Fonseca 2015

Intro

  • Sacarrão e Almaça discordam quanto a penetração do darwinismo em portugal. O primeiro diz que teve pouco. 3
  • Active passive model glick 3
  • Inventário de traduções 10
I - História do darwinismo
  • Bowler no eclipse (41) também fala da identificação do darwinismo apenas com SN, assim como Moore. 53
  • Nesse processo, tivemos em consideração a necessidade de não adotarmos uma definição ideal do darwinismo, corpo teórico que, como vimos, conheceu várias interpretações desde a época de Darwin até à entrada do último quartel do século XX 96
II - Darwinismo em Portugal
  • 1959 teve um evento mas não resultou em nada e uns outros fora de PT. Parecido com o caso aqui. Mas teve artigo de 1959 de Serra e de BP. 99
  • Alguns artigos nos anos 80. Há um sentimento de insuficiencia 106-7.
  • Trads
    • I am anxious to have the Origin translated 108
    • Tabelas interessantes de Fonseca:

    •  A Origem das Espécies foi traduzida para 11 idiomas até a morte do autor, e para mais 33 até 2009. 109
      • Com efeito, Ana Leonor Pereira verificou que as primeiras traduções portuguesas de trabalhos do naturalista inglês apenas surgiram durante a segunda década do século XX2 . A autora sublinhou ainda que o primeiro trabalho a ser traduzido não foi A origem das espécies, mas sim A descendência do homem, e que as primeiras traduções do trabalho de 1871 de Darwin omitiam completamente a parte sobre a seleção sexual3 . .... É certo que as primeiras traduções portuguesas surgiram relativamente tarde em comparação com outros países europeus. No entanto, a ausência prolongada de traduções portuguesas de trabalhos da autoria de Darwin não constituiu um obstáculo ao contacto do público português com os trabalhos e as ideias do naturalista inglês. Alguns autores portugueses possuíam, ou pelo menos tinham acesso, a edições originais inglesas de trabalhos de Darwin. 109
      • Como mostrou Ana Leonor Pereira, os leitores portugueses tiveram acesso às primeiras traduções francesas de A origem das espécies (de 1862) e A descendência do homem (de 1872)3 . De resto, o nosso estudo bibliométrico tem vindo a confirmar a presença de um grande número de traduções francesas de trabalhos da autoria de Darwin em bibliotecas públicas portuguesas durante os séculos XIX e XX. Por fim, como sublinhou Ana Leonor Pereira, alguns autores incluíram excertos de trabalhos de Darwin nas suas próprias publicações. [as citações de pereira 2001 são das pp 75-6 e 78] 110
    • TB traduz o geometrical ratio of increase no traços geraes. Arruda Furtado traduz trechos do Descent em 1886. 110
    • Seleção sexual falta na trad de Correia de Oliveira do descent. Pretendia traduzir depois mas não rolou. (tbm menciona vilela) 110
    • Hemus distribuída em Portugal pelo Centro do Livro Brasileiro. 111
    • Correções a Freeman. 111, 114
    • Resumindo
      • a tradução de A origem das espécies e de outros trabalhos da autoria de Darwin para a Língua Portuguesa foi tardia. No entanto, os leitores portugueses não deixaram de ter acesso aos seus trabalhos e às suas ideias, fosse através de edições originais inglesas, de traduções em outras línguas (sobretudo em Língua Francesa), ou de passagens dos seus trabalhos (traduzidos para a Língua Portuguesa) incluídos em publicações de autores portugueses. Nas décadas iniciais do século XX, iniciou-se a tradução dos trabalhos principais do naturalista inglês para a Língua Portuguesa, com as traduções de A descendência do homem (1910) e de A origem das espécies (1913). Desde então, outros dos trabalhos principais de Darwin têm vindo a ser vertidos para a nossa língua. 111-2
    • Tips para Biblioteca: conjução qualiquantitativa dos livros. Problemas pra identificar data de entrada :/. Dados: Titulo; Edição; Tradução; Número de exemplares. Data de entrada. 114-5
      • constatámos a existência de um grande número de traduções de Darwin, sobretudo em Língua Francesa, na segunda metade do século XIX ... Por outro lado, o nosso estudo mostra que o surgimento das primeiras traduções portuguesas não parece ter afetado de forma significativa a entrada de edições originais inglesas e de traduções em outras línguas estrangeiras no nosso País. 115
  • Iconografia.
III - Júlio Augusto Henriques (1838-1928)
  • Julio Henriques inaugurou a defesa de Darwin em PT em 1864. Supriu o povo portugues com uma síntese de Darwin. 119
  • 1866, teoria aplicada ao homem. Progressão não necessária, aversão ao catastrofismo. 120.
  • SA em horticultura 1889 123
  • Textos pedagógicos ao longo da vida. Recomendava conhecimento de relações de parentesco para classificação. Fala de outros conceitos darwinianaos. No entanto, admitia um criador distante e centros de criação. 125-6
  • Trad. Era tradutor. Traduziu Hooker (de quem era mais próximo) e Baker. Sobre uma trad de de candolle disse
    • Tem uma importancia de primeira ordem tudo quanto diz respeito a Darwin, inquestionavelmente um dos naturalistas de maior vulto da epocha actual: por isso me dei ao trabalho de verter para a nossa linguagem o artigo muito notavel que na Revista Scientifica de Genebra publicou o sr. A. de Candolle, nome respeitabilissimo para quantos cultivam as sciencias naturaes. D’esta forma o nosso jornal presta culto á memoria do sabio inglez»1 .132
  • Participou de outros artigos de divulgação e homenagem a outros amigos de Darwin 132
  • Aulas bem lembradas opor Teixeira Bastos 137
  • Biblioteca com títulos de Darwin 137
IV - Luís Wittnich Carrisso
  • Darwinista maduro. Mas
    • admissão de outros mecanismos evolutivos para além da seleção natural, nomeadamente as variações bruscas (mutações) e a hereditariedade dos caracteres adquiridos. Com efeito, o autor insistiu na ideia de que o próprio Darwin aceitou o referido princípio lamarckista2 . Na mesma linha, Luís W. Carrisso sublinhou que o naturalista inglês admitiu a possibilidade de variações bruscas darem origem a novas formas de vida3 . Com efeito, neste último domínio, Luís W. Carrisso sobrevalorizou a importância que Darwin atribuía às variações bruscas 141
  • SN destrutiva não criativa. 141 Mutações como força criativa. Parece préadaptação de Cuenot 143
  • Lamarck e Darwin não diferiam tanto. Seu Darwinismo flexível versus neodarwinismo de Weismann 141
  • Eclipse 145
  • Estrangeirismo portugues. 146
  • Doutorado em ecologia em 1911 citando Haeckel. 148
  • Classificação filogenética e ecologia. 149
[Pulei Aurélio Quintanilha e Abílio Fernandes, por estarem fora do meu recorte temporal], mas
    Biblioteca cosmos por Quintanilha, maior parte fisio, mas tinha menções a Darwin. Teve atuação de divulgador ao longo da vida 165
    Critico a Lysenko e aos micurinistas, mas não antisocialista. 173

VII - Antônio Xavier Pereira Coutinho (1851-1939)
  • Agronomia e seleção de variedades. 209
  • Coutinho criticava a enxertia de Lysenko. 210
  • Questão dos quercus 212
  • Não necessariamente darwinista
    • Por um lado, sabemos que Pereira Coutinho foi um “botânico da velha escola”, adverso à abordagem dos problemas filosóficos subjacentes às ciências naturais da época, como, por exemplo, a evolução 213
  • Produziu vários manuais pedagógicos de botânica onde darwin aparece. Classificação mais natural das plantas. 216
VIII - Rui Teles Palhinha (1871-1957)
  • Dissertação sobre origem da vidas. 222
    • não alinhou com a hipótese da existência de um reino intermédio entre animais e plantas (o reino dos protistas) avançada por Hæckel4 . O botânico português concluiu a sua exposição sobre a unidade do reino vegetal e do reino animal, sublinhando o antagonismo existente entre a tendência para classificar e dividir do cérebro humano e a continuidade que se verifica no mundo vivo 223
    • Criticou o vitalismo 223 e panspermia 224
    • «Para todo aquelle que crê convicto na theoria da descendencia, a hypothese da apparição da vida por via natural é uma necessidade logica, ainda que seja impossivel demonstrar experimentalmente o começo repentino da vida» 225
  • Outra crítica a Haeckel
    • criticou a sua orientação tendencialmente finalista da maioria delas5 . Para substanciar o seu ponto de vista, o autor introduziu dois exemplos de teorias finalistas, da autoria de Goethe e Hæckel, sublinhando a centralidade ocupada pela ação do meio em ambas6 . Para o botânico português, o sucesso conhecido pela teoria deste último não se deveu ao seu valor científico, uma vez que o seu princípio fundamental, a hereditariedade dos caracteres adquiridos por influência do meio, carecia de demonstração, mas sim à sua capacidade para satisfazer a necessidade finalista da mente humana7 . De resto, Rui T. Palhinha fez questão de partilhar a sua surpresa face à aceitação de que as teorias de natureza teleológica continuavam a gozar na época, incluindo por parte de biólogos 228
  • E ao uso e desuso de lamarck 229 e a Darwin:
    • destacando a ausência de validação científica de dois dos seus postulados: «[…] a existência duma série de variações no mesmo sentido, cuja origem se desconhece e a declaração da utilidade ou vantagem dum determinado funcionamento […]»5 . O botânico português também introduziu dois exemplos com o objetivo de substanciar a sua crítica à teoria da evolução de Darwin. Nesses exemplos, indicou as dúvidas existentes quanto ao agente beneficiado nos casos de parasitismo e ao mimetismo enquanto processo de defesa de certos animais6 . Em seguida, Rui T. Palhinha apontou como consequência negativa da “verdadeira fascinação” que muitas pessoas nutriam pela explicação selecionista do darwinismo: a produção e aceitação de “interpretações verdadeiramente extraordinárias” num esforço para coadunarem a teoria com os factos conhecidos7 . Com efeito, para o botânico português, o postulado de base do darwinismo não diferia do das outras teorias vitalistas, uma vez que admitia que os seres vivos eram capazes de se adaptarem por si próprios a novas condições do meio e partilhava o mesmo ponto de partida: «[…] a existência de alguma coisa essencialmente diferente entre matéria desprovida de vida e matéria viva» 229-30
  • Para ele, a evolução se dava por adaptações fisiológicas. 230
  • Dedicou-se a sistemática botânica.
  • Deu aulas sobre evolução humana, sendo favorável a Huxley e Darwin. 237
  • Mostrou-se darwnista em um esboço histórico de um manual de botância de 1939. 240-1
[Pulei Flávio Resende e Carlos Neves], mas
    Carlos neves, assim como Sacarrão, teve uma atuação em HC. 263, 276-8, 280-1
    Trad Ainda, traduziu o CINB adaptadamente e ainda outros livros de botânica. 282
    • A atividade de tradução e de revisão bibliográfica de Carlos Tavares constitui um indicador seguro de que o botânico português se manteve um espetador atento dos avanços dos estudos de evolução no panorama internacional. Por exemplo, nos finais da década de 1950, Carlos Tavares procedeu à tradução para a Língua Portuguesa do código internacional de nomenclatura botânica. Tratou-se de uma tradução adaptada com finalidade didática, da qual destacamos a inclusão de uma citação de Variation and evolution in plants (1950) de Stebbins, sobre a tendência dos taxonomistas modernos para reduzir o número de grupos infraespecíficos, numa das notas da responsabilidade do botânico português1 . Carlos Tavares também procedeu à tradução da obra Cryptogamic botany da autoria de Gilbert Morgan Smith (1885-1959) 282

XI - Gonçalo Sampaio (1865-1937)
  • Sistemática botânica citando Darwin. 299-300
  • Num manual admitia uso e desuso. 304
XII - Américo Pires de Lima (1886-1966)
  • Evolução do transformismo (1913): Lamarck > Darwin > NeoD vs NeoL > Vries. 307
  • Lamarck válido. Não incompatível 307 Integrador. 309
    • Em suma, a preferência que Pires de Lima revelou pelo lamarckismo deveu-se, em grande medida, à capacidade que reconhecia a esta teoria da evolução para explicar a origem da variação, através da ação combinada do uso e desuso de órgãos e da hereditariedade dos caracteres adquiridos na resposta dos organismos às exigências do meio exterior. O darwinismo e a teoria da mutação eram teorias mais recentes e davam contribuições importantes a alguns pontos relevantes (as causas da evolução, no caso da primeira, o ritmo do processo evolutivo, no caso da segunda), mas não apresentavam qualquer explicação para o início de todo o processo: a variação. Esta explicação ajuda a entender, em parte, porque é que Pires de Lima enveredou por uma perspetiva de evolução integradora e se absteve de abraçar as ideias de teleologia e de progressão necessária, frequentemente associadas ao lamarckismo. 312
  • Problema com o tempo necessário. Apego a herança de carac adquiridos 309
  • Ceticismo quanto a Mendel e a genética 309
  • Eugenia 310
  • Enfase na luta pela vida. SN criativa e destrutiva. 316-7
  • Critica a Lysenko 320
  • Em 1958 tem reservas a herança lamarckista 326
  • Transformismo teísta. Não pode ser contestada nem demonstrada. Certa excepcionalidade humana 329
  • Foi principalmente divulgador 330
[Pulei Manuel Joaquim Ferreira e Arnaldo Roseira]

Conclusões
    •  tivemos em consideração uma das lições fundamentais da história internacional do darwinismo sobre as dificuldades inerentes a uma tentativa de definição ideal da teoria (e. g. a flexibilidade da teoria, as particularidades da sua apropriação por parte de diferentes autores e as vicissitudes inerentes ao seu percurso histórico) que aconselha a adoção de um critério flexível na análise da sua influência. 362
      • Em suma: a relação dos botânicos portugueses estudados com o darwinismo, corpo teórico não estático, pautou-se pela diversidade e pela originalidade. 378
    •  as ideias-chave da teoria da evolução de Darwin conheceram níveis de aceitação diferenciados. As ideias da evolução e da descendência a partir de ancestrais comuns foram aceites pela generalidade da comunidade científica nas décadas que se seguiram à publicação de 1859, enquanto a seleção natural enfrentou uma série de dificuldades (científicas e não científicas) e teve de lidar com a concorrência de mecanismos da evolução alternativos até às décadas iniciais do século XX. Foi nessa altura que se processou a harmonização entre o darwinismo e a genética mendeliana, uma união que promoveu uma maior aproximação entre investigadores de laboratório e naturalistas de campo e permitiu a elaboração de um novo consenso teórico sobre a evolução: a síntese moderna. ... Com a afirmação da síntese moderna, em meados do século XX, as ideias-chave da teoria da evolução de Darwin (seleção natural, descendência comum e gradualismo) passaram a ocupar um lugar central na biologia evolutiva moderna. 362-3
  • Seguido de súmulas dos personagens estudados.
  • Conclusões finais
    • A nossa dissertação mostrou que o darwinismo penetrou no meio universitário português, no período compreendido entre 1910 e 1974, influenciando a produção científica de alguns dos botânicos mais conceituados do País que exerceram a sua atividade nas Universidades de Coimbra, Lisboa e Porto. O nosso trabalho mostrou também que a penetração da teoria darwinista se manifestou a dois níveis: o seu acolhimento e discussão no plano teórico e a sua influência na realização de investigações científicas originais. 376
    • Essas dissertações baseavam-se em publicações de terceiros, usualmente investigadores estrangeiros conceituados, e quase nunca incluíam resultados de investigações científicas originais realizadas pelo candidato. Verificámos também que algumas delas partilhavam pontos em comum no que diz respeito à temática darwinista: o reconhecimento do contributo de Charles Darwin para a aceitação generalizada da teoria da evolução; uma aversão em relação ao exclusivismo do neodarwinismo de August Weismann; a promoção de um darwinismo flexível que admitia outros mecanismos evolutivos para além da seleção natural; e a necessidade de uma abordagem pluridisciplinar ao processo evolutivo para esclarecer alguns dos seus pontos escuros, sobretudo ao nível das causas da evolução. 377
  • A partir das primeira décadas do século XX inicia-se uma consonância em torno da síntese moderna.
  • Trad
    •  aprofundar-se a análise das traduções dos seus trabalhos para a Língua Portuguesa, através do estudo do perfil dos seus tradutores e da identificação das edições a partir das quais foram traduzidas nos casos ainda não determinados. 379


 Refs

SACARRÃO, Germano da F. – Apontamentos sobre o darwinismo 1. Naturália. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais. Nova série, N.º 2, Janeiro 1982, p. 30-32. 

 SACARRÃO, Germano da F. – Apontamentos sobre o darwinismo 2. Naturália. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais. Nova série, N.º 3, Maio 1982, p. 29-31. 

 SACARRÃO, Germano da F. – Biologia e sociedade I. Crítica da razão dogmática. MemMartins: Publicações Europa-América, 1989, 382 p. (Biblioteca Universitária, 49). ISBN 9721026948.

SACARRÃO, Germano da F. – Pedagogia da evolução e museus de história natural. O caso português. Prelo. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda. ISSN 0871-0430. N.º 16, Jul.- Set. de 1987, p. 17-37. 

SACARRÃO, Germano da F. – Sobre o método em Darwin e a episódica relação com Arruda Furtado. Prelo. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda. ISSN 0871-0430. N.º 11, Abr.- Jun. 1986, p. 81-88

Carlos Almaça – O darwinismo e a Universidade Portuguesa


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