução, a contribuição de um profissional de tradução que traz em sua bagagem anos de estudo para desempenhar essa tarefa, com uma formação linguística que o cientista geralmente não recebe em sua formação, também é altamente desejável. 
    • Uma tradução adequada depende não apenas do conhecimento da língua fonte, mas também da língua de chegada e de um bom conhecimento da estrutura de ambas, além de exigir do profissional de tradução uma boa capacidade de interpretação do texto e uma boa capacidade de construir um texto traduzido inteligível na língua de chegada, obedecendo sua estrutura, sem alterar a informação científica que ele deve veicular. A dificuldade que a diferença de estrutura do par de línguas trabalhados na tradução impõe ao tradutor e que muitas vezes dificulta a precisão do texto traduzido em relação ao texto original é algo com que o profissional de tradução está bastante apto a lidar, ressaltando mais uma vez o importante papel do tradutor ao lado do cientista que traduz (Hentschel e Hentschel, 2018, pp. 764-765). 176
    • Quanto a essa questão, é claro que julgamos, como já mencionamos anteriormente, que a colaboração de cientistas que procuram traduzir os textos históricos é de vital importância para que eles possam alcançar o maior número possível de leitores de diferentes línguas. São esses estudiosos, na verdade, os principais interessados em veiculá-los e aqueles que podem ter melhor conhecimento do que pode e deve ser traduzido, para que seja levado ao leitor interessado. Além disso, são os historiadores da ciência que detêm o conhecimento científico e histórico que lhes permite contextualizar o conteúdo dessas obras, algo que já apontamos acima como fator imprescindível para que seja feita uma boa tradução. No entanto, queremos chamar a atenção para o fato de que, quando um profissional não especializado realiza uma tradução, seria sempre desejável que ele pudesse contar com a parceria do profissional especializado nas questões relacionadas ao ato tradutório e às particularidades linguísticas. 177
  • Cita o dossie Tradução em Revista
  • Sobre a trad de fontes primérias especificamente: 169
  • Trad distancviadora e aproximadora Snell Hornby
  • Janczur trad literal e livre
  • Hatim e munday ressaltam a gradação dos polos 171
  • Whigg prigg e tradução usand Hentschel e Hentschel 2018 como ponte depois vários casos pessoais 172-3
  • Questões de terminologia aparecem em quase todos os artigos da Focus de Dupré
  • Papel das notas como supelemento em caso de falta de correspondencia. 178
  • Preferiu ser estrangeirizante com Claude Bernard
VI - Análise contrastiva de traduções
  • Discute alguns casos de problemas conceituais de fisiologia, meio interno e alterações léxicas (terminologia fisiológica, moderna e metacient´fica), além de reparações de omissões, em comparação com a tradução portuguesa anterior.
VII - Aspectos epistêmico-metodológicos para a tradução de fontes primárias da história da ciência
  • Trad estrangeirizante:
    • Venuti pressupõe que esse tipo de tradução, primeiramente, contribui para reduzir a invisibilidade do tradutor, tornando o seu trabalho algo que não desaparece por trás da figura do autor do texto fonte, dada a familiaridade que o texto de chegada adquire, como se tivesse sido escrito originalmente nessa língua. Além disso, ele também argumenta que esse tipo de tradução consiste numa forma de impedir que autores de obras em línguas de chegada que sejam dominantes ou mais prevalentes, como o inglês, imponham os códigos de sua linguagem e seus valores para línguas de saída com menor influência no cenário mundial.
    • A opção de Berman reforça a questão ética sobre o cunho político, pressupondo a tradução estrangeirizante como uma tradução não etnocêntrica. Desse modo, a defesa da transmissibilidade e a negação da estranheza do texto fonte seria a via para o tradutor não operar modificações que apagariam as características da cultura do texto de partida, impedindo que essa cultura pudesse ser conhecida em suas nuances. 214-5
    • Uma das características dessa opção é a de não colocar no texto traduzido palavras, termos, que não pertencem ao texto fonte, pois isso acarretaria anacronismo, o que é considerado um erro metodológico do trabalho histórico. A fonte original da ciência do passado tem valor por seu contexto próprio, de modo que sua tradução exige a manutenção de termos e conceitos da própria época, sendo esse o preceito historiográfico primordial do trabalho profissional em História da Ciência. Além disso, a opção estrangeirizante conduz o leitor de hoje ao contexto do texto original, também, pelo estilo do autor. Assim, na tradução apresentada nesta tese, os termos do século XIX não foram atualizados e o estilo de escrita de Claude Bernard foi respeitado. Para atender ao princípio de manter o texto em seu próprio contexto científico e, ao mesmo tempo, desvanecer os estranhamentos, ou melhor, dar a compreender ao leitor atual os distanciamentos teóricos e conceituais, foi adotada a já usual solução de fornecer esclarecimentos sempre que necessário, por meio de notas explicativas. 215
  • Optou por estrangeirizante para garantir "a preservaçãp da ciçtyira coermtofoca em qe a obra foi gerada". 215
  • Contradição entre estrangeriziação e notas, contudo as notas são meta-texto que explicita o estrangeirismo ao leitor. Cumprem a função didática da história.
  • Nessa época o estilo autoral ainda era bastante evidente.
  • Ver Zavaglia et al sobre traduções 2015 comentadatas
  • Volume da Palimpsestes de 2007 sobre trad comentada. Comentários implicitos na escolha do tradutor. Quanto aos explicitod:
    • Já no que diz respeito aos comentários explícitos, como o das notas, Boisseau (2007, p. 4) advoga que eles podem ter uma função explicativa, o que se dá quando o tradutor deixa claras as decisões que ele tomou ao longo do processo tradutório. Por ser uma teórica da tradução, ela coloca aqui em especial o aspecto relacionado às explicações do tradutor com relação aos seus procedimentos. Ao referir-se às notas explicativas do texto, ela ressalta a sua concepção de que notas de rodapé têm função explicativa acabam se tornando, inevitavelmente, um prolongamento do texto. Nesse sentido, tornam o tradutor essencialmente visível. Podemos interpretar, como outras palavras, de que as notas explicativas amplificam o papel ativo do tradutor na apresentação da obra, tornando-se, num certo sentido, como que seu coautor.
  • Trads bilingues possibilitia que o leitor conforonte os textos e o coloca num papel mqais ativo de comparar suas decisões com a do tradutor.
  • Scientia TraDUCTIONIS inaugurou uma seção de trads comentadas em 2010 
  • Notas são "lócus de articulação dos conhecimentos de história da ciência e dos estudos de tradução". ou ainda:
    • A tradução de uma fonte original da ciência do passado, enriquecida de notas explicativas, deriva da compreensão e explicitação de como foi conduzido o ato tradutório de modo a produzir um resultado que contextualize o conhecimento histórico segundo os fundamentos epistêmico-metodológicos da história da ciência e que respeite as nuanças da cultura de origem segundo a estrangeirização preconizada pelos estudos de tradução 222
  • Notas são importantes no trabalho da hc propriamente dita. Biograficas por exemplo. 220
  • Faz uma subdivisão de suas notas: socioculturais, biográficas, epistêmicas, atualização científica e procedimentos de tradução
  • Termina descrevendo seu processo de trad.
Considerações finais
  • importancia da trad para a hc
    • A opção por uma tradução estrangeirizante com notas pode parecer, em princípio, para alguns, algo contraditório. Afinal, se uma tradução que leva o leitor ao autor tem como preceito manter a estranheza do texto, poderia parecer que o acréscimo de notas explicativas contribuiria para anular esse caráter de estranheza. No entanto, ao se traduzir uma fonte primária de história da ciência, procura-se levar o leitor, o máximo possível, ao contexto da época em que o texto foi produzido. Assim, as notas não cumprem, a nosso ver, o papel de diminuir a estranheza do texto, mas sim o de inserir ainda mais o leitor naquele contexto que, de outra forma, ele não conheceria. Uma tradução estrangeirizante sem as notas, que conservasse no texto tudo o que ele apresenta de estranho ao leitor de hoje, sem quaisquer esclarecimentos, poderia resultar em um texto enigmático que nada contribuiria para os propósitos do historiador da ciência. O interesse maior do historiador é que o leitor de hoje compreenda como era a ciência do passado, que conheça bem o texto da forma como foi escrito, mas que ao mesmo tempo, compreenda como tudo o que ele traz se insere em outro tempo, com outra visão de ciência, com outros procedimentos e outras terminologias. 576






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Evolucionista Voador - Costa

Brown Sequard

TS - Jia Ye (2021)